Há típicas fugas em frente que mostram como,
apesar de tudo estar radicalmente diferente, nada muda. Agora são os ricos que
é suposto pagarem a crise, mais uma maneira de acharmos que a crise que
atravessamos pode ser paga por outros que não nós. Escapismo, demagogia e
inveja social é o que é. Coisas que atiçar, em tempos de miséria, dá torto,
muito torto, como qualquer homem avisado sabe. Mas faltam hoje homens avisados,
se faltam.
Se os ricos fogem aos impostos ilegalmente, então
sim vão-lhes ao patrimônio forte e feio. Se os ricos são apenas ricos e já
pagam mais de 50% dos seus rendimentos para o fisco, ir mais longe é confisco,
não é justiça social. E se o confisco socialista e igualitário é feito por
supostos políticos que se dizem liberais, então a boca enorme da demagogia
nunca mais se calará.
Além disso, se continuarmos nesta senda escapista,
demagógica e invejosa, muita gente vai acabar por descobrir que está no clube
dos ricos, quando é só remediado. É que o fisco em Portugal tem um largo
conceito do que é um rico e a fome é tanta que mais um imposto sobre a classe
média vem sempre a calhar.
Texto: José Pacheco Pereira, revista Sábado, nº 383, 1 a
7 de setembro de 2011
Digitação e Edição: JP
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