Rendimento médio do trabalhador caiu 7,9%, para R$ 2.569
Akemi Nitahara
O desemprego caiu 0,7 ponto percentual no trimestre encerrado em abril, na comparação com o trimestre anterior, e 4,3 pontos percentuais na comparação anual, e fechou o período em 10,5%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
De acordo com o instituto,
esta é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando a
desocupação ficou em 8,1%. O número de pessoas ocupadas chegou ao recorde
histórico de 96,5 milhões, a maior taxa da série iniciada em 2012, com um
aumento de 1,1% na comparação trimestral. A alta foi de 1,1 milhão de pessoas
no trimestre e de 9 milhões de ocupados no ano.
Em abril de 2021, o Brasil
passava pelo pior momento da pandemia da covid-19, com os óbitos chegando a
passar de 3 mil por dia.
A população desocupada foi
estimada em 11,3 milhões de pessoas, uma queda de 25,3% no ano. De acordo com a
coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, a queda na desocupação vem se
mostrando sustentada desde o trimestre encerrado em julho de 2021, com avanços
nos setores de transporte, armazenagem e correio, administração pública,
defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
“O grupo administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabeleireiros, manicure e esteticista”.
O nível da ocupação, que representa o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 55,8%, uma alta de 0,5 ponto percentual na comparação trimestral e de 4,8 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior.
Já a força de trabalho, que
soma as pessoas ocupadas e as desocupadas, foi estimada em 107,9 milhões de
pessoas, um aumento de 0,4% em comparação ao trimestre encerrado em janeiro e
de 5,1% frente ao mesmo trimestre de 2021. Este é o maior contingente de
pessoas na força de trabalho da série.
Formalidade
O IBGE aponta para o aumento
no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado,
chegando a 35,2 milhões de pessoas. Na comparação trimestral o aumento foi de
2% e na anual houve crescimento de 11,6% no emprego formal.
Os setores que mais empregaram
no período foram o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e
informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas.
Os empregados no setor público
ficaram estáveis em 11,5 milhões de pessoas.
Os setores de ocupação
informal se mantiveram estáveis na comparação trimestral. Com isso, a taxa de
informalidade caiu 0,3 ponto percentual no trimestre anterior, para 40,1% da
população ocupada, totalizando 38,7 milhões de pessoas.
Já na comparação anual, houve
aumento de 20,8% no número de empregados sem carteira assinada no setor
privado, chegando ao recorde histórico de 12,5 milhões de pessoas. Os
trabalhadores por conta própria subiram 7,2% no ano, chegando a 25,5 milhões de
pessoas.
A subutilização caiu 1,4 ponto
percentual no trimestre e ficou em 22,5%, somando 26,1 milhões de pessoas. A
população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas caiu para 6,6
milhões de pessoas, uma redução de 5,3% em relação ao trimestre anterior.
A população desalentada também
caiu, ficando em 4,5 milhões de pessoas, uma redução de 6,4% em relação ao
trimestre anterior e de 24,6% na comparação anual.
Rendimento
De acordo com a pesquisadora
Adriana Beringuy, o aumento da ocupação não se refletiu no rendimento real
habitual, que caiu 7,9% na comparação anual, ficando em R$ 2.569 no trimestre
encerrado em abril.
“Embora tenha havido
crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real
do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no
rendimento do setor público”, disse.
A massa de rendimento real
habitual somou R$ 242,9 bilhões, ficando estável na comparação anual.
Título e Texto: Akemi Nitahara;
Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 31-5-2022, 10h33
Diálogo impossível
ResponderExcluir— Alguém poderia me dizer o que é IBGE?
— Eu posso...
— OK. Quem é o senhor?
— O Zé Trocha, às suas ordens.
— Então me diga, seu Zé Trocha: o que é IBGE?
— Instituto Brasileiro de Gatos Escaldados. Acertei?
— Não.
— Como não?
— IBGE, meu prezado significa Instituto Brasileiro de Gatunos Espertalhões.