Alexandre Garcia
Onde está a Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB? Porque todo dia há um caso no qual se passa com o trator por cima dos direitos e garantias fundamentais, cláusulas pétreas, princípios básicos do direito. O último foi a prisão desse sujeito. Discordo totalmente do estilo dele, da linguagem, discordo de tudo. Agora, a Constituição diz que há a liberdade de expressão, não haverá censura e fala do devido processo legal.
O sujeito ameaçou pendurar os
juízes do Supremo de cabeça para baixo e está preso, no presídio de Belo
Horizonte. Mas preso pelo ofendido, como pode? Isso já não é mais devido processo
legal. O sujeito pode até ser preso em flagrante se a ameaça dele está em vias
de se realizar, se ele demonstra que tem condições para fazer isso.
Imediatamente, inclusive, para obter alguma vantagem, a satisfação de alguma
coisa.
Discordo
totalmente do estilo dele, da linguagem, discordo de tudo. Agora, a
Constituição diz que há a liberdade de expressão, não haverá censura e fala do
devido processo legal
Agora, se está dizendo isso de
bobeira, merece uma queixa para investigar o sujeito, mas para ser ameaça em
si, os juristas me dizem que é preciso demonstrar a ameaça. No entanto, ele já
está no presídio.
Ele ameaçou o ministro do
Supremo e foi o ministro do Supremo que mandou prendê-lo. Não faz sentido
nenhum. Ninguém entende. Cidadão interessado no devido processo legal, um
estudante de primeiro semestre de Direito, não entende isso. A OAB, contudo,
sempre foi muito ciosa dos direitos e garantias fundamentais, e está num
silêncio ensurdecedor em relação a tudo que temos visto de agressões à
Constituição.
Eu sei que o Senado é que seria o foro próprio para investigar o que há por trás disso, mas a OAB também está abandonando com o seu silêncio uma tradição que a manteve tão respeitada. Agora, os próprios advogados se perguntam onde está?
Falando desse assunto, a CPI
da Covid fez aquele barulho todo, e era para fazer mesmo, é o que eles queriam.
Caixa de som, carro de som, palanque, inquisição, gritaria, ofensas, coisas
ridículas, uma tragédia para a história do Senado. Fez um relatório imenso.
O senador Renan Calheiros foi
para a Polícia Federal, que está pedindo há meses provas que ele não tem, mas
também foi para a Procuradoria Geral da República, para apresentar a denúncia
contra o presidente, conforme o relatório da CPI encaminhou, como se fosse um
delegado de polícia fazendo um inquérito. E agora, a subprocuradora geral,
Lindôra Araújo, avisa o Supremo que não tem nem sequer o menor indício de crime
contra o presidente. Nada que se aproxime de uma conclusão de que ele tem que
ser denunciado. Ou seja, foi um relatório que cai no ridículo e que deve ser
cobrado, porque gastou muito do dinheiro do povo para fazer aquilo.
A tentativa política era de
tentar impedir a candidatura de Bolsonaro, passaram um recibo de que estavam
com medo de sua candidatura. Isso já foi por terra e agora vai para o lixo
completo.
O segundo objetivo, no
entanto, foi aproveitar-se daqueles cúmplices, que mesmo sabendo que aquilo não
era notícia, que era uma coisa ridícula, consideraram sério e jogaram para o
país inteiro esse comício que foi a CPI. Seria apenas ridículo se não tivesse
prejudicado tanta gente, inclusive os que morreram, porque ouviam na CPI dizer
que não existe tratamento, ouviam que tinha que se trancar em casa, ficaram sem
renda, sem liberdade, porque a CPI apoiou os atos que romperam cláusulas
pétreas da Constituição. É bom a gente jamais se esquecer disso.
Título e Texto: Alexandre
Garcia, Gazeta do Povo, 25-7-2022, 21h50
OAB não é aquela entidade, melhor dito, aquele cabide de emprego que não faz nada pelos advogados? Só cobra anuidade, penaliza e manda para a Justiça Federal se o profissional atrasa. Tenho a OAB como a cocheira "Onde Amarrei meu Burro".
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza
da Lagoa Rio de Janeiro