domingo, 16 de maio de 2021

[Língua Portuguesa] Globalização e Globalismo não é a mesma coisa?


Colunas anteriores: 

Com certeza ou concerteza? 
Dois-pontos: usar para quê? 
O hífen de “bem” e de “mal” 
Dia Mundial da Língua Portuguesa assinala-se hoje em 44 países 
Ontogênese e Patogênese: nunca ouvi falar. O que significam? 
Este ou esse? Qual a diferença e quando usar? 
Qual a diferença entre ‘moderação’ e ‘ponderação’? 
[Língua Portuguesa] O que já foi publicado

11 comentários:

  1. É a mesma coisa, é como pegar merda com a mão e tentar dizer que ela sai docinha por entre os dedos.
    Há ainda filósofos idiotas que tentam construir um sentido político e outro econômico.
    GLOBALISMO NADA MAIS É DO QUE A IDEOLOGIA DA GLOBALIZAÇÃO.
    ESSA É A MINHA OPINIÃO.
    FUI...

    ResponderExcluir
  2. No Houaiss:

    globalização
    ato ou efeito de globalizar(-se)
    2 Rubrica: economia, política.
    espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses mercados
    3 Rubrica: pedagogia.
    processo de percepção e aquisição mais sintético do que analítico, característico da estrutura mental ou psíquica da criança

    globalismo
    condição de interligação planetária que envolve redes de comunicação entre os continentes
    2 Rubrica: política.
    política nacional que vê no mundo inteiro uma esfera propícia de influência política; internacionalismo, imperialismo
    3 aquisição global, ou em comum, de conhecimentos não parcelados
    4 Rubrica: pedagogia.
    princípio da didática elementar fundado na globalização

