Mário A. Florentino
Escrevi, na semana
passada, que nunca pensei que a Europa voltasse a enfrentar uma guerra. A
verdade é que a resposta global, no mundo ocidental, à brutal invasão da
Ucrânia, mostra que eu não estava sozinho. No século XXI, os cidadãos do mundo
parecem não compreender, nem aceitar, uma guerra como as do século XX. Isso
nota-se nas manifestações que se fazem em todos os países, mas também na
própria Rússia, onde cidadãos comuns, sabendo que vão ser presos, ainda assim
arriscam e se manifestam contra a guerra. Mais de 7 mil já terão sido presos,
incluindo uma idosa sobrevivente do Holocausto.
Impressiona, por outro lado, a
coragem de todo um povo. Um povo demasiado habituado a guerras. Assistimos a
relatos incríveis de ucranianos de todas as idades (desde crianças de 14 anos
até homens de 80) que vestem fardas militares e vão para a frente de combate.
Vão para boca do lobo, de cabeça erguida. Colocam-se à frente dos tanques, e
gritam: "voltem para a vossa terra; esta é a nossa".
Alguém disse hoje que o Muro
de Berlim caiu por causa da TV. O sinal dos canais da Alemanha Ocidental
chegava ao lado Oriental, e as pessoas podiam ver que havia supermercados
cheios e roupas bonitas. Então o muro caiu. Ora, se isso foi assim na década de
80, imagine-se agora, na era das redes sociais. Por mais manipulação e mentira
que Putin queira impingir ao seu povo, eles não se deixam enganar. Eles têm
acesso à Internet e sabem como é a vida deste lado de cá, como é viver em
liberdade. Rejeitam a tirania, e é por isso que não se importam de ser presos.
Querem viver em Liberdade.
Nada será como dantes. No dia 24 de fevereiro, o equilíbrio de forças global mudou, com o brutal ataque do Ditador Putin. A resposta do Ocidente foi clara. A Nato, que estava em morte cerebral (nas palavras de Macron) ressuscitou. A União Europeia tornou-se mais unida que nunca, aceitou o pedido de adesão da Ucrânia (e de mais alguns países do leste europeu), e até a Alemanha mudou radicalmente a sua estratégia de defesa. A condenação à Rússia na votação da ONU foi esmagadora, e inúmeras organizações públicas e privadas mostraram a sua revolta e isolaram Putin. O ditador não vai desistir tão cedo, mas já está a perder esta guerra.
E o Mundo tem um novo herói:
Volodymyr Zelenskyy.
FICA BEM 👍
Volodymyr Oleksandrovych
Zelenskyy, nascido em 25 de janeiro de 1978, em Kryvy Rih, na antiga República
Socialista Soviética da Ucrânia. Licenciado em Direito e ator, comediante e
político. Aos 44 anos é o líder de 44 milhões de ucranianos que enfrentam o
terror da guerra, depois de uma brutal invasão da Rússia de Putin, um gigante
militar. Zelenskyy ficou em Kyiv, a liderar a frente da resistência.
"Quando vocês nos
atacarem verão as nossas caras. Não as nossas costas, mas as nossas caras"
e "Preciso de munições, não de uma boleia". São duas das frases já
famosas deste corajoso e bravo líder, comparado a Churchill e Roosevelt.
Herói.
FICA MAL 👎
Os 13 deputados do Parlamento
Europeu que votaram contra a condenação da Invasão da Ucrânia, entre os quais
os 2 portugueses, Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, do PCP. Os nomes:
Francesca Donato (Liga Norte, Itália), Marcel de Graaff (PVV, Holanda), Ioannis
Lagos (Aurora Dourada, Grécia) Nikolaou-Alavanos e Kostas Papadakis (Partido
Comunista Grego, Grécia), Urbán Crespo (Partido Anticapitalistas, Espanha),
Ozlem Demirel e Martin Schirdewan (Die Linke, Alemanha), Clare Daly e Mick
Wallace (Independents for Change, Hungria) e Tatjana Zdanoka (Letónia).
Que os europeus que prezam o
nosso modo de vida e o Mundo Livre não se esqueçam destes nomes, para nunca
mais votarem neles.
Título e Texto: Mário A
Florentino, Benfica, 3-3-2022
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