quarta-feira, 1 de março de 2023

Fraternidade e fome ou Hipocrisia e fartura?

FratresInUnum.com

Como todos os católicos brasileiros já estão cansados de saber, a Campanha da Fraternidade 2023 tem como tema “Fraternidade e fome” e, como lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer”.


Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde informou que 55,7% dos brasileiros estão acima do peso, índice que, decerto, é muito maior entre o clero.

De fato, enquanto muitas pessoas passam fome e moram debaixo das pontes, significativa parte dos padres (com honrosas e menos exibidas exceções — Deo gratias!) se exibe nas redes sociais fazendo check-in em restaurantes caros, tomando cerveja soberbamente, quando não outras bebidas, fazendo cruzeiros e cuidando muito, muito bem de sua aparência física (não faltam, inclusive, os que ostentam seus tratamentos estéticos, como harmonização facial, implante capilar, limpezas de pele e outras futilidades que, comumente, ocupam mais o público feminino).

O mais interessante, porém, é ver os nossos venerandos epíscopos, dos quais muitos rechonchudos (e também com honrosas, e aqui muito menos numerosas, exceções), pregando o moralismo socialista da partilha e da solidariedade, sem se darem conta que as suas caras imensas e as suas barrigas enormes – o calvário para a cruz peitoral, dizem, gracejando – são o próprio desmentido daquilo que sua boca fala.

A CNBB – em sentido que seria muito mais quaresmal, diga-se de passagem –, deveria fazer uma campanha pelo jejum, a começar pelos bispos, passando pelos padres. Essa obesidade expressiva do nosso clero deveria, inclusive, mobilizar os agentes da pastoral da saúde. Deveriam começar uma nova pastoral: a dos “gulosos anônimos”, com a proibição expressa de ter lanchinho no final da reunião – sim, porque, como diz o povo, não fica bem ir a uma reunião contra a gula e… “comer feito um padre”.

Embora estes temas sejam ainda tão pouco transcendentais, o que repugnaria enormemente a sanha horizontalista dos nossos bispos, mesmo sendo, assim, tão naturalistas, tão nada sobrenaturais, pelo menos conversariam mais com a realidade e, sobretudo, não pecariam pela incoerência.

Sabe-se de casas paroquiais que têm despesas altíssimas com comida. Sim, porque os nossos padres (novamente, não esqueçamos das valorosas exceções!), geralmente, apesar de terem vindo de famílias pobres, gostam de coisas muito boas, como queijos refinados, vinhos importados, frios nobres, além de muitos outros requintes gastronômicos. E os bispos não ficam atrás, porque frequentemente recebem como presentinho aquelas cestas de comida, para não falarmos dos bajuladores que não perdem a ocasião de lhes levar uma feijoada ou qualquer outra comida paroquial que lhe possa encher o estômago.

É verdade que o drama da insegurança alimentar atinge grande parte da população brasileira e que o país, lamentavelmente, voltou ao mapa da fome, ainda que a metodologia para tais estudos possa ser questionada. Porém, ao invés de ficar no palavrório, talvez o nosso estimado clero pudesse fazer um gesto concreto, como gostam eles de dizer: possivelmente, se deixassem de comer as iguarias caras e gordas que comem, poderiam sustentar com arroz, feijão e carne algumas famílias, pois o que falta na mesa do pobre sobra na mesa do clero.

Até mesmo o bezerro de ouro da CNBB, há pouco, afirmou que: “Se nós produzimos alimento demais no planeta Terra e, se neste país, a gente produz alimento demais, e tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria comer para que o outro pudesse comer um pouco”. Há na CNBB muita audiência para esse tipo de groselha, não? Pois que a ouçam!

Há um tempo, um padre petista ultra libertador, exibia-se dizendo que só consome produtos orgânicos e que faz suas compras nos supermercados mais especializados em boa alimentação, luxos dos quais não podem desfrutar os pobres paroquianos que, trabalhando de sol a sol, dão o seu dinheiro sofrido para sustentarem uma Igreja que se diz engajada na luta do povo, enquanto se enfatua com manjares que são até desconhecidos por aqueles que os pagam.

Em tempos nos quais padres vão ao master-chef, talvez faltem mais padres que se resignem ao jejum do Evangelho e imitem Cristo em seu deserto quaresmal.

