Crivella prevê para agosto normalização das
atividades na cidade
Cristina Índio
A cidade do Rio de Janeiro
inicia nesta terça-feira (2) a retomada gradual das atividades econômicas.
Segundo o prefeito Marcelo Crivella, o plano de retorno tem seis fases para a
volta do funcionamento e para o que ele chamou de vida com nova normalidade
após a pandemia de covid-19. Ele disse que o planejamento foi aprovado por
unanimidade pelo comitê de profissionais especializados na área de saúde que
presta assessoria à prefeitura. O decreto municipal que tratará da reabertura
será publicado no Diário Oficial de amanhã.
![]() |
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
Na primeira fase, volta a funcionar
o setor de serviços. O comércio de rua permanece fechado, com exceção de
agências de automóveis, lojas de móveis e de decoração. As lanchonetes, bares e
restaurantes mantêm os esquemas de entrega em domicílio ou no local e as
academias continuam fechadas.
Hotéis e hostels podem
funcionar, mas os pontos turísticos permanecem fechados. As praias poderão ser
frequentadas apenas para atividades físicas no calçadão e esportes aquáticos
individuais, como o surf. Os parques também abrem somente para
atividades físicas. Os voos livres individuais estarão liberados.
Os shopping
centers mantêm-se fechados, com as lojas de alimentação trabalhando no
sistema de delivery, como já ocorre hoje. O superintendente de
Educação, Inovação e Projetos da Vigilância Sanitária do Rio, Flávio Graça,
informou que shopping centers devem ser reabertos na segunda
fase, com regras como a redução em um terço da capacidade do estacionamento,
distanciamento entre frequentadores e horário de funcionamento das 12h às 20h.
Saúde, igrejas e funerais
Os atendimentos de saúde
poderão ser feitos mediante agendamento, exceto nas situações de emergência,
mas com a proibição de aglomerações.
O acesso de acompanhantes às
unidades de saúde será restrito, com exceção dos casos permitidos legalmente. Nos
procedimentos em que se produzem aerossóis, será preciso higienizar todo o
local após o atendimento.
As atividades religiosas serão
autorizadas em igrejas e templos com protocolos específicos, sem aglomeração e
mediante desinfecção dos locais.
Os funerais permanecerão com
restrição ao número de participantes, ao tempo de duração e sem aglomeração de
pessoas.
Cultura e escolas
Na cultura, estará autorizada
a venda de ingressos online ou em caixas de autoatendimento, e
o sistema drive in terá restrição. Os veículos só poderão ser
ocupados por duas pessoas ou em número maior se forem da mesma família.
Continuam proibidos eventos em museus, teatros, cinemas, lonas, arenas e
centros culturais e aquários, bem como como shows, exposições, e
eventos científicos e congressos. A prefeitura permitirá o funcionamento de
centros de treinamento esportivo, com portões fechados apenas para treinos, com
proibição de uso de sauna, piscina e banheira de hidromassagem.
O prefeito estimou que as
escolas comecem a funcionar somente em julho. Para Crivella, as atividades na
cidade estarão normalizadas em agosto, mas ainda com alguns cuidados.
“Se o plano todo der certo, e
a gente mantiver as etapas sendo finalizadas e os parâmetros sob controle, em
agosto, voltamos a uma vida normal, que é aquele novo normal, ou seja, pessoas
com comorbidades de qualquer idade e idosas devem ser preservadas e aquelas que
saem às ruas por necessidades devem usar as máscaras, evitar aglomerações,
higienizar as mãos quando entrarem em casa ou em qualquer recinto fechado. Em
agosto, teremos as nossas atividades normalizadas na cidade”, disse o prefeito.
Monitoramento
Segundo Flávio Graça, o
andamento do plano será monitorado pelo Comitê Permanente de Gestão e Execução
do Plano de Retorno. Ele disse que foram analisados critérios como a capacidade
de resposta do sistema de saúde e definidos quatro indicadores: o percentual
dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) destinados a adultos com
covid-19 na rede do Sistema Único de Saúde (SUS); o percentual na rede privada;
o de leitos de suporte à vida, que é o conjunto disponível incluindo as salas
vermelhas e as unidades de pronto atendimento (UPAs); e o percentual de leitos
do SUS para a doença por 100 mil habitantes.
Graça lembrou que os casos de
outros países mostraram que é comum uma subida da curva de achatamento depois
da retomada de atividades, mas disse que o importante é monitorar se o sistema
de saúde do município tem capacidade de absorver o crescimento. Além disso,
será acompanhado o nível de transmissão com base no número de óbitos da semana
ante o período anterior. “Esses indicadores foram definidos para evitar
qualquer pequena variação daquele dia, que possa nos dar uma visão equivocada
da realidade”, concluiu Graça.
Já Crivella ressaltou que pela
primeira vez, o Rio zerou a fila de espera por leitos de tratamento da covid-19
e que este foi um dos motivos para o lançamento do plano de retorno, que levou
40 dias para ser elaborado. Outro motivo é o agravamento da falta de
atendimento a pacientes com outras doenças, como o câncer, disse o prefeito.
Prolongar o afastamento indefinidamente pode trazer benefícios para o
tratamento da covid-19, mas trará problemas para outro grupo que "está
falecendo em números que nos surpreendem" por causa de outras
comorbidades, acrescentou. "Esses casos são urgentes.”
De acordo com a secretária
municipal de Saúde, Beatriz Busch, essa "ação de afrouxamento das
questões, principalmente de comércio e atividades, deu-se, única e
exclusivamente pensando em um grupo populacional em que houve prejuízo na
assistência, seja na rede privada, seja na rede SUS'. Beatriz disse que há
pessoas com outras doenças, que precisam fazer suas consultas, ter suas
cirurgias eletivas realizadas a tempo para que não se tornem de urgência.
Regras de ouro e multas
Flávio Graça destacou que os
setores que desobedecerem aos critérios e às regras de convívio para a retomada
das atividades serão multados pela Vigilância Sanitária e órgãos fiscalizadores
da prefeitura. A punição poderá resultar na cassação do alvará de
funcionamento. O valor da multa varia de R$ 500 a R$ 2.800.
Ele lembrou ainda a
importância da colaboração de todos. "Pior que uma quarentena só uma outra
quarentena”, afirmou.
A prefeitura criou uma lista
para orientar sobre os padrões de comportamento. São as 10 regras de ouro, que
incluem, entre outras orientações, a higienização frequente das mãos, o uso de
máscaras e o distanciamento de 2 metros entre pessoas.
Marcelo Crivella informou
também que há uma série de projetos em conjunto entre a prefeitura e o governo
estadual. Segundo Crivella, a prefeitura está para receber mais respiradores e
equipamentos vindos da China e, se for o caso, poderá ceder à rede estadual,
como já ocorre.
Título e Texto: Cristina
Índio do Brasil; Edição: Nádia Franco – Agência Brasil, 1-6-2020, 18h08
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-