quarta-feira, 15 de julho de 2015

Vinte e cinco anos de brincadeiras

José Manuel
Um quarto de século e se você tivesse vinte e cinco anos à época, em 1990, hoje estaria em plena atividade laboral, talvez muito bem inserido/a num quadro de carreira, conseguindo passar todas as etapas com muita energia e de olho na próxima promoção.

A sua empresa, a Varig, à época era uma das maiores empresas aéreas do mundo e também uma das melhores, sem dúvida nenhuma.

Também sem dúvida nenhuma a Varig hoje, 25 anos após e num país sério seria uma tremenda de uma empresa, e você teria orgulho de ter feito parte da sua história.


Então, vinte e cinco anos não são nada assim tão assustadores em termos de tempo.
Pois é, em 1990, mais precisamente em junho, o Aerus, o seu fundo de pensão, aquele que teve reflexo em quarenta e seis mil pessoas entre aposentados, pensionistas e dependentes, tinha um patrimônio no valor de trezentos e setenta e cinco milhões de dólares.
Era o sexto maior fundo de pensão, abaixo apenas dos estatais Previ, Petros, Funcef, Centrus e Refer.
Estava acima do Sistel, Valia, Cesp e dava um banho no Fapes do BNDES.

Então, como se explodem em 25 anos e claro que hoje teria muito mais dinheiro, trezentos e setenta e cinco milhões de dólares? Como se explode o sexto maior fundo de pensão do país?
Aqui no Brasil é facílimo de se explicar, e vejamos como isso acontece.

Em 1990 um sujeito chamado Fernando Collor de Mello, presidente à época, depois empichado, depois envolvido no Mensalão, agora envolvido novamente no Petrolão, ufa! resolveu, como presidente diplomado, abrir o mercado brasileiro nas rotas internacionais. Por quê? 

Em outubro de 1990, o presidente Fernando Collor valeu-se de um emissário para induzir a Petrobras a emprestar US$ 40 milhões à Vasp, empresa aérea comprada no mês anterior pelo amigo Wagner Canhedo. Deu tudo errado. Pressionado por Paulo César Farias, o presidente da estatal, Luiz Octávio da Motta Veiga, demitiu-se inesperadamente e denunciou o cerco movido pelo tesoureiro do chefe de governo. O escândalo se transformaria na primeira estação do merecido calvário que desembocaria no impeachment.
Fonte: Veja, Augusto Nunes, em 28 de outubro 2010

Elle, depois que voou de carona no Mirage da Fab certamente queria ser o novo rei dos céus no Brasil, uma versão tupiniquim do Richard Branson (*), e através de um seu tremendo " amigão ", rei do busão de Brasília muito conhecido de todos, mais mais impossível, queria, mas para isso tinha que começar a quebrar a Varig.
Então, o que elle fez?

Richard Branson

Elle, o seu amigão mais mais e um brigadeiro também muito mal-intencionado do antigo DAC, formaram uma troika do inferno, e resolveram começar quebrando o Aerus, ao cancelar ilegalmente contratos firmados entre empresas e a União, na chamada terceira fonte.

Exatamente, em fevereiro 1991, o Aerus por conta dessa irresponsabilidade e que vai  custar aos cofres do país alguns bilhões, teve uma das suas três pernas amputadas.
A partir daí, o Aerus, jamais se recompôs. 

A Varig com infindáveis circos de horrores como plano Cruzado, plano Verão, plano Bresser, plano Collor, moedas Cruzeiro, Cruzado, Cruzeiro Novo, inflação a 475%, plano Real e mais recentemente nos anos 2000, essa delícia refrescante e profundamente honesta administração que aí está no momento, também não conseguiu se recompor, pois é absolutamente impossível se trabalhar em um parque de diversões como este.

Como é que uma empresa do porte da Varig, com mais de vinte mil funcionários conseguiu chegar até 20 de agosto de 2010, é um  verdadeiro milagre e uma incógnita, só explicado por Deus e pelos excelentes funcionários que tinha.

E aí, trezentos e setenta e cinco milhões de dólares que pertenciam a nós simplesmente se escafederam, junto com milhares de empregos, nos jogando num mar de lama fétida como o que estamos nadando neste momento, apenas e ainda com o nariz de fora.
A explicação está dada, e a sua opção em fazer parte da lista da esperança somente compete a você.

Mas, lembre-se que o dano que você sofreu ao comprometimento da sua liberdade, pois teve que encontrar uma nova maneira de ser para poder se realizar enquanto pessoa, foi muito sério.

Lembre-se do vácuo existencial produzido em você em razão da perda do objetivo de vida, gerando consequências psicossomáticas de auto-destruição, acumulado ou não com quadros de profunda depressão.

Lembre-se do dano ao seu projeto de vida ou seja aquele que projetou, destruído ou obstaculizado por esses senhores brincalhões que nos governam.

Lembre-se sempre do comprometimento da sua própria identidade, causado pelo absurdo e pela gravidade do dano em questão.

Lembre-se!
Título, Imagem e Texto: José Manuel, 15-7-2015

(*) Richard Branson é o fundador do grupo britânico VIRGIN, sendo uma das empresas, a aérea Virgin Atlantic, e está a galáxias de distância do dinda's house, Collor.

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