    ResponderExcluir
  3. A diferença básica entre globalismo e globalização econômica: um é o oposto do outro
    Defender o segundo não implica defender o primeiro
    Thorsten Polleit
    Com a ascensão do populismo nos países desenvolvidos, a globalização econômica caiu em descrédito. Cada vez mais pessoas estão rejeitando a globalização com o argumento de que ela não apenas é injusta como também representa a fonte de todos os males — sendo inclusive a fonte de crises econômicas e imigrações em massa.
    Esse tipo de condenação generalizada e abrangente da globalização, porém, apresenta dois erros graves: ela não só é factualmente errada — a globalização econômica comprovadamente aumentou o padrão de vida da população mundial — como também é conceitualmente errada.
    Existe o globalismo e existe a globalização. O globalismo é um conceito político. Já a globalização é um conceito econômico.
    Globalização econômica
    A globalização econômica significa "divisão do trabalho em nível mundial".
    A população de cada país se especializa naquilo em que é boa, adquirindo assim uma vantagem comparativa em relação às outras: faço aquilo em que sou melhor que os outros e vendo para eles; e compro dos outros aquilo que eles fazem melhor do que eu. Todas essas transações econômicas devem ser feitas o mais livremente possível, sem a intervenção de governos na forma de tarifas protecionistas e de outras barreiras alfandegárias. (Veja aqui um exemplo prático).
    A consequência deste arranjo foi, é e sempre será um aumento no padrão de vida de todos os envolvidos.
    Hoje, nenhum país é capaz de viver em autarquia, produzindo absolutamente tudo de que sua população necessita para viver decentemente. Caso um país realmente tentasse produzir tudo o que consome, isso não apenas seria um monumental desperdício de recursos escassos, como também levaria a custos de produção e, consequentemente, preços exorbitantes, afetando drasticamente o padrão de vida da população.
    Pense em uma simples camisa. Fabricada na Malásia utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, e tecido de Portugal, em seguida sendo vendida no varejo em Sidney, em Montreal e em várias cidades dos países em desenvolvimento (ao menos naqueles que são mais abertos ao comércio exterior), a camisa típica da atualidade é o produto dos esforços de diversas pessoas ao redor do mundo. E, notavelmente, o custo de uma camisa típica é equivalente aos rendimentos de apenas umas poucas horas de trabalho de um cidadão comum do mundo industrializado.
    Obviamente, o que é verdadeiro para uma camisa vale também para incontáveis produtos disponíveis à venda nos países capitalistas modernos.
    Como é possível que, atualmente, um trabalhador comum seja capaz de adquirir facilmente uma ampla variedade de bens e serviços, cuja produção requer os esforços coordenados de milhões de trabalhadores? A resposta é que cada um desses trabalhadores faz parte de um mercado tão vasto e abrangente, que faz com que seja vantajoso para muitos empreendedores e investidores ao redor do mundo organizarem operações de produção altamente especializadas, as quais são lucrativas somente porque o mercado para seus produtos é de escala global.
    Esta especialização tanto do trabalho quanto da produção, ao longo de diferentes setores industriais ao redor do mundo, é exatamente o fenômeno da globalização econômica.
    (Recentemente, um homem resolveu fabricar, do zero, um simples sanduíche. Ele plantou o trigo para fazer o pão, retirou o sal da água do mar, ordenhou uma vaca para fazer o queijo e a manteiga, matou uma galinha para retirar o filé de frango, fez o próprio picles e teve até de extrair o mel do favo. Seis meses e US$ 1.500 depois, o sanduíche ficou pronto. E, a julgar pela reação dele próprio, a qualidade do produto final foi medíocre).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O fato é que, hoje, nenhum país produz apenas para satisfazer suas próprias necessidades, mas também para atender a produtores e consumidores de outros países. E cada país se especializa naquilo que sabe fazer melhor.
      A globalização econômica, com o livre comércio sendo seu componente natural, aumenta a produtividade de todos os envolvidos. E, consequentemente, aumenta também o padrão de vida de todos. Sem a globalização econômica, a pobreza neste planeta não teria sido reduzida com a intensidade em que foi nas últimas décadas.
      Por fim, vale ressaltar que todo e qualquer indivíduo é, em si mesmo, um defensor árduo da globalização econômica, mesmo que ele não saiba disso. As pessoas acordam cedo e vão trabalhar exatamente para ganhar dinheiro e, com isso, poderem consumir o que quiserem. As pessoas trabalham e produzem para poder consumir produtos bons e baratos, independentemente de sua procedência. Eles podem ser oriundos de qualquer parte do mundo; o que interessa é que sejam bons e baratos. Isso é globalização econômica.
      Impor obstáculos a esse consumo — isto é, restringir a globalização econômica — significa restringir a maneira como as pessoas trabalhadoras podem usufruir os frutos do seu trabalho. No mínimo, isso é imoral e anti-humano.
      Globalismo
      Logo de início, é fácil ver que o globalismo — que também pode ser chamado de globalização política — não tem absolutamente nada a ver com a globalização econômica.
      Globalização econômica significa livre comércio e livre mercado. Trata-se de um arranjo que não apenas não necessita da intervenção de governos e burocratas, como funciona muito melhor sem eles. Indo mais além, trata-se de um arranjo que surge naturalmente quando não há políticos e burocratas impondo obstáculos às transações humanas.
      Já o globalismo é o exato oposto: trata-se de um arranjo que só existe por causa de políticos e burocratas. Seria impossível haver globalismo se não houvesse políticos e burocratas.
      O globalismo é uma política internacionalista, implantada por burocratas, que vê o mundo inteiro como uma esfera propícia para sua influência política. O objetivo do globalismo é determinar, dirigir e controlar todas as relações entre os cidadãos de vários continentes por meio de intervenções e decretos autoritários.
      Eis o argumento central do globalismo: lidar com os problemas cada vez mais complexos deste mundo — que vão desde crises econômicas até a proteção do ambiente — requer um processo centralizado de tomada de decisões, em nível mundial. Consequentemente, leis sociais e regulamentações econômicas devem ser "harmonizadas" ao redor do mundo por um corpo burocrático supranacional, com a imposição de legislações sociais uniformes e políticas específicas para cada setor da economia de cada país.
      O estado-nação — na condição de representante soberano do povo — se tornou obsoleto e deve ser substituído por um poder político transnacional, globalmente ativo e imune aos desejos do povo.
      Obviamente, a filosofia por trás dessa mentalidade é puramente socialista-coletivista.
      Representa também o pilar da União Europeia (UE). Em última instância, o objetivo da UE é criar um super-estado europeu, no qual as nações-estado da Europa irão se dissolver como cubos de açúcar em uma xícara quente de chá. Foi majoritariamente disso que os britânicos quiseram fugir.
      Ao menos para o futuro próximo, este sonho burocrático chegou ao fim. O desejo de impor uma uniformidade afundou em meio a uma dura e difícil realidade política e econômica. A UE está passando por mudanças radicais — culminando com a decisão dos britânicos de sair dela — e pode até mesmo entrar em colapso dependendo dos resultados eleitorais em alguns importantes países europeus (França, Holanda, Alemanha e possivelmente Itália) neste ano de 2017.

