Rui Rio, sempre disponível para ajudar o Governo, não teve disponibilidade para formalizar o interesse do PSD no apoio da IL à candidatura de Carlos Moedas. É caso para perguntar: Rio é parvo ou faz-se?
Helena Matos
1Lê-se e não se acredita: «presidente
da IL estava desde janeiro à espera de um contacto de Rui Rio para falar de
Lisboa, mas o contacto nunca aconteceu.»
Foto: Paulo Novais/Agência Lusa |
Estávamos já habituados a este
modo único no mundo de fazer oposição por parte do líder do PSD, quando o
lançamento da candidatura de Carlos Moedas veio mostrar que o caso Rui Rio pode
ser bem pior. Depois de ter precipitado o anúncio da candidatura de Carlos Moedas em Lisboa, Rio logo a seguir lhe falhou no essencial, ou seja nas negociações com a IL. Com a candidatura há menos de uma semana no terreno, já é claro que
ou Carlos Moedas se desembaraça de Rio ou se arrisca a que este se torne no
maior problema da sua candidatura. (No meio de tanta petição por qualquer coisa
e o seu contrário, creio que terá o maior cabimento fazer-se uma petição a
pedir encarecidamente ao líder do PSD que visite a Venezuela. Talvez venha de
lá esclarecido sobre as consequências da autodestruição da oposição, mas
conhecendo-o é de temer que se convença precisamente do contrário.)
2Diz o PÚBLICO que o PCP anda há cem anos “Em busca de uma sociedade que nunca existiu”. Mente o PÚBLICO: essa sociedade existiu, existe e caracterizou-se invariavelmente por milhões de vítimas, fomes, genocídio, torturas, campos de concentração… Do Afeganistão ao Vietnam não houve praticamente uma letra do alfabeto que não identificasse um país onde foi implantado o comunismo. E que por isso mesmo e como tal foi elogiado pelo PCP. O mesmo partido que o PÚBLICO diz andar há cem anos “Em busca de uma sociedade que nunca existiu”.
3Foi bonito ver Catarina Martins e Jerónimo de Sousa saindo
pressurosamente do seu torpor para virem defender o Governo via ataques a
Cavaco Silva após o antigo PR ter declarado que A democracia em Portugal está amordaçada… É em momentos
como estes que se vê como os “queridos comunistas” são hoje indispensáveis à
governação socialista, mesmo quando esta lhes dispensa os votos. Afinal,
enquanto garantem a paz social ao PS, os comunistas do PCP e do BE reservam os
slogans e as fúrias para aqueles que põem em causa o poder do PS. Ou que, como
é o caso de Cavaco Silva, mantêm uma reserva de autoridade moral que lhes
permite dizer o que pensam. Enquanto ouve as declarações de Catarina Martins e
Jerónimo de Sousa sobre Cavaco Silva, António Costa não deixará de concluir que
a compra do silêncio desta gente foi o seu melhor investimento.
PS. Entre
anúncios, novas estratégias, desmentidos e reconfirmações perde-se o norte ao
plano de vacinação e testagem à Covid 19. Fomos agora informados que Equipas móveis vão percorrer o país para testarem todas as
escolas públicas. Apenas as escolas públicas? Recordo que
a 19 de janeiro foi anunciado que a testagem ia começar nas escolas secundárias
públicas e privadas dos concelhos de risco extremamente elevado. A 26 de
Fevereiro os testes de rastreio foram alargados a todas as escolas do
continente, independentemente do nível de ensino. Agora em março as escolas
privadas desapareceram dos comunicados. Aguardam-se explicações.
Título e Texto: Helena
Matos, Observador,
7-3-2021, 8h45
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