Ciência é assim mesmo. Como a coisa não
funciona, eles vão estender pelo tempo que for preciso até funcionar
Guilherme Fiuza
1. Perguntaram ao
lendário dr. Anthony Fauci, uma espécie de Mandetta norte-americano, porque os
casos de covid declinaram no Texas depois que o Estado desistiu do lockdown.
O médico das estrelas respondeu que o que acontece no Texas é muito “confuso”.
Ato contínuo, disse que está preocupado com a situação no Brasil e declarou que
o país pode precisar de um lockdown. A ciência do dr. Fauci é
como um ato de vontade: dá e passa.
2. O mesmo oráculo
da pandemia acordou invocado um belo dia e espalhou a diretriz científico-circense
recomendando o uso de duas máscaras (por pessoa). Ou seja: em lugar de um fator
de proteção ineficaz, use dois. O vírus passa pela primeira máscara e quando vê
que tem outra desiste, porque pressente que por trás dessa barreira está a cara
de pau do doctor Fauci, e esta é inexpugnável.
3. Esse top 10
poderia ser todo para o prestidigitador Anthony Fauci, pai das diretrizes
totalitárias fantasiadas de saúde que fazem a ditadura chinesa sorrir de orelha
a orelha, mas vamos dedicar-lhe só mais um Oscar. Mesclada às suas
especulações tenebrosas sobre se os seres humanos poderiam ou
não voltar um dia a se cumprimentar com aperto de mão surgiu uma imitação
graciosa feita pelo ator Brad Pitt simulando uma bronca de Fauci em Trump — o
médico e o monstro. Fauci disse que gostou da caracterização. Todo apocalíptico
curte uma galhofa.
4. O Supremo Tribunal Federal decidiu que a competência prevalente para regrar o funcionamento da sociedade dentro da crise sanitária é das autoridades locais. Mas bateu lá uma dúvida sobre se as igrejas poderiam abrir ou não e o STF resolveu matar no peito, como se diz nas altas várzeas. A regra é clara: a competência para decidir o que abre e o que fecha é da autoridade local, a não ser que me dê uma vontade enorme de dar a real aqui de Brasília mesmo.
5. Como você já
sabe, a maior parte da imprensa cansou desse negócio de ser imprensa, que dá
muito trabalho, e resolveu virar panfleto politicamente correto, até porque
assim fica mais fácil bajular subcelebridades sem ter que fingir que está
fazendo jornalismo. Para não pegar tão mal, inventaram essa figura histriônica
dos “checadores” — cuja missão é basicamente sancionar a panfletagem, com a
autoridade de quem foi ungido para sancionar panfletagem, portanto não há o que
discutir. Foi assim que essa doce patrulha passou a afirmar que a decisão acima
referida do STF tirando autoridade do governo federal na pandemia não tirou
autoridade do governo federal na pandemia. É como nas duas máscaras de Fauci:
pode faltar tudo a um cara de pau, menos convicção.
6. Foi assim que
um dos luminares da junta de auditório de João Doria disse à imprensa amiga que
o lockdown se estenderá “provavelmente” por mais “algum
tempo”. Ciência é assim mesmo. Como a coisa não funciona, eles vão estender
pelo tempo que for preciso até funcionar. Desinibição não vai faltar.
7. Enquanto não
funcionar, se você estiver cansado desse teatro mórbido, pegue o seu avião
particular e voe para Miami ou outro lugar qualquer sem lockdown.
Se quiser sugestão de um bom pacote de viagem, peça ao Doria. Se você não tem
avião, ou se você não tem onde cair morto, azar o seu. No clube da empatia não
há lugar para perdedores.
8. Se estiver no
Rio de Janeiro, passe longe da praia, senão a guarda do Eduardo Paes prende e
arrebenta, como se dizia antigamente, principalmente se você for mulher. Dentro
de uma academia cheia ou de um ônibus lotado você não apanha. O comitê
científico do Duda descobriu que o ar puro faz mal à saúde.
9. Mande as
crianças para a escola, de preferência a pé, porque chegando lá elas vão bater
com a cara na porta depois de uma liminar de um juiz de plantão no domingo à
noite, e aí elas pelo menos terão dado uma caminhada. Aprendizado escolar é
capricho pequeno-burguês. O importante é ter seus filhos zanzando pela cidade
às 7 da manhã protegidos pela ciência de fundo de quintal dos empáticos do
Zoom, que decidem o que é melhor para a sua decadência.
10. Se você está
preocupado com a sua saúde e não sabe o que pode te fazer mal, vá para o Rio
Grande do Sul que o Eduardo Leite decide o que você pode consumir. E se você
preferir não consumir nada vá para as ruas de Curitiba, que o Rafael Greca não
permite essa bagunça de gente dando comida para quem tem fome.
Como ficou claro, dez
flagrantes não dão nem para a saída numa antologia da cara de pau. Prometemos
ampliar a seleção. Enquanto isso, na dúvida, siga o dr. Falso e seus
pandeminions para saber exatamente o que não fazer.
Título e Texto: Guilherme Fiuza, revista Oeste, nº 55, 9-4-2021
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