      Excluir
    2. Com Donald Trump na presidência americana não há mais qualquer apoio intelectual dos EUA ao projeto de unificação europeia. A mudança de poder e de direção em Washington diminuiu o poder de influência dos globalistas — o que permite alguma esperança de que a futura política externa americana seja menos agressiva em termos militares. Trump — ao contrário de seus antecessores — ao menos não parece querer impingir uma nova ordem mundial.
      Por outro lado, os defensores da globalização econômica têm motivos para estar preocupados. O governo Trump vem ameaçando utilizar medidas protecionistas — majoritariamente na forma de tarifas de importação — para supostamente estimular o emprego e a produção nos EUA, mesmo com toda a teoria e realidade econômicas demonstrando que o efeito será o oposto.
      Tamanha interferência na globalização econômica, o que representaria um retrocesso no tempo, não apenas seria um ataque à prosperidade, como também pode se degenerar em conflitos políticos, reacendendo antigas rixas e contendas. Não precisaria ser assim.
      Para atacar e até mesmo aniquilar o globalismo não é necessário atacar e fazer retroceder a globalização econômica.
      A globalização é Steve Jobs, Jeff Bezos e Michael Dell; o globalismo é George Soros, o CFR, a Comissão Trilateral, os Rockefeller, os Rothschilds e a ONU.
      Conclusão
      Ao passo que o globalismo representa o autoritarismo e a centralização do poder político em escala mundial, a globalização econômica — que nada mais é do que a divisão do trabalho e o livre comércio — representa a descentralização e a liberdade, promovendo uma produtiva e, ainda mais importante, pacífica cooperação além-fronteiras.
      A restrição à globalização econômica — ou seja, o protecionismo — nada mais é do que o medo dos incapazes perante a inteligência e as habilidades alheias. Tal postura, além de moralmente condenável, por ser covarde, é também extremamente perigosa. Como já alertava Bastiat, se, em vez de nos permitirmos os benefícios da livre concorrência e do livre comércio, começarmos a atuar incisivamente para impedir o progresso de outras nações, não deveríamos nos surpreender caso boa parte daquela inteligência e habilidade que combatemos por meio de tarifas e restrições de importações acabe se voltando contra nós no futuro, produzindo armas para guerras em vez de mais e melhores bens de consumo que eles querem e podem produzir, e os quais nós queremos voluntariamente consumir.
      Como também disse Bastiat, quando bens param de cruzar fronteiras, os exércitos o fazem.
      Por isso é de extrema importância preservarmos a globalização econômica.
      Thorsten Polleit, Mises Brasil, 1 de março de 2017

      Excluir
  4. Por vezes a mídia tende a heterodoxia e a inventar novas significações de palavras.
    GLOBALIZAR É TORNAR GLOBAL
    É impossível globalizar costumes e tradições.
    É impossível globalizar economias.
    É impossível globalizar políticas.
    As taxas de impostos são diferentes e inerentes a cada sociedade.
    Ninguém fará que países ricos dividam suas riquezas.
    Os quase 1,5 bilhões de famintos no mundo nunca serão saciados e produzirão 300 milhões de famintos nos próximos anos.
    Temos de reduzir a população mundial.
    O socialismo, as religiões e o ecumenismo sobrevivem dos pobres e dos aculturados.
    O PROTECIONISMO É CULTURAL DO CHINÊS, DO AMERICANO, DO JAPONÊS E EUROPEU.
    140 LITROS DE ÁGUA PARA CADA ROLO DE PAPEL HIGIÊNICO, 10000 LITROS PARA PRODUZIR UMA CALÇA JEANS, 17000 PARA PRODUZIR UM CORTE DE GADO, 400000 PARA PRODUZIR UM AUTOMÓVEL, COMO GLOBALIZAR A ÁGUA?
    Aliás o Brasil possui as maiores reservas de água potável do mundo. construir usinas dessalinizadoras deveria ser um projeto brasileiro é global.
    Sou a favor do protecionismo das economias nacionais.

    ResponderExcluir
  5. A distinção entre globalização e globalismo

    Globalismo é um conceito político, enquanto globalização é conceito econômico. Não dá para usar essas palavras como sinônimos nunca

    José Pio Martins

    A linguagem é um recurso exclusivo do animal homem, pelo qual se dá a comunicação entre os humanos usando um instrumento maravilhoso: a língua, suas palavras e as normas de construção de pensamentos e raciocínios. As palavras e a maneira de organizá-las seguem um código esquemático de significados e funções. Assim, é conduta reprovável o desprezo pelo estudo da língua, seus vocábulos, sua lógica, sua gramática e a miríade de possibilidades que a linguagem nos proporciona.