Título e Texto: FratresInUnum.com, 28 de fevereiro de 2023

4 comentários:

  1. A igreja é uma vagabunda hipócrita. Uma meretriz safada. Nada faz em prol dos oprimidos e esfomeados. Essas campanhas para ingleses verem, deveriam ser proibidas pelo Mingau, digo, pelo Papa. Enquanto os padrecos comem do bom o do melhor, os descamisados e fodidos morrem de fome e sede nas portas dessas piróquias, perdão, dessas paróquias que sequer (para alegrarem os olhos de Deus), fazem alguma coisa de útil em favor dos que vivem às margens da desgraça. A fraternidade não existe, é um mito, um engodo. A fome é real. E prevalecerá sempre. Quanto a Fartura, nem aqui nem na casa do Carvalho... perdão do Caralho.
    Aparecido Raimundo de Souza
    Lagoa, Rio

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  2. O melhor comentário seu. Só faltou a pedofilia da qual as igrejas são campeãs tal e qual comunistas do século XXIX. Os jesuítas destruíram civilizações a título de enriquecer as burras das igrejas. Construíram reduções no mundo todo, as quais foram copiadas por Karl Marx nomeando-as comunas.

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  3. Obrigado amigo Vanderlei pela sua presença em meu comentário. Suas opiniões são sempre bem vindas, o que me leva a seguir adiante, dando umas cacetadas aqui, outras acolá. Devo dizer, que a pedofilia não existe na igreja. Principalmente naquela em que o Mingau está à frente. Desculpe, o Papa. Sua “Sentidade” é um "omem respeitoso, “cério”, temente à Deus, foge do diabo como a Cruz das garras do Capeta. A cada dia vemos nos jornais o Papapa saindo de seu rico palácio incrustrado dentro dos muros do “Vaidaocano” para ajudar os pobres e oprimidos, ora distribuindo cestas básicas, não deixando faltar os alimentos necessários nas casas daqueles que mais necessitam, levando evidentemente a sua graça sem graça, em forma de oração pelas ruas de Roma, em sintonia principalmente dos infelizes que correm em busca de Força e Fé espiritual. Perceba. Se existe um cara que deve ter a entrada garantida no céu, esse “omem” é o nosso “Ispo” (a forma antiga, era grafada como bispo). O que faz do papapa um Grande líder é a sua maneira sutil e elegante de encarar com garra a “peidofilia”. Não confunda com Pedofilia. O amigo Vanderlei conhece algum padreco, vigário, pároco, ministro, abate, perdão, abade que não seja tratado com os rigores da Santa Madre Igreja Apostólica Romana, quando um de seus membros descamba para o lado errado e é flagrado com a batina nas mãos, em crime de Pedofilia? Diferente da “Peidofilia?”, que não é crime. Acaso tem noticiais de um clérigo envolvido nessa desgraça disfarçado por debaixo de uma cueca suja de batom? Resumindo: nossos sacerdotes, mundo afora, são todos uns santinhos. Santinhos do pau oco. O Papapa Seu Chico, cujo nome verdadeiro é Jorge Vercillo Bergoglio, quando sai do sério é coisa de louco. Da última vez, o Sumo Pontífice mastigou, no seu humilde dejejum, o seu solidéu, em solidariedade a um mendigo que ousou cruzar os portões que guarnecem a sua pobre e rica mansão. O Santo Papapa atendeu o sujeito e deu a ele uma viagem só de vinda, para conhecer o Brazzil. Daí ter lançado a “Campainha da Flaternidade”, ou aquele trocinho que "Você toca e ninguém atende" . Pelo sim, peo pão, o tema escolhido, para esse ano, não outro, senão a rabugenta “FlaFluternidade e Fome”. Dai-lhes vós mesmos de comer. Dai-lhes o quê? Só se for piranha, mil perdões, PICANHA.
    Aparecido Raimundo de Souza
    Da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro

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  4. Sobre o atual Papa argentino: me causa erisipela. O Papa, não a Argentina.
    Sobre pedofilia, viadagem e etc... Vem de há muito. Curiosamente o islamo-esquerdismo bate só na viadagem.
    Mas, se o padre se relaciona com mulher, é o silêncio! Que o diga o Padre Amaro.
    Isto escrito, as demais religiões, incluindo seitas de todos os tamanhos e feitios, são um antro de paz, bonomia arrepiante...


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