João-Afonso Machado
Tudo corria bem, não fora a
bisbilhotice da Imprensa. Afinal, uma alta responsável da TAP ia porta fora,
não se percebe bem porquê, mas carregando às costas meio milhão indenizatórios
de euros.
Descoberta a marosca, foi
necessário virar a página. Chamando a intervir a Inspeção-geral das Finanças -
o caso era grave, toda a gente percebeu que o Governo estava metido nele até às
orelhas, e o Governo é sobretudo Costa e o seu ministro das Finanças.
Ontem soube-se do relatório da
DGF. Os bodes expiatórios, "exonerados" com justa causa (!!!), foram
a CEO e o Chairman da nossa Companhia Aérea. E houve conferência de imprensa
onde Medina, o ministro das Finanças, se defendeu (e se traiu) repetindo não
três, mas trinta vezes, «vamos virar a página». Os analistas, por maldade e
para azar do Governo, insistem nas «responsabilidades políticas» deste. Isto é,
no seu conhecimento e na sua conivência com o sucedido.
Este o modus operandi da sociedade maçónica que legisla e administra em Portugal.
Em 2015 "viraram a
página" da «austeridade». Vê-se o resultado: a TAP suportou a reversão da
privatização, a Esquerda mais, assim acalmada, deu luz verde ao PS; sobreveio a
maioria absoluta, a TAP (ou seja: o caos) tornou a inclinar-se para os
privados. Com o nosso - dos contribuintes - dinheiro a circular caladinho entre
todos estes dislates.
Sobrevirá ainda uma comissão
parlamentar. Para quê? Quando muito lá irá abaixo mais um secretário de Estado
ou outro. Mas num ministro das Finanças não se toca. E no Venerável Irmão Costa
muito menos.
Título e Texto: João-Afonso Machado, Corta-fitas, 7-3-2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-