Vem aí a campanha eleitoral no rádio e televisão...

Ilustração: Nef

Valdemar Habitzreuter

O que vocês acham dessa programação que vem aí, caros velhinhos e velhinhas aposentados? Vamos nos afundar em nossos sofás e nos divertir assistindo a esta ‘palhaçada’?

Nada mais chato e repugnante esta propaganda eleitoral obrigatória nas rádios e televisões. Já sabemos de antemão o que vai ser veiculado: candidatos com promessas e mais promessas, mentiras e mais mentiras, acusando um ao outro, todos querendo mostrar suas qualidades. Mas que qualidades tem o nosso político brasileiro a não ser ser exímio ludibriador do povo? Uma qualidade avessa à ética política.

Basta olharmos para nossa realidade brasileira e verificamos a lastimável condição de indigência, em todos os níveis, em que se encontra o povo brasileiro em geral. Em vésperas de eleições repete-se sempre o mesmo ato cênico indigno: os candidatos engalfinhando-se, cada qual proclamando-se o melhor para sanar as mazelas que afligem o povo brasileiro.

No entanto, o que presenciamos, décadas a fio, é o agravamento do caos social: a educação patina sem sinais de melhoria; a saúde pública está falida; o transporte público é um flagrante de desorganização nas grandes cidades infernizando os cidadãos; a violência é desmedida e fora de controle; os estabelecimentos prisionais são pocilgas degradantes; o narcotráfico está solto arruinando a família brasileira; a vultosa soma de impostos mal aplicada e muitas vezes desviada para interesses próprios; e por aí vai... E estes profetas políticos dizem ter a fórmula para acabar com tudo isso. Mas só da boca para fora; só bravatas, porque, por ações concretas, só se vê atrapalhadas, sem planos e projetos de governo sérios e profícuos.

Infelizmente teremos que engolir novamente esta propaganda eleitoral gratuita em que o conteúdo das discussões é falacioso e distorcido, pois estamos carentes de autênticos políticos de boa-fé. O que ocorre nestas discussões é a cara de pau de nossos candidatos fingindo-se de santos com as promessas de dar o sangue pelo bem do país. Santos sim, mas santos de pau oco em que seus propósitos maiores são a locupletação no poder e colocarem-se acima das leis, estas só servem para o comum dos cidadãos.

Alguma dúvida quanto a tudo isso? Basta termos em mente tudo o que se passou nestes doze anos de reinado petista. Fomos vítimas de uma mentira política para desvirtuar o interesse maior do povo brasileiro: a plena democracia. Ilusões e fanfarronices socialistas, menos democracia, é o objetivo do PT para o Brasil. Para isso emprega todos os meios escusos para alcançar seu fim.

Ilustração: Landro Oviedo

Assim, fomos submetidos nestes anos todos com ameaças de restrição à liberdade de expressão em que se tentou enquadrar a imprensa livre com leis e regulamentos que a impedissem de criticar os desmandos e falcatruas petistas. Não sem motivo também o PT, na sua ânsia de centralização do poder, quis restringir a independência do poder judiciário, submetendo-o a seus interesses, forçando os juízes para que favorecessem suas causas espúrias e assim serem cúmplices do executivo na execução de seus planos mórbidos e antidemocráticos.

No fundo, o propósito petista é encaminhar o Brasil a um socialismo bolivariano utópico que ninguém sabe o que realmente é. Sabe-se apenas que sua intenção é a centralização de poder, e com isso ditar regras despóticas. Vislumbra-se isto, principalmente, com a tentativa de controle da economia que atualmente está sendo colocada em marcha pelo PT e canalizá-la para um ilusório socialismo nacionalista. Daí a ‘bolsa-família’, ‘Minha Casa, Minha Vida’ que são engodos para conquistar a alma incauta do brasileiro, mas que no fundo estariam a serviço de uma estruturação ditatorialesca que impediria a plena democracia. A vontade geral do povo é obnubilada e feita refém, amarrada neste cabresto ideológico petista induzindo a massa ignara a dizer sim às suas propostas socialistas insanas.

O desprezo e defesa do livre funcionamento das instituições sociais privadas é um exemplo de descaso desse governo. Todo trabalhador e trabalhadora, por exemplo, sabe da dificuldade de se sustentar com o minguado provento que recebe do governo, quando se aposenta. Uma boa estratégia, pois, é aderir a um instituto de previdência privada para realmente gozar de uma aposentadoria digna.

Mas qual o quê! Este governo tem o despautério de atropelar a ética de bem governar para todos e simplesmente é capaz de esfacelar estas instituições e deixar ao relento milhares de ex-trabalhadores. Estou mentindo? Vejam o que acontece com os ex-trabalhadores da aviação que fundaram o Aerus – seu fundo de aposentadoria... E não adianta apelar à Justiça, ela não apita nada perante a prepotência desse regime malévolo. Aliás, seu forte é dar as costas às sentenças do judiciário quando elas lhe são desfavoráveis.

Um governo que não protege os velhinhos e velhinhas aposentados desse Brasil, e, ao contrário, desrespeita-os, não merece nossos aplausos emuito menos nosso voto para estar a frente do governo. Estes ex-trabalhadores deram o seu suor na construção desta nação, e no final de suas vidas são relegados ao abandono e desprezo. Isto se configura em crime de geronticídio.

E assim, amigos velhinhos e velhinhas aposentados, mais de um mês estaremos às voltas com este blá-blá-blá radiofônico e televisivo enchendo nossas cabeças com propostas de governo que nem mesmo os próprios candidatos proponentes acreditam, quiçá, então, nós ouvintes sabedores das falácias dessa programação.

É claro que não podemos ficar alheios ao processo político que ora se desenrola, mas é de capital importância averiguar qual dos candidatos é menos cínico em promessas fortuitas. Aliás, o meio mais seguro de se instruir sobre os candidatos é através da mídia séria (Folha São

Paulo, Estadão, Veja, etc.). Mesmo assim ela tem de omitir certas verdades, sob pena de ser processada com a alegação de calúnia a candidatos. Infelizmente é assim que acontece. A revelação de uma verdade que fere os brios de um candidato é, muitas vezes, interpretada por ele por calúnia e ele entra, então, com um processo de difamação contra o referido veículo de comunicação ou o jornalista que produziu a matéria.

Enfim, o busilis da questão, pois, que se coloca nestas eleições é: em quem votar? Por ora só sei dizer de antemão: não dá para aturar mais quatro anos a Dilma como presidente, pois ela é uma decepção política.

Não tem autenticidade. Seu governo até agora guiou-se pela sombra de seu antecessor. Não tem força política para desatrelar seu governo das intenções políticas espúrias de seu guru Lula. Ela é uma farsa.

Ademais, chega dessa petralhada corrupta...

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 10-08-2014