Cristina Miranda
Foi delicioso ver o BE
apanhado na especulação imobiliária e alojamento local despejando inquilinos e
recusando pagar as respectivas indemnizações; com um prédio comprado por 327
mil e posto à venda na Christie’s pelo valor de 5,7 milhões e escapar ao imposto
Mortágua porque está avaliado nas finanças pelo preço da uva mijona no tempo do
D. Afonso Batata; confirmar que são empresários capitalistas e especuladores
imobiliários e que, vejam só, até recorrem a fundos da UE , eles que se dizem
anti-europa! Digam lá, sinceramente, se isto não é extraordinário?
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Foto: Nuno Fox/Agência Lusa |
Bom, mas isto não se fica por
aqui. Analisando os factos mais de perto, percebemos que Robles conseguiu um
empréstimo de 500 000€ na CGD com um rendimento declarado de 21.132,05€! Ou
seja, ficou a suportar uma prestação de 1260€ com um rendimento mensal de
apenas 1761€ representando uma taxa de esforço de 72%. Uau!! Que milagre foi
este? Isto nem com aval lá vai! E logo na CGD que como é sabido por quem geriu
durante décadas empresas como é meu caso, é dos piores bancos a apoiar a
economia quando se trata de pequenos e médios empresários. Mais: como obteve
Robles autorização para mais um andar num prédio histórico e licenciamento em
tempo recorde? Mãozinha do então Presidente António Costa e agora, Medina? E a
informação privilegiada que terá recebido sobre a venda do prédio da Segurança
Social? Catarina pelo seu lado foi aos fundos do FEDER (dinheirinho da UE, ah!
valente!) no valor de 145 000€ para aplicar no Sabugal, em alojamento local,
mas onde os clientes não conseguem ver o investimento lá feito de tão fraco e
remediado que é, lembrando mais o recheio de uma loja de bens usados. Mais:
soube-se que pagava aos dois únicos empregados 1,57/hora de acordo com os dados
oficiais. Grande exploradora laboral que esta nos saiu, não?
Perguntam agora vocês e muito
bem: mas há algo de errado em ser rico? Ter propriedades e empresas e lucrar
com elas, desde que dentro da legalidade? Claro que não! Sejamos todos
ambiciosos empreendedores e proativos que Portugal bem precisa pois de
parasitas está ele cheio. O que não pode, está erradíssimo e é contra todos os
princípios da ideologia que apregoam, é ser-se marxista capitalista. Isso é um
ultraje. Porque de acordo com o que defendem, a propriedade privada só pode ser
para habitação porque as rendas são exploração; as empresas têm de ser do
Estado para impedir a exploração laboral; negócios próprios nem pensar porque
gerem lucros e isso também é o resultado da exploração laboral. Só o Estado,
que segundo eles deve concentrar em si todos os meios de produção, os pode ter
para distribuir de acordo com as necessidades de cada um através de um salário
igual para todos suprimindo assim qualquer desigualdade. Nesta ideologia só é
permito ao Estado ser rico. O povo tem de ser todo igualmente remediado para
não dizer pobre para que ninguém possa ter mais poder que o Estado. Ora, como
podem estes bandalhos defender o que vem descrito no manifesto de Marx,
impingindo-nos este tipo de sociedade disfuncional e depois, em privado,
operarem como grandes capitalistas? Mas não há vergonha na cara?
Agora desmascarados duvido que
Robles queira repetir o famoso orgulho manifestado em vídeo dos tais “11 meses
seguintes ao 25 abril com ocupações, nacionalizações, cooperativas de habitação
e reforma agrária” pois não vá alguém entusiasmar-se com “tão nobre discurso” e
ocupar as propriedades que possui. Bem, sinceramente se acontecesse era bem
merecido.
Assim, o melhor seria
admitirem de uma vez que a ideologia que defendem é “tão boa e gratificante”
que nem eles a querem. Que defender o marxismo é impor o fracasso individual e coletivo
porque limita as liberdades que eles não dispensam e assumirem sua
“transexualidade política” à direita.
Ao menos assim, estarão de
acordo com o que praticam. Fica a dica.
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias,
10-8-2018
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