Raif Badawi, um blogger
saudita, foi condenado a dez anos de prisão e a mil chicotadas por
"desrespeitar o Islão". Badawi recorreu, mas a sentença agravou-se:
as mil chicotadas serão em público.
Hugo Tavares da Silva
Em
maio, Raif Badawi, um defensor dos Direitos Humanos e blogger saudita,
foi condenadopor “desrespeitar o Islão” e por criar um website (“Liberal
Saudi Network”) que funcionava como um fórum para discutir os
problemas da sociedade saudita. O tribunal teve mão pesada: dez anos de
prisão, 1000 chicotadas, dez anos sem poder sair do país, período esse que
começaria quando saísse da prisão, e uma multa de cerca de 200 mil
euros. Badawi estava detido desde junho de 2012, numa prisão de Briman, em
Jeddah.

Em julho de 2013, a condenação
ditou sete anos e três meses de prisão, 600 chicotadas e que o site teria
de ser encerrado. No entanto, em dezembro desse ano, o tribunal que tutela os
recursos aceitou o apelo de Badawi e cancelou a decisão do Tribunal de Jeddah.
Foi preciso quase um ano para conhecer nova sentença, a tal que aconteceu em
maio deste ano.
A Amnistia Internacional
considerou o veredito “escandaloso” e instou as autoridades a anular
a decisão. Na segunda-feira que passou, 1 de setembro, o blogger conheceu
o resultado do recurso. Para surpresa do mesmo e do Centro do Golfo para os
Direitos Humanos (CGDH), o tribunal não só manteve a pena, como decidiu
que as 1000 chicotadas fossem em público, no exterior da Mesquita
Al-Jafali. “Foi ordenado que não pode haver mais de 50 chicotadas por sessão,
com um intervalo de pelo menos uma semana”, pode ler-se num texto publicado na página online
do CGDH.
Título e Texto: Hugo Tavares da Silva, Observador,
03-09-2014
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