domingo, 6 de março de 2022

[As danações de Carina] Por todos os ‘Is’ que ficaram sem pingos

Carina Bratt

FICO ME PERGUNTANDO, e ninguém em sã consciência me responde com conhecimento de causa: por que a ‘Igreja Católica’, imbuída de um ‘Poder Fajuto’, de um ‘Santo Papa’ que, de santo não tem nada, e o mais engraçado, se fingindo ser o representante de ‘Deus na Terra’, se presta a meter o bedelho, ou o nariz em assuntos que nada têm a ver com os dogmas que apregoa em suas raras aparições, e o mais hilário, nessa balela toda, não leva à termo as suas reais funções, como manda as Sagradas Escrituras?

Nasci numa família católica. Minha mãe, uma fervorosa. Minhas tias e tios, primos e primas, sobrinhos e sobrinhas, etc., etc., viviam metidos em igrejas. Aos domingos, como formigas ajuntadas num punhado de açúcar, não perdiam uma celebração. Se alguém se desse ao trabalho de levantar a batina do celebrante que presidia os ‘encontros de finais de semana’, certamente encontraria um sacristão de olhos arregalados metido em lugar errado.

Lugar errado? Como assim? Explico: tipo fazendo alguma coisa estranha que em nada tinha a ver com as suas ‘funções missais’, tampouco com as orações bonitas que o vigário Sizino (que o Altíssimo o tenha longe das queimanças do ‘Fogo Eterno’), pontuava com tanta ênfase em suas falas compridas e elegantes. Compridas até demais, para meu gosto de mocinha recatada e temente (não ao clérigo terrestre no púlpito da igreja), referencio à imagem deturpada do Poderoso e as coisas bonitas e sagradas que saiam como larvas de moscas menstruadas de sua boca dentaduradas de virtudes e purezas.

Nesse bolo de fermento vencido, tirando meu pai (que o Altíssimo continue abrigando a sua alma), ele se mostrava dissidente à essas pieguices chatas e cansativas. No fundo do seu coração, eu sei, como filha dele, meu velho papito nutria uma certa e grandiosa ‘repugnância’ com os ‘reverendos’ —, vamos rotulá-los assim, e faço aqui menção (às figurinhas que desfilaram, desde que ele se fez e se viu adulto, e entendeu, ao pé das letras, as verdadeiras ‘teorias truncadas das paparidades papais’ oriundas de Roma), notadamente com relação aos provimentos satisfatórios e os atributos retaguardados além dos altos e insondáveis muros do Vaticano.

Vou me permitir explicar ‘Vaticano’: esdruxulamente essa palavrinha me traz à mente um sujeito esperto que deu o cano. Por sua vez, se traduzido do latim arcaico, eu diria, sem medo de errar, que ao entendimento do português fluente, seria mais ou menos um ‘vade retro, seu imbecil. Acabei de lhe dar o cano’. Dar o cano, em concluo, é algo semelhante não aos tubos das chaminés dos fogões que temos em nossas casas, todavia, se amolda à Arte da Guerra, não do sábio Sun Tzu. Jamais!

Bailo aqui, às sacanagens de um sósia dele, o falso Sun Sem Tzutesão (o Brasil está cheio deles), grosso modo, sinalizo aqueles elementos perniciosos que vivem de falcatruas, passando os incautos e desprovidos das lealdades beatificantes, para os desatinos da vida —, seja aplicando rasteiras, traindo a confiança —, seja engambelando e atraiçoando... os humildes e por ai segue a bela e formosa carruagem. As minhas amigas de todos os domingos devem estar com as pulgas importunando os escutadores de novelas: onde essa infeliz quer chegar com as suas ‘Danações?’

Na verdade, caríssimas, entender. Somente compreender, captar, de forma esclera e alva dos meus lindos e calientes órgãos dotados da luz doada pelo Onipotente, por que, ou por quais motivos o senhor ‘Papa de meia tigela’, o ‘deus tosco e achavascado’ que está sentado em seu trono, em Roma, cercado de mordomias e abastanças por todos os lados, desfrutando de (canecas e privadas de ouro), se banhando com sabonetes caros, usque agasalhado com um número bastante expressivo de babacas e bobocas beijando seus pés, repetindo, o Papa (ou aquele que papa...) proibiu, em tempos remotos, todas as obras de Thomas Hobbes, Renê Descartes e Montesquieu?!

A listinha do Santo (ou anto de anta) do pau oco, não para por ai: seguiram contrários à Cagada —, me perdoem —, a Amada Igreja, os escritores Charles Darwin, Gustave Flaubert, e pasmem, amigas, até o Alexandre (não o cabeça de ovo do STF). Aponto aqui o autor de ‘Os Três Mosqueteiros’ e, ‘O Conde de Monte Cristo’, sem falar, mas já o fazendo, no inoxidável Victor Hugo, autor dos brilhantes romances ‘Os Miseráveis?’ e ‘O Corcunda de Notre Dame?’’.

Penso que o Papa é um desses miseráveis enrustidos, e, por conta desse seu lado podre, morrerá literalmente corcunda. Aliás, se vocês prestarem atenção, o atual papa lembra a pitoresca figura de Quasímodo. Pesquisei, aqui e ali, li e reli esses ‘livros proibidos’ e cheguei a conclusão que no pensamento efervescente do Papa pop (pop?!) as justificativas se fundaram por se tratarem de escritas sensuais, mostrando a sexualidade explícita.

Mesmo pé nos ovos estragados, atonavam rebentando escrachadamente às injustiças sociais, trazendo para os boçais e desmilinguidos, as deficiências morais, as incorreções políticas, as superstições, as paixões carnais, as heresias e o lado sombrio e impenetrável do Estado Maior do Vaticano. Muitas dessas obras acima citadas foram queimadas. Seria pelo fato dos casos de pedofilias entre os ‘embatinados’ virarem noticias Mundo à fora, ou, via outra, pelo fato do papinha apreciar, atochado com seus calcanhares de ouro, por fortes broquelos, as ‘funfunações e as mazelas do ‘fumum boni juris?’’.

Estou aberta, sempre, às respostas. Venham de onde vierem. Pontofinalizando o texto acima, devo dizer a todas vocês  que em 9 de abril de 1966, exatos cinquenta e seis anos, o ‘Vaiquetedouocano’ anunciou a volta à vida normal dos famosos livros proibidos pelo ato conhecido, na época, como o ‘Concílio de Ladrão’. Desculpem, amigas, do ‘Concílio de Latrão. Desde então, perdura um mistério que nenhum ser pensante conseguiu desvendar. Ficaram no anonimato e sem esclarecimentos, os reais ‘MOTIVOS’ de toda essa grostesca putaria. Como disse acima, e aqui volto a repetir, quem tiver coragem de pesquisar, e falar... estou aberta às respostas e comentários. Venham de onde vierem.

Título e Texto: Carina Bratt. De Vila Velha, no Espírito Santo. 6-3-2022

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