Cristina Miranda
Depois dos resultados das
eleições legislativas Catarina avançou que BE saiu reforçado. PCP disse que o
acordo das esquerdas unidas funcionou e se o seu partido não obteve mais votos
foi porque foi feita uma campanha de difamação (coitadinhos). Costa
atribuiu esta “vitória” ao sucesso da Geringonça. Mas qual sucesso, minha
gente? Bateram com a cabeça nalgum lado?
O PC perdeu 110 000 votos e 5
deputados; o BE perdeu 60 000 votos e por pouco não ia um deputado à vida; os
três partidos “geringonceiros” perderam no seu conjunto, cerca de 50 000 votos;
os verdes “evaporaram-se”; o PS não só não obteve a maioria absoluta quase
garantida durante um bom par de meses pelos média que andaram com eles ao
colinho, como só cresceu 120 000 votos em relação à sua derrota em 2015 e
a votação de 2019 foi ainda menor que a da PAF em 2015, mas ao contrário
destes, com uma conjuntura nacional e internacional amplamente favorável
ao passo que o executivo anterior teve de governar sob um resgate financeiro
severo. Entrou ainda o CHEGA e o IL, duas forças, uma de direita outra
liberal que vieram revolucionar a forma de fazer política em Portugal. Então
festejam o quê?
A juntar a isto há que lembrar
que tivemos uma abstenção recorde e subida de brancos e nulos. Querem melhor
mensagem de que a maioria silenciosa está a dizer BASTA a esta miséria de
socialismo e social democracia que nos desgoverna desde que existe?
Os “geringonceiros” tiveram 4
anos completos para mostrar o que valem unidos nas suas poucas diferenças a
aprovar todos os OE de Centeno, todas as
medidas “milagrosas” de aumento camuflado de austeridade de Costa
para acabar com a austeridade (quanta ironia) e no fim nem uma votação melhor
que a que tiveram com Passos Coelho conseguem? Não era suposto com um governo
“tão bom” e cheio de “sucessos” ser exatamente o oposto?
A verdade é que esta união das
esquerdas foi um autêntico “flop” que levou o país outra vez a secar todas as
suas provisões e colocá-lo de novo na corda bamba a um passo de colapsar caso a
economia internacional se constipe. E as pessoas ao contrário do que quiseram
fazer crer, não estão a dormir.
De nada valeu abafar as vozes
críticas a esta alternativa de desgoverno. De nada adiantou silenciar os novos
partidos. De nada valeu escrever artigos a granel a ameaçar com a “extrema-direita”
e suas “consequências”. As pessoas não são parvas. A maioria sentiu e sente que
não houve qualquer melhoria neste país, bem pelo contrário. A maioria percebeu
e percebe que tudo isto é só uma grande farsa. A maioria só não se mobilizou
mais, ainda, porque apesar de se rever nalguns partidos novos, jamais acreditou
que esses votos poderiam mudar alguma coisa (a tal estória do voto útil).
Por isso, não foi ainda
desta vez que a viragem à direita se tornou expressiva, mas será daqui a uns
anos. Anotem aí.
A entrada no Parlamento do IL
e CHEGA é só o começo de uma nova etapa política.
Título e Texto: Cristina
Miranda, Blasfémias,
11-10-2019
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