sábado, 2 de março de 2024

Jovem Pan, um troféu de guerra

Gerson Gomes

Me tornei um jornalista de formação tardia e acelerada graças à Jovem Pan. Em uma quadra virtuosa de nossa história recente, um poderoso e inédito canal de multimídia incorporou ao debate o pensamento conservador.

A dezenas de cidadãos desconhecidos do público, como este veterano coronel, foi disponibilizado o microfone do jornalismo de opinião, em uma experiência inédita (e ousada) de formação técnica especializada em tempo real, ao vivo!

É compreensível que o establishment tenha direcionado seus fogos a esse vetor bem-sucedido de comunicação junto ao imenso e carente nicho de mercado consumidor de notícias jornalísticas. A JP News se tornou um caso de sucesso meteórico porque enxergou o óbvio: uma expressiva demanda reprimida.

Na guerra cultural adaptada ao nosso tempo de múltiplas conexões via internet, a associação do rádio e TV com as mídias acessíveis aos celulares foi explosiva! A inovação tecnológica possibilitou algo inesperado: a formação de uma grande massa crítica no seio do espectro político, até então, estigmatizado como "reacionário" ao avanço hegemônico da cosmovisão "progressista".

Nesse contexto, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de SP assim se manifestou:

"A presente ação civil pública tem por objetivo precípuo responsabilizar a JOVEM PAN pela veiculação sistemática e multifacetada, ao menos entre 01 janeiro de 2022 e 08 de janeiro de 2023, de conteúdos desinformativos a respeito do funcionamento de instituições públicas nacionais, contextualmente atrelados a conteúdos incitatórios à violência e à ruptura do regime democrático brasileiro."

Na mais recente carta magna brasileira, outorgada em 1988, lemos que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."

O Poder Judiciário, portanto, exerce suas atribuições de mediação em caráter de subestabelecimento do poder originário do povo, não emergindo diretamente das urnas.

Em muitos governos ditatoriais há eleições e as palavras "democracia" e "popular" figuram no nome oficial do país: Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia), China (República Popular da China), bem como na casa da temida polícia política Stasi, a comunista RDA (República Democrática da Alemanha).

A censura e a instrumentalização política do sistema jurídico são práticas recorrentes nos governos autoritários, sendo rechaçadas nos países sob regimes verdadeiramente democráticos. A conjuntura brasileira indica que ambas estão perigosamente se proliferando.

O grupo político que se ufana de haver "vencido o Bolsonarismo" tem na JOVEM PAN um importante troféu de guerra!

Título e Texto: Gerson Gomes, X, 1-3-2024, 18h59

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