Telmo Azevedo Fernandes
Já sei que me vão dizer “ai tu
ainda o ouves?!”, “não tens nada mais interessante para fazer?” e uma série de
expressões semelhantes…
Mas sim, assisti à comunicação
ao país de hoje do presidente da república a propósito da 15ª renovação do
estado de “indigência”.
E daquilo que também acompanhei da entrevista de Sócrates na TVI, considero que este último teve um discurso intelectualmente mais honesto do que Marcelo. É para verem ao que chegamos!…
Marcelo comparou
propositadamente a covid-19 com a gripe espanhola de 1918. E fê-lo de uma forma
vil e nojenta, com o propósito de enganar os portugueses, mantê-los assustados
e dispostos a acatar ordens imbecis dos políticos.
Não há outra forma de dizer: Marcelo mentiu materialmente.
Em 1918 Portugal tinha 6
milhões de habitantes. Estima-se que tenha morrido de Pneumónica cerca de 2% da
população. Acresce que mortalidade por gripe espanhola atingiu sobretudo as
idades entre os 15 e os 40 anos. Os óbitos presumidos por pneumónica entre 1917
e 1919 são de mais de 135.000 (em 6 milhões de pessoas).
Com a Covid19, até hoje,
óbitos acumulados com PCR positivo são menos de 17.000, para uma população de
10 milhões. Acresce, como se sabe, que a esmagadora maioria das mortes foi de
pessoas com mais de 70 anos, e grande parte destes em idade que ultrapassava já
a esperança média de vida à nascença em Portugal.
A sorte de Marcelo é que já
não está entre nós a gente que viveu durante a gripe espanhola e os
sobreviventes da Guerra Colonial – também mencionada em termos comparativos
pelo ocupante do palácio de Belém – já são demasiado velhotes. Caso contrário,
as infâmias regurgitadas pelo homem da vichyssoise não ficariam sem uma
resposta de uns e de outros, na primeira oportunidade que encontrassem Marcelo
a mudar de cuecas nas praias da linha de Cascais.
Título e Texto: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
14-4-2021
Se os militantes travestidos de ‘jornalistas’ tivessem, vis-à-vis dos governantes portugueses, dez por cento da valentia que arrogam contra Jair Bolsonaro, outros estariam governando Portugal. Com toda a certeza!
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