Vice-presidente avalia que Judiciário 'está com um poder acima dos outros dois', o que gera 'instabilidade jurídica' no país
Fábio Matos
O vice-presidente Hamilton Mourão [foto] reiterou que ainda é cedo para traçar prognósticos sobre a disputa presidencial de 2022, após a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que o fez retomar os direitos políticos e a elegibilidade. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ao comentar a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), Mourão demonstrou preocupação com o ativismo do Judiciário.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil |
“O equilíbrio de Poderes na
nossa democracia está rompido. O Judiciário está com um poder acima dos outros
dois e, consequentemente, isso leva a uma instabilidade jurídica. Estamos vendo
isso acontecer”, afirmou.
Indagado se haverá novamente
uma polarização entre Jair Bolsonaro e o PT, agora na figura de Lula, Mourão
preferiu não fazer previsões e disse que “tem muita espuma nesse chope”. “Tem
de dar uma decantada nesse chope. Ele está com quatro dedos de espuma e ainda
não chegamos no líquido”, concluiu.
“Quanto ao ex-presidente Lula,
nem me preocupo. Podem anular o processo, podem mudar o juiz do jogo, mas uma
coisa para mim é clara. O ex-presidente Lula foi condenado em três instâncias
por corrupção. Isso aí não muda.”
O vice-presidente também falou
sobre o enfrentamento da pandemia de covid-19 e lamentou a disputa política em
um momento tão delicado para o país. “Essa pandemia foi usada politicamente tanto
pelo nosso lado quanto pelas oposições. Isso foi até ruim. Esse uso político da
pandemia é péssimo”, avalia. “Então, a gente tem de fazer o que é certo porque
é certo. Não porque vou ter dividendos políticos na frente. Então, [a disputa]
está muito centrada na dicotomia entre o presidente e o governador de São Paulo
[João Doria].”
Título e Texto: Fábio Matos,
revista Oeste, 11-3-2021, 10h30
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Esse cara, que ESTÁ vice-presidente, é muito mais traiçoeiro do que possam imaginar.
ResponderExcluirAcompanhe de perto, e não espere dele nada, nadinha. Pelo contrário.