Rodrigo Constantino
Criou-se enorme expectativa,
ao menos dentro da bolha. Afinal, tínhamos o MBL e o Vem Pra Rua, movimentos
que se vangloriam de ter mobilizado milhões para o impeachment da Dilma,
convocando sua militância para as manifestações deste domingo. A imprensa
entrou em peso divulgando. Ciro Gomes e seu PDT aderiram, marcando presença. O
PSDB idem, com os tucanos chamando seus seguidores. Todos unidos contra
Bolsonaro. E deu traço, "flopou", não foi quase ninguém. Um mico!
É preciso analisar
corretamente o fenômeno. E começo justamente pelo fator bolha. Reinaldo
Azevedo, Joel Pinheiro, André Marinho, Guilherme Macalossi, Carlos Andreazza,
Felipe Moura Brasil, Marco Antonio Villa, Alexandre Borges, Amanda Klein, Vera
Magalhães e os "antas": se somar tudo não dá meia Barbara, do canal
TeAtualizei, em termos de análise política, de pulso dos ânimos populares. É o
preço de se viver numa bolha, com total desprezo pelo povo, bajulando uns aos
outros da patota do selo azul na imprensa corporativista.
O que vimos ontem foi o
enterro fúnebre da tal “terceira via” antes mesmo de ela atingir a infância.
Quando não há basicamente ninguém ao seu lado, só resta mesmo xingar todos,
falar que o povo é gado, canalha, imbecil. A alternativa seria olhar no
espelho, e isso pode ser bem doloroso para quem é hipócrita, oportunista,
canalha. A postura desses formadores de opinião tem sido essa: arrogância,
empáfia, malabarismo para demonizar Bolsonaro e resgatar até Lula como opção
democrata! O povo percebe o truque velho e manjado, e foge.
Aqueles que se dizem
moderados, que defendiam o diálogo, elogiavam o governo reformista de Temer,
estão ridicularizando a carta do presidente em tom conciliatório, por exemplo.
Ué?! Só “radicais da ruptura” têm o direito de ficar revoltados com a mudança
de tom. Os demais comprovam só seu oportunismo incoerente. E eis o ponto: a
oposição não tem projeto de país, não faz críticas construtivas, não adota uma
postura coerente. Fica escancarado que é tudo jogo pelo poder, que desejam
manter a política dentro do cercadinho da esquerda, com PT e PSDB fingindo
disputar o poder dentro de grande pluralismo ideológico, quando todos sabem se
tratar de dois partidos de esquerda.
Diante do vexame desta manifestação esvaziada, que virou motivo de muita chacota nas redes sociais, esses tucanos e seus colegas "liberais" preferem a negação da realidade, com raras exceções. Mario Sabino, do Antagonista, admitiu que foi um fiasco monumental, e que negar isso é ridículo.
Mas negar foi o que fez a patota. As reações são ainda mais bizarras do que o fracasso das ruas, pois o contraste é gritante demais com o enorme sucesso do dia 7, quando patriotas foram defender o governo, a liberdade e condenar o arbítrio supremo.
Reinaldo Azevedo, por exemplo, tentou logo de cara fazer suas "análises" mirabolantes, prometendo explicações incríveis e xingando de burro quem comparava as duas manifestações, tudo para não reconhecer o tremendo fracasso tucano:
Uma coordenadora do Vem Pra Rua chegou a afirmar que o importante não é a quantidade, mas sim a qualidade do público! Agora só falta estabelecer que um voto da elite cosmopolita “progressista” vale por cada cem do povo que está tudo certo para criar a democracia de gabinete dessa turma…
A turma do Livres, um movimento esquerdista que faz concessões ao liberalismo econômico, estava bem empolgada antes do ato, espalhando bandeiras e aguardando o povo, que não foi.
Diante do abandono, em vez de reavaliar sua postura, seus líderes dobraram a aposta. É o caso de Fabio Ostermann, um gaúcho também ligado ao Novo, outro grande perdedor do dia, que conseguiu apenas ter sua imagem atrelada aos comunistas e ao movimento LGBT:
Felipe Sabará foi candidato
pelo Novo, mas era da ala considerada "bolsonarista" e por isso
sofreu perseguição interna, promovida por João Amoedo. O "dono" do
partido - ou ao menos da grana do partido - não tolera independência e só
aceita quem virou antibolsonarista histérico como ele próprio, que dorme e
acorda falando em impeachment. O Novo está derretendo justamente por conta
disso. Todos notaram que ele nasceu velho, como um tentáculo tucano com nova
coloração.
A "terceira via" globalista, percebendo que agora é Lula ou Bolsonaro, já começa a elogiar o "democrata" do Foro de SP, o corrupto que idolatra Fidel Castro e defende Maduro e a ditadura venezuelana. É muito desespero dessa turma...
Eis a verdade: a elite
cosmopolita "progressista" quer uma "democracia de
gabinete", sem povo, pois se julga iluminada, quer "empurrar a
história", e nutre profundo preconceito contra o povo real. É uma patota
esnobe, esquerdista, que chama de reacionário ou extrema direita qualquer um
com viés mais conservador. É também um pessoal extremamente hipócrita, que
finge falar em nome da ciência, demonizando quem ousa questionar seus métodos
incoerentes, rotulados de "negacionistas".
O maior ícone dessa turma é João Agripino Doria, o sujeito que vai para Miami sem máscara ou para hotel de luxo no Rio enquanto tranca a população do estado que governa em casa. Um oportunista que acusa Bolsonaro de tudo porque, no fundo, morre de inveja do presidente. Alguém que mais parece um lobista da ditadura chinesa do que um governador do estado mais importante da federação. Restou a esse anão moral o papel mais ridículo neste domingo, promovendo uma dancinha patética sem qualquer noção do conceito de vergonha alheia. Mas a imprensa protege Doria, pois tem milhões de motivos para isso.
Coube à analista Bruna Torlay,
minha colega de bancada do 3em1, oferecer o melhor resumo do MBL nisso tudo, o
grande perdedor do dia: "O MBL se consagra como esquadrão mercenário
(=militantes de aluguel) especializado em comparecer a micaretas cuja meta é o
impeachment de adversários políticos do PSDB". Todos já perceberam que os
"garotos" são desprovidos de quaisquer valores sólidos ou princípios
éticos, que não passam de instrumentos tucanos, agitadores irresponsáveis.
Essa patota toda vai insistir
em suas narrativas furadas, pois não liga para os fatos, para a realidade. Eles
vivem numa bolha, e como a mídia faz parte disso, buscam se blindar das
críticas e do escárnio do lado de fora. É por isso que odeiam as redes sociais
livres: elas esfregam a verdade em suas caras de pau. Mas são todos
"gado" e "robôs", os mesmos que lotaram as capitais do
Brasil no feriado da Independência. Eles é que falam em nome da população
brasileira, garantem. Mesmo sem ninguém ao lado na "mega"
manifestação que marcaram e divulgaram amplamente.
A "terceira via" é
um show de horrores, um espetáculo medonho de oportunismo, um saco de gatos, ou
melhor, de ratos que não conseguem esconder a preferência por Lula nessa
disputa. E eles fingem não notar o absurdo de falar em nome da democracia, da
civilidade, da tolerância e da ética para demonizar Bolsonaro, quando estão ao
lado de alguém como Lula! Mas fora da bolha todos sabem...
Título, Imagens e Texto: Rodrigo
Constantino, Gazeta do Povo, 13-9-2021, 10h25
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