‘Com a nova variante, assustamos toda a gente até borrarem as calças’
Pedro Almeida Vieira
Os Lockdown Files revelam
não apenas uma gestão casuística e uma completa ausência da Ciência na gestão
da pandemia. Revelam sobretudo como, em democracia, é intolerável que um “bando
de políticos” detenham tamanho poder sem serem escrutinados em contínuo. E
deixa também no ar uma pergunta necessária: se foi assim na Inglaterra, que
motivos nos levam a crer ter sido diferente em Portugal? O PÁGINA UM promete
continuar a acompanhar este dossier bombástico, até porque para a imprensa
mainstream lusitana nada se passa em Terras de Sua Majestade. Leia aqui a primeira parte deste dossier.
O Governo britânico definiu
politicamente – e não com base em qualquer critério científico – uma estratégia
de divulgação pública da variante Alfa, que fora sequenciada em setembro de
2020 na região de Kent, para criar artificialmente uma “campanha de medo” que
amedrontasse qualquer pessoa.
Esta é uma das novas revelações do Lockdown Files, do jornal The Telegraph, a partir do vazamento de mais de 100 mil mensagens de WhatsApp entre o antigo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, e membros da cúpula governamental de Boris Johnson.
A veracidade das mensagens é
inquestionável, porque foram diretamente disponibilizadas pelo ex-ministro –
que renunciou ao cargo após ter sido apanhado a violar as regras de
distanciamento em junho de 2021 – à jornalista Isabel Oakeshott, que ajudou o
político a preparar uma autobiografia. Face à gravidade das mensagens, a
jornalista decidiu torná-las públicas.
Nas revelações deste fim de
semana, pelo The Telegraph, fica evidente que Matt Hancock pretendeu, no final
de 2020, capitalizar ao máximo uma nova e decisiva campanha de medo que
assustasse qualquer pessoa. Em dezembro daquele ano, em conversas entre Matt
Hancock e os seus assessores foi sugerido que a variante B.1.1.7 – que viria a
ser batizada pela Organização Mundial da Saúde como Alfa – seria bastante útil
na preparação do terreno para um novo bloqueio.
Numa conversa no WhatsApp em
13 de dezembro, obtida pelo The Telegraph, Damon Poole, um assessor de
comunicação de Hancock – informou o seu chefe que os deputados conservadores já
estavam “furiosos com a perspectiva” de medidas mais rígidas, pelo que a
solução poderia passar por aproveitar uma nova estirpe que fora detectada na
região de Kent.
(…)
Leia no PÁGINA UM
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