José Carlos Bolognese
Já sabemos quem são os
candidatos a presidente em 2018. Conforme quem ganhe, um grupo poderá respirar
aliviado... ufa! ele ganhou!, agora tudo vai melhorar. O título volta para a
gaveta e o eleitor à rotina. E já que seu eleito cuidará de tudo, ele não
precisa cuidar de nada até à próxima eleição. Os eleitores dos derrotados não
farão nada muito diferente. Os mais apegados a seus candidatos ficarão
ressentidos por muito pouco tempo e também vão deixar rolar.
Esta é a sobremesa que a
cidadania vai servir aos políticos depois que eles tiverem almoçado e jantado o
Brasil de novo.
Os caras, como sempre
garantidos nos cargos, vão governar para seus grupos de interesse e não para os
eleitores que ainda não pensam que depois da eleição deveriam entender-se tão
importantes quanto antes dela. Por não entender que o voto é uma barganha, o
cidadão acaba dando uma carta branca sem contrapartida. Ele aceita que o
sujeito fique lá – intocável e nunca cobrado – por quatro anos ou mais fazendo
o que bem quiser e nunca o que queremos e precisamos.
Falar dos caras é sempre
recorrente porque são quase sempre os mesmos. O sistema que permite isso não
muda e, então, eles voltam.
Falar das coisas é mais
complicado porque é preciso primeiro saber o que são. E para mim “as coisas”
são todas aquelas que me afetam como cidadão. É impossível para qualquer
indivíduo cuidar sozinho de todas as suas necessidades em sua existência. Logo,
ele recebe serviços e reciprocamente presta serviços, o que define seu papel na
sociedade. Nas demandas além de suas capacidades, o cidadão, numa democracia,
concede através do voto uma representação de seus interesses. Mas é
precisamente aí que está o funil por onde entram todas as democracias, mas
poucas conseguem sair do outro lado. É o nosso caso, pois enquanto os mandatos
não forem entendidos como propriedade do eleitor e não do eleito, não podemos
chamar de democracia o que ocorre no Brasil.
São tantas e tão graves “as
coisas” acontecendo em nosso país que seria cansativo nominá-las uma a uma.
Quando associadas a uma administração apenas ausente já são sérias o bastante
para que tendências ruins se transformem em catástrofes. É só deixar passar o
tempo e não fazer nada. No caso de um vazamento de gás – para citar um único
exemplo – quando percebido a tempo, tomam-se providências e se evitam
tragédias. Quando uma tendência já virou fato – e muitas tragédias se
apresentam sem aviso prévio enquanto outras são facilmente antecipáveis – o
ocupante do poder precisa mostrar a que veio; ou então ser trocado. Uma autoridade
de qualquer poder apanhada em delito (e mesmo não-autoridades debaixo do guarda-chuva
do estado) raramente são removidas do posto e mesmo assim, somente quando danos
irreparáveis já se estabeleceram.
O que precisa mudar – e nada
vai mudar em 2019; apenas um sujeito com faixa verde e amarela sobre a barriga
– são os meios e a estrutura que o coloca e aos outros no poder. Eles deviam
assumir com um medo danado de um “recall”, de um prazo muito menor que o do
mandato – um ano talvez para sair e dar lugar a outro. Outra eleição em tempo
tão curto? Sim!, eleição quanto mais se pratica, melhor fica. E no caso do
Legislativo (deputados, senadores, vereadores) só se elegeram por distritos,
municipais e estaduais ao alcance de seus eleitores para cobranças pontuais.
Claro que a Constituição atual
ainda não abriga esses preceitos. Mas mesmo esta constituição garante o direito
de livre manifestação e manifestações em grande escala podem mudar leis.
É preciso mudar o jeito de
fazer as coisas para mudar os caras. As coisas de nossas vidas podem mudar para
melhor se os caras não ficarem livres para fazer as suas.
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 11-8-2018
Nosso problema é baseado em três pontos:
ResponderExcluir- A constituição;
- A reeleição continuada.
