Vanessa Schumacker
Grupo vai pedir acesso as provas já
colhidas por órgãos estaduais e federais sobre desvios na saúde
A Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj) instalou, nesta quinta-feira (18/6), a
comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment do governador do
Estado, Wilson Witzel. O grupo composto por 25 deputados, de todos os partidos
com representação na Casa, será presidido pelo deputado Chico Machado (PSD) e
terá como relator o deputado Rodrigo Bacellar (SDD). Ambos foram eleitos por
unanimidade.
A reunião de instalação foi
presidida pelo deputado Eliomar Coelho (PSol), o mais idoso entre os que compõem
o colegiado.
Bacellar anunciou que vai
pedir à Procuradoria Geral da República (PGR), ao Superior Tribunal de Justiça
(STJ), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Estado (MPRJ) a
íntegra da investigação sobre desvios na saúde, revelados nas operações
Favorito e Placebo. Segundo ele, o objetivo é apresentar um parecer de forma
mais técnica e isenta possível. "A sociedade não aguenta mais denúncias de
corrupção, vamos trazer transparência", disse.
O presidente do grupo,
deputado Chico Machado reiterou a responsabilidade na apuração das denúncias.
"É obrigação dessa comissão dar uma reposta sobre o que vem acontecendo no
nosso estado", defendeu.
Denúncia
O pedido que pode afastar o
governador foi feito pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, que
acusam Witzel de crime de responsabilidade. O tucano fundamentou o pedido: "Primeiro
a relação do governador com o senhor Mário Peixoto, lembrando que a primeira
operação deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal se chamou
Operação Favorita porque o Mário Peixoto era o favorito do rei. O segundo
aspecto diz respeito à Organização Social Unir que foi requalificada pelo
governador e nas gravações há indícios que tinham interesses pecuniários
envolvidos. A terceira questão é que uma outra empresa, também ligada à família
Peixoto estava pagando honorários advocatícios de 36 parcelas na ordem de R$ 15
mil por mês para primeira dama", explicou.
Segundo Luiz Paulo, ainda pesa
a decisão do ministro do STJ pedindo buscas e apreensões na Operação Placebo
mostrando que havia fortes indícios de corrupção com a participação do
governador. "Então não tenho dúvida alguma que o pedido de impeachment
está muito bem fundamentado", declarou.
Prazo
Ao fim da reunião, o
presidente do grupo leu o ofício de citação que será enviado ao governador
Wilson Witzel com a cópia da denúncia. A partir do recebimento desse documento,
o governador terá um prazo de dez sessões ordinárias para apresentar sua
defesa. Após esta etapa, a comissão terá mais cinco sessões para apresentar um
parecer sobre o caso, contados a partir do recebimento da defesa ou do fim do
prazo para a apresentação da mesma.
A comissão é composta ainda
pelos deputados Luiz Paulo (PSDB), Enfermeira Rejane (PcdoB), Dionísio Lins
(PP), Renan Ferreirinha (PSB) , Carlos Macedo (Republicanos), Márcio Canella
(MDB), Val Ceasa (Patriotas), Waldeck Carneiro (PT), João Peixoto (Democracia
Cristã), Martha Rocha (PDT), Sub Tenente Bernardo (PROS), Brazão (PL), Marcus
Vinícius (PTB), Marcos Abrahão (Avante), Léo Vieira (PSC), Alexandre Freitas
(Novo), Marina Rocha (PMB), Valdecy da Saúde (PTC), Bebeto (Podemos), Dr.
Deodalto (DEM), Welberth Rezende (Cidadania) e Gustavo Schmidt (PSL).
Título e Texto: Vanessa
Schumacker, Alerj,
18-6-2020, 15h50
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