Jamil Chade
Em sabatina na ONU sobre
direitos humanos em Cuba, o Brasil foi na contramão de outros países
participantes e elogiou o que considera "importantes avanços" na
ilha, silenciou sobre a falta de democracia, a existência de presos políticos,
e atacou o embargo dos EUA.
"O Brasil reconhece
importantes avanços e destaca a reforma da política de imigração do país",
destacou o texto lido diante do Conselho de Direitos Humanos na ONU. A única
crítica foi aos EUA: "Cuba também enfrenta desafios existentes em um país
em desenvolvimento e esses desafios são agravados por um bloqueio econômico
incompatível com a promoção dos direitos humanos."
Ativistas e dissidentes
denunciaram a existência de 50 presos políticos na ilha. Dezenas de governos
usaram a reunião para pedir que Cuba volte a permitir a visita da Cruz Vermelha
às prisões, o que não ocorre desde 1988. Em resposta, o chanceler cubano, Bruno
Rodriguez Parrilla, destacou avanços do país no acesso a moradia, emprego,
saúde e educação, além da reforma na política de imigração. Ele aproveitou para
pedir aos EUA que fechem a prisão de Guantánamo e devolvam o território aos
cubanos.
Em relação a Guantánamo, os
EUA também foram alvo de críticas do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da
ONU, que condenou a alimentação forçada de presos em greve de fome há 12
semanas.
Promessa
A Casa Branca informou ontem
que o presidente Barack Obama poderá nomear um novo diretor para a prisão de
Guantánamo, que realizaria a transferência de detentos para outras
penitenciárias.
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