sexta-feira, 2 de abril de 2021

Sr. Louçã, um “democrata” português

Ricardo Luz

Já muito foi dito sobre esse ser inqualificável a quem a intelligentsia da urbe decidiu há muito dar honras de pessoa decente. Não é necessário estar muito atento para saber-se que decente é coisa que ele não é. Como bem disse Paulo Tunhas trata-se de um espírito autoritário vindo de outros tempos, de tempos de horror e morte que não o podem em nenhuma circunstância chocar. É neles que vive de facto”.

O Sr. Louçã considera motivo de chacota o horror do Holodomor, onde a fome provocada por Estaline levou milhões de Ucranianos à morte e, para sobreviverem, muitos à horrível prática do canibalismo.

Qualquer português que preze a liberdade, e que ouça ou leia o Sr. Louçã há alguns anos, sabe que ele apenas disse o que pensa. Foi até bom que desta vez o tivesse dito de forma tão clara, porque assim não há desculpas sobre que tipo de pessoa que ele é. Ao contrário do que alguém como ele diria e – se pudesse faria – em democracia todos têm o direito a dizer o que pensam, mesmo quando o que pensam e dizem é tão execrável.

Todos têm o direito a ser contratados por empresas e até o direito a ser nomeados para o Conselho de Estado, órgão consultivo do Presidente da República. Quem lhe dá palco lá sabe por que o faz, e a sociedade julgá-los-á em função disso. Não é proibindo a livre expressão de ideias ou a liberdade de contratar ou nomear quem bem se quer que se faz deste um país melhor, bem pelo contrário! Mas, melhor será se forem cada vez mais os que denunciam, com factos e ideias decentes, as aberrantes mentiras com que os “Srs. Louçãs” nos brindam.

Este defende “os amanhãs que cantam” não porque desconheça os seus resultados, pois sabe bem que ao longo da história o que mais “cantaram” foi miséria, fome e terror. Defende-os porque para ele, e outros como ele, os fins justificam os meios. E pessoas são apenas números. Para ele, nos livros da história, uns milhões de mortos não passam de uma mera estatística.

É inútil pensar que este Sr. algum dia sentirá qualquer empatia pela vida dos seus concidadãos, ou que o afetará o sofrimento humano. Apenas nos resta lutar para que as suas ideias sejam metidas num insignificante cubículo de onde nunca deveriam ter saído.

Título e Texto: Ricardo Luz, Blasfémias, 2-4-2021

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