    Infelizmente, um país em que um governante maior da nação quase se orgulha de falar errado e demonstra que não se interessa pelo idioma nacional, sob o aplauso de asseclas que acham isso charmoso, é um país culturalmente miserável, que quase renuncia à exploração desse dom do ser humano: a linguagem. As palavras têm significado e exprimem conceitos, que são a representação mental de um objeto abstrato ou concreto para identificar, descrever e classificar os diferentes elementos e aspectos da realidade do objeto.

    O globalismo tenta fazer imposições iguais para todos os países sem considerar as diferenças entre os povos

    Há duas palavras que, embora completamente diferentes, vêm sendo usadas como se fossem iguais, prestando-se a confusões dialéticas: globalização e globalismo. As diferenças entre as duas são abissais, irreconciliáveis. Não dá para usá-las como sinônimos nunca. Globalismo é um conceito político, enquanto globalização é conceito econômico.

    Em economia, há duas teorias para explicar as vantagens do comércio entre as nações. Uma é chamada de “vantagens absolutas”; a outra, de “vantagens relativas”. Quanto a esta última, a questão é simples: cada país deve dedicar seus recursos e seus esforços para produzir aquilo que faz melhor e mais barato que os demais e, por meio das trocas, vender o excedente em relação ao consumo interno e importar aquilo que outros países fazem com mais eficiência.

    A globalização econômica é a abertura comercial dos países para exportar e importar bens, serviços e tecnologias, e há fartas provas de que ela promoveu melhorias no padrão de vida e ajudou a reduzir a pobreza. Um exemplo interessante é o de uma simples camisa fabricada na Malásia, utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, tecido de Portugal, e vendida no varejo no Canadá e outros países.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Globalização econômica significa livre comércio e se trata de um arranjo que não necessita da intervenção de governos e burocratas – aliás, funciona muito melhor sem eles. Globalismo é outra coisa: é um arranjo que só existe e funciona por causa de políticos e burocratas, é uma política internacionalista pela qual organismos mundiais e seus burocratas querem controlar o mundo e interferir na vida das populações por meio de decisões e resoluções autoritárias, em assuntos como imigração, racismo, descriminalização de drogas, educação, ideologia de gênero, aborto, maioridade penal e por aí vai.

      O globalismo, ao tentar fazer imposições iguais para todos os países sem considerar as diferenças entre os povos, enfraquece o Estado-nação e a soberania interna, e significa a centralização do poder político em escala mundial. Para julgar e adotar posição individual a respeito de qualquer coisa, especialmente sobre temas complexos, a pessoa deve conhecer o significado das palavras, estudar o conteúdo e os efeitos dos instrumentos que delas derivam, para aí, sim, conforme sua crença, assumir a defesa desta ou daquela proposição. Sem isso, o debate fica empobrecido. Infelizmente no Brasil, essa é a norma.

      José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.

      Excluir
  6. ENTRE ESSE NOVO COMUNISMO DIALÉTICO ABSURDO PREFIRO O PROTECIONISMO DO QUE TEMOS DE MELHOR.
    Seria sério senhor reitor defender esse socialismo abstrato?
    EU NÃO QUERO IMPOSIÇÕES IGAUAISPARA TODOS OS PAÍSES, CHINÊS NENHUM VAI EM OBRIGAR A COMER CÃES, NÃO QUERO UM GOVERNO MUNDIAL DE UM RUSSO OU MUÇULMANO, EU NÃO QUERO QUE VOCÊS SEJAM OBRIGADOS A BEBER CHIMARRÃO.
    SEU PENSAMENTO É MUITO DIMINUTO.
    FUI

    ResponderExcluir
  7. Para o novo chanceler brasileiro, por exemplo, "globalismo" é a "configuração atual do marxismo", da qual o Brasil e o mundo precisam se libertar. "É a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural", afirmou o chanceler, em textos de seu blog Metapolítica 17.

    Trump, em seu discurso na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, afirmou rejeitar o que chama de "ideologia do globalismo" que, na sua visão, se opõe ao seu lema de "Estados Unidos primeiro". "Os Estados Unidos sempre vão escolher a independência e a cooperação em vez de governos globais, controle e dominação. Eu honro o direito de cada nação de buscar seus próprios costumes, crenças e tradições", afirmou, acrescentando que os EUA são governados por americanos" e que por isso, em vez do globalismo, ele abraça a "doutrina do patriotismo".

    ResponderExcluir

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-