A adesão ao modelo SAF (Sociedade Anônima Futebol) e a aquisição de 70% de suas ações pelo fundo norte-americano 777 Partners trouxeram nova vida ao clube
Torcida do Vasco em São Januário
Quintino Gomes Freire
Quando o Vasco teve que
disputar a série B pela segunda vez consecutiva em 2022 – a quinta vez nos últimos
15 anos – o torcedor vascaíno teve todos os motivos para sucumbir ao desânimo e
a desconfiança em relação ao futuro. Entretanto, a adesão ao modelo SAF
(Sociedade Anônima Futebol) e a aquisição de 70% de suas ações pelo fundo norte-americano 777 Partners trouxeram
nova vida ao clube que em 2023 parece no caminho certo para retornar aos tempos
de glória e de protagonismo no futebol nacional.
Após o acesso a série A
conquistado muito mais pela força de sua camisa e de sua torcida do que pelo
futebol apresentado em campo, o clube iniciou lentamente seu planejamento para
a temporada de 2023. Em dezembro, após ter a volta a série A confirmada nos
gramados, não era difícil ver os torcedores criticando nas redes sociais as
demoras nas contratações e o planejamento que não era visível e transparente.
Ainda assim, o diretor de futebol Paulo Bracks e os executivos do fundo
norte-americano seguiam trabalhando nos bastidores para formar um elenco
competitivo para o ano seguinte.
Aos poucos, foram sendo gastos
milhões de reais em contratações. Jogadores como o zagueiro Léo Pelé, os
laterais Lucas Piton e Pumita Rodriguez e o centroavante Pedro Raul foram dando
ao torcedor vascaíno a esperança de um ano um pouco mais tranquilo. Ainda que
os nomes contratados passassem longe de tornar o Vasco favorito pelas casas de apostas para a conquista
do primeiro desafio do ano, o Campeonato Carioca, o time foi se consolidando
dentro de campo com a chegada de mais reforços.
O volante Jair, vindo do Atlético-MG e a volta recente de uma das maiores promessas do clube, o volante Andrey Santos, recém negociado com o Chelsea, encorparam ainda mais o time para dar um salto de qualidade.
Nos primeiros testes mais
desafiadores da temporada a equipe cruzmaltina passou com louvor. Ainda que
tenha perdido o primeiro clássico para o Fluminense, por 2 a 0, a equipe vascaína dominou
as ações, criou inúmeras chances, e perdeu nos detalhes e falhas individuais de
uma equipe que ainda vinha se acertando.
Nos clássicos seguintes, o
time engrenou e brilhou. A vitória contra o Botafogo, embora tenha sido
destacada na imprensa muito mais pelas expulsões do adversário do que pelo
desempenho do Vasco, foi um ponto de afirmação do sistema de jogo implementado
pelo treinador Maurício Barbieri para 2023. Sendo uma equipe que busca propor o
jogo o tempo todo, o Vasco criou as condições para que as expulsões ocorressem
e facilitassem sua vitória.
Mas foi no clássico contra o
Flamengo que o Vasco deu as demonstrações definitivas de que após a implantação
do modelo SAF o clube voltou a ser competitivo no cenário do futebol nacional.
Embora o Flamengo viesse de maus resultados recentes, o clube de São Januário
se impôs e soube vencer o clássico jogando de igual para igual contra um dos
melhores elencos do futebol brasileiro. A vitória do Vasco por 1 a 0 contra o Flamengo acabou sendo pequena, já que o
Vasco desperdiçou um pênalti cobrado pelo artilheiro Pedro Raul. A grande
atuação do goleiro Léo Jardim deu também uma clara mostra de que hoje o Vasco é
uma equipe sólida, com bons jogadores em suas posições, embora se saiba que é
claramente uma equipe em construção e que alternará ainda bons e maus momentos
ao longo de sua primeira temporada construindo uma nova realidade.
As soluções encontradas em
casa também têm contribuído bastante para a evolução do “novo Vasco”. Jogadores
como Gabriel Pec, Erick Marcus, Rodrigo, Miranda e outros oriundos das divisões
de base, têm sido fundamentais no esquema tático de Barbieri e demonstrado que
sendo promovidos ao time principal com calma e sem o peso de terem que ser
protagonistas, os chamados “crias” irão longe.
Embora ainda seja cedo para
qualquer tipo de previsão, fica a certeza de que o Vasco de 2023 será bem
diferente daquele a que o torcedor esteve acostumado nos últimos anos.
Título e Texto: Quintino
Gomes Freire, Diário do Rio, 13-3-2023
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