- Foro de privilégios.
Porque o ladrão de 9 dedos pode reeleger-se?
É constitucional, é lei eleitoral.
Cito como exemplo que nos Estados Unidos, a pensão de presidente é vitalícia sem mordomias. O detalhe básico é que NUNCA mais exerça qualquer cargo público.
As leis eleitorais americanas não permitem que ninguém exerça 2 cargos públicos.
Se o cara é deputado ou senador por um estado, ele pode ser ministro ou executivo de agências estatais, mas deve renunciar ao cargo de senador ou deputado, e aquele estado fica sem senador ou deputado até as próximas eleições.
Por contraponto exceto o presidente as pensões americanas são iguais para todo mundo e a idade mínima é 65 anos.
Além disso há estados que só permitem 2 mandatos como senador ou deputado, como a Califórnia.Sendo que no máximo o cidadão se eleja 2 vezes como deputado e duas vezes como senador.
O HIPERPRESIDENCIALISMO é cultura de países corruptos e socialistas.
Se não mudar seremos eternamente escravos.
fui
Porque votar?
ResponderExcluirQuando todos sabem que o errado é sistema, e que nenhum candidato eleito fará qualquer diferença!
Seja ele ruim, medíocre, desonesto, ou melhor, e honesto!
Não fará diferença!
O sistema - e os donos dele não permitem modificações significativas, tudo será tal qual sempre foi!
Somente uma mudança nas leis eleitorais, como sugeridas acima pelos colegas, tais como proibição de reeleição, por mais de dois mandatos, restrição nas mordomias "ad eternum" dos eleitos, poderia fazer alguma modificação.
Do contrário estaremos atrelados a um sistema corrupto, independente do candidato, e apoiando o mesmo, como escravos do voto.
O voto valida a perpetuação de políticos que só veem seu próprio umbigo, ou os de seus familiares e correligionários.
Somente mudança constitucional colocada em pleito público, seria honesta!E nesta poderíamos decidir com nosso voto, como queremos que nosso país seja governado!
Embora, apenas uma mudança na constituição, não afete muito se os mesmos interessados forem chamados a votar, enquanto constituintes.
Votar neste ou naquele candidato, apenas nos torna cúmplices do enriquecimento de um grupo em detrimento da população em geral.
Direita ou esquerda são sutilezas que só teriam sentido se os candidatos fossem escolhidos pelo povo – com as restrições impostas por uma constituição cidadã, e não no modelo atual!
O povo não elege ninguém, votando ou não.
Os candidatos são sempre os escolhidos pelos donos dos partidos, que também escolhem seus principais assessores, seja por opção própria ou por conchavos. Que é o caso do Brasil!
Votar significa aceitar o sistema, mesmo que com a certeza de que isto em nada pode modificar o “status quo”.
Num sistema como o vigente no Brasil, qualquer ideologia é “bufa” (no sentido figurado!), pois inócua, o que em pouco tempo se comprova!
Somente uma revolução de ideias, expurgando as raposas da política, que se perpetuam em cargos públicos, poderia tornar serio qualquer processo eleitoral.
O mesmo ocorre com o sindicalismo, que em última instância o filhote da política partidária,
Os mais espertos convencem aos demais de que são representados, se locupletando da ignorância na maioria da população!
Ignorância esta que é mantida e incentivada pelos políticos, para que continuemos a votar e a escolher mais do mesmo.
E as pessoas se sujeitam certas que de estarão cumprindo um dever cívico, e contribuindo para o bem geral!
E o povo?
Este continuará a eleger candidatos previamente escolhidos pelos interesses de meia dúzia de seus pares, e dormirá tranquilo, iludido de que cumpriu sua parte e aguardará uma nova eleição pra mais uma vez ACREDITAR!
Toda eleição no qual os “pacotes” são entregues prontos, é uma ilusão de escolha!
Paizote
???Como não apareceu a mensagem que aguardara a aprovação do comentário como saber se seguiu corretamente ou não?
ResponderExcluirPaizote