Tenho dito que devemos fazer uma oposição ferrenha a Lula e trabalhar para neutralizar as ações pérfidas de seu governo.
Naturalmente, opõem a mim o
raciocínio de que estará tudo dominado, Lula comprará todos os
parlamentares, as instâncias supremas do Judiciário têm feito o que lhes dá
na telha e censurarão toda a oposição.
Bem, não parto do princípio
de que as medidas tirânicas serão tão supressoras do discurso assim, mas
suponhamos que o PT e/ou os ministros do STF queiram ir para uma
radicalização total, ignorando a fratura que se impôs ao país e o peso do
Centrão; tudo isso que estão apontando constitui um círculo vicioso.
Para fazer oposição ao
governo, evidentemente, é preciso poder falar e escrever. Para isso, é
preciso deter o autoritarismo proveniente do ativismo judiciário. Para
detê-lo, de acordo com a Constituição, é preciso que o Legislativo cesse de
se omitir.
Para que a inércia e os
interesses do Legislativo sejam superados a fim de que os representantes deste
poder pressionem o Judiciário, é preciso que a sociedade civil os empurre e
inste a agir.
Na base de tudo, está sempre o sufocamento da sociedade pela burocracia em virtude, ao menos em parte, da falta de cultura associativa e participativa no Brasil, que tem raízes históricas.
Não podemos continuar
querendo corrigir esse problema clamando, como primeira medida, a uma
instituição do Estado – no caso, as Armas – para que viole as leis e destitua
as demais.
Antes de partir para a luta
radical de sobrevivência, reflitamos se realmente fizemos, com inteligência,
tudo que nós, sociedade, poderíamos fazer. Na minha opinião, não. Há muito
mais a ser feito.
Minha sugestão de leigo, como
prioridade, antes mesmo de fazer oposição a Lula, é que as inteligências
liberais da área jurídica municiem os líderes de oposição e a sociedade
civil com propostas legislativas bem estruturadas sobre como fazer frente às
ações do Judiciário – incluindo, se possível, pedidos de impeachment de
ministros censores, mesmo que Lula venha a nomear substitutos, que deverão ser
fiscalizados e sabatinados pelos senadores de oposição – e aí convoquemos
manifestações populares com o fim de apoiar essas propostas.
Se aqueles que ocupam hoje o
Judiciário são a maior muralha diante de nós, eles devem ser, até mais do
que Lula, o primeiro e maior inimigo a ser enfrentado.
Título e Texto: Lucas Berlanza,
Instituto Liberal, 3-11-2022
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