Luís Naves
Vivemos em tempos conturbados de política polarizada, como acontece em períodos de transformação rápida. O caminho parece denso e repleto de sombras, a nova crise económica é imprevisível, agigantam-se os estrondos da guerra, mas talvez a dificuldade mais longa seja a grande mudança de mentalidades que acompanha o estertor da ordem vigente.
É messiânico, os
tradicionalistas devem ver a luz, têm de abandonar as maneiras desprovidas de
equidade que os levaram à submissão. A política ocidental usa sanções e
narrativas noticiosas, aparentemente não tem ideologia, mas lembra o comunismo
de antigamente, com as suas manhãs que cantavam. Não há dúvidas sobre a justiça
e perfeição do nosso modelo, quem se questionar é um radical.
Os outros países devem alterar o que lhes resta da parte fossilizada das suas defuntas civilizações, nomeadamente autoritarismo, estrutura familiar, superstições, a própria noção do belo.
Nós também teremos de mudar, precisamos de ter vergonha da religião dos nossos
pais, de pagar indemnizações pelo tráfico de escravos, de sentir o tom pálido
da pele como um ferrete de injustiça passada, de renunciar às imposições
biológicas de género.
Teremos de aceitar que os
transexuais acabem com o desporto feminino em nome da equidade, que as
crianças sejam educadas na escola com grandes confusões sobre a sexualidade. A correção política
implica que os próprios resultados eleitorais possam ser revertidos quando
ganharem os partidos maus que só querem andar para trás.
As massas precisam de ser
ensinadas por gente iluminada. A revolução cultural pode começar em coisas
pequenas, mas as revoluções nunca sabem parar.
Título e Texto: Luís Naves,
Delito de Opinião, 2-5-2023
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