Tema se tornou um dos assuntos mais
comentados nas redes sociais no Brasil na semana passada
Afonso Marangoni
Uma matéria publicada pelo jornal português Diário de Notícias, um dos mais tradicionais veículos impressos de Portugal, na quarta-feira 10 chamou a atenção do público brasileiro ao afirmar que há crianças portuguesas que “só falam brasileiro”. O motivo apontado pela publicação seria a influência de youtubers do Brasil, os mais assistidos pelos “miúdos” portugueses, que estariam mudando a forma de falar das crianças.
“Dizem grama em vez de relva,
autocarro é ônibus, rebuçado é bala, riscas são listras e leite está na
geladeira em vez de no frigorífico. Os educadores notam-no sobretudo depois do
confinamento – à conta de muita horas de exposição a conteúdos feitos por
youtubers brasileiros. As opiniões de pais, professores e especialistas
dividem-se entre a preocupação e os que relativizam, por considerarem tratar-se
de uma fase, como aconteceu com as novelas”, diz o jornal português.
“Isso foi mais na altura da
epidemia. Depois, com o voltar da escola, deixou de mexer tanto no telemóvel e
deixou de falar [as novas expressões] em casa. Mas quando encontra amigos
brasileiros, começa a falar a ‘brasileiro. Lembro de um menino perguntar a ele
se ele era brasileiro”, disse uma mãe portuguesa ao jornal O Estado de
São Paulo.
O tema se tornou um dos
assuntos mais comentados nas redes sociais no Brasil. Os usuários se dividiram
entre aqueles que fizeram piada sobre a matéria, apontando a influência
brasileira noticiada como uma espécie de “colonialismo reverso” e fazendo
comparações entre termos utilizados em Brasil e Portugal, enquanto outros
usuários – tanto brasileiros quanto portugueses – questionaram o teor
xenofóbico da publicação, ao se referir ao português falado no Brasil como
“brasileiro”, apesar do idioma ser um só.
Com informações do Estadão
Conteúdo
Título e Texto: Afonso
Marangoni, revista OESTE, 14-11-2021, 9h30
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ResponderExcluirE sim, com viés anti-Brasil.