Carina Bratt
RECEBI em meu e-mail, do amigo
OLIVALDO JÚNIOR, poeta de Mogi Guaçu, São Paulo, algumas trovas sobre a
‘SAUDADE’. Achei interessante, não só pela virtuosidade com que descreve esse
sentimento sempre vivo e presente dentro de nós, como também pela criatividade
dos versos.
Tudo está perfeito: a metrificação, as palavras combinando entre si, a técnica e o talento, bem ainda a profundidade da inspiração. Poucas pessoas, poucos escritores — melhor dito — poucos poetas falam da ‘Saudade’ de uma maneira profundamente marcante e objetiva... ao mesmo tempo tão simples e clara. Olivaldo é um mestre nessa área.
Calabouço da esperança
me aprisiona o pensamento;
da saudade, a confiança
de que volta em outro vento.
Há mil jeitos de matar
sem matar o corpo meu;
o melhor é desdenhar
da saudade, que sou eu.
Minha face, obscura, muda,
muda o jeito quando pensa
que a saudade só nos muda
se ‘Deus Pai’ é nossa crença...
Minha vida tem saudade
de outra vida que morreu;
morte certa, a de verdade
que, mentira, nem nasceuNuma lápide singela
sem o lustro da maldade,
a bondade, feito vela,
luze a chama da saudade...
Numa trova pequenina,
toda feita de emoção,
a saudade é qual ruína
que denota a solidão.
Um crisântemo, sem cor,
me sugere um verso triste:
da saudade, um trovador
faz da lágrima um “alpiste”...
Pois é, meu caro Olivaldo. Continue nos abrilhantando a vida, as horas, os caminhos a serem seguidos com as suas trovas. Lembrando, todavia, que você, meu...
... amigo tem um jeito
que me faz querer saber
se, no fundo do seu peito,
fez morada o amanhecer...
Título e Texto: Carina Bratt. Da Lagoa, no Rio de Janeiro, 13-3-2022
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