quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A pouca representatividade dos aposentados

Almir Papalardo
Foi realizada na terça-feira passada, na TV Aparecida, organizada pela CNBB, o terceiro debate entre os candidatos presidenciáveis. Viu-se mais uma batalha campal entre lutadores em busca de realizar o sonho de ocupar a principal posição de destaque e cobiça de um país. Todos se saíram muito bem, nas desafiadoras e esquentadas quedas de braços!


Mas quem esperava ansiosamente que o problema “aposentados” fosse alvo de uma vasta discussão, mais uma vez se decepcionou. Em mais de duas horas e meia da relevante programação, onde duelavam-se duramente os candidatos, ora defendendo-se, ora contra-atacando, o ignorado aposentado como sempre acontece, foi omitido, ignorado, como se essa categoria de ex-trabalhador realmente não existisse, ou que fosse merecedor de alguma atenção especial. A palavra "Aposentados", para as celebridades públicas, significa somente um "palavrão cabeludo".


Nem os oito bispos e nem os oito jornalistas ligados ao catolicismo, que fizeram perguntas provocativas aos candidatos sobre assuntos de interesse do brasileiro, lembraram-se de perguntar quais seriam as intenções de cada um, sobre o perverso massacre que hoje sofrem os aposentados, caso se elegesse presidente da república. Nada valemos, nada merecemos...

Enfim, o aposentado tem mesmo que se conformar em nada representar para os nossos Três Poderes públicos, para a maioria da população, para os trabalhadores ativos que não querem saber do futuro interessando-lhes somente viver levando vantagem em tudo, hoje, no presente.

Os candidatos que disputam os diversos cargos públicos, não têm tempo para pensar ou discutir que o aposentado é também um cidadão brasileiro, merecedor de carinho, respeito e proteção, pelo muito que contribuíram para o crescimento do nosso Brasil, e agora por estar fragilizado...

E para concluir, nem mesmo o aposentado congênere, que ganha apenas o salário-mínimo, se incomoda com as nossas reclamações, porque, com a atual política de recuperar o valor do salário mínimo, estão tendo percentuais maiores de reajuste do que os outros aposentados que, honestamente, conquistaram com as suas contribuições no passado, o direito de receber mais de um salário! Isonomia, para os aposentados do setor privado, nada se debate, nada se comenta! É proibido... Existem outras prioridades maiores onde não estão incluídos os aposentados, que agora só esperam mesmo o momento de se despedirem deste mundo ingrato, injusto e intolerante, onde só vencem os mais fortes ou os mais abastados financeiramente.

Então, eles não têm nenhum discernimento de que seria um tema interessante para discussão num debate, diferente desta mesmice que nos costumamos a ver sempre em todas as campanhas eleitorais.

Os aposentados que ainda ganham proventos maiores que o salário-mínimo, estão adoentados por falta da vitamina justiça/reconhecimento, perdendo progressivamente para as bactérias preconceito e discriminação, que avançam ameaçadoramente contra o aposentado até quedá-lo a um miserável salário-mínimo de aposentadoria.

Estão definhando continuamente, recebendo somente uma medicação mínima, com dosagens insignificantes, doses homeopáticas, ministrados por um número pífio de parlamentares, que se desgarraram dos demais (graças a Deus) que se recusam a pensar em aposentados! Nossos irrisórios simpatizantes, contados a dedos, quando falam na injustiça que sofremos, são atacados por vários previdenciários, desorientados e desacreditados que ainda possa haver alguém consciencioso que se interesse pela solução dos nossos problemas.

O aposentado se equivale a um ZERO colocado à esquerda, numa imaginária escala numérica. Difícil de entender não?, como é difícil de entender-se a real situação precária e desprotegida desses injustiçados trabalhadores. Aposentado não merece ter um fim de vida digno! Assim pensam os políticos...
Título e Texto: Almir Papalardo, 18-07-2014

Um comentário:

  1. Mas grande parte da culpa é dos aposentados que não são unidos. Vivem olhando pra seus próprios umbigos e o resto que se exploda. Ora se somos em torno de 39 milhões de aposentados conforme li outro dia, se nos unirmos ninguém elege ninguém e muito menos reelege, mas acontece que una boa parte dos aposentados só estão interessados em fundar associações pra servir de trampolim pra política e nada mais. Se fizermos um cálculo em cima desses 38 milhões, vamos encontrar uma boa quantidade de eleitores. Vamos supor que a metade deles ainda tenham cônjuges que votam (19mil), cada um tem um filho eleitor, são mais 38 milhões e mais uns 60% de netos eleitores. Isso sem falar em irmãos, primos, amigos etc. Porque Lula foi reeleito? Ele que vetou a decisão do congresso em derrubar o Fator previdenciário e quando este foi aprovado no congresso no governo FHC, o seu partido foi um ferrenho opositor desse fator. Porque Dilma foi eleita? O aposentado tem condições de mudar essa situação, mas enquanto continuarem querendo ser politicos pra se darem bem, vamos continuar na mesma bosta, pois os que conseguem se eleger em algum cargo politico esquece dos que ficaram aqui fora. Já vi e revi esse filme diversas vezes. Por isso nunca entrei nessa "luta" deles através de associações. A minha luta eu faço nas urnas e nas campanhas tentando orientar os menos esclarecidos e menos favorecidos.

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