domingo, 12 de março de 2023

O governo que não acaba

Parece que Bolsonaro continua despachando todos os dias do Palácio do Planalto

J. R. Guzzo


Criou-se no Brasil de hoje algo que nunca existiu antes na história deste país, desde 1.500, e que talvez não tenha existido em país nenhum do mundo: o governo que não acaba. Já tivemos todo o tipo de governo por aqui, inclusive alguns que não foram ruins. Mas não havia acontecido, até hoje, o fenômeno do governo que não acaba nunca. É o caso de Jair Bolsonaro. Daqui a pouco vai fazer três meses que o homem saiu da Presidência e foi morar nos Estados Unidos. Não manda em absolutamente mais nada. Boa parte do que fez em seu governo está sendo demolido. 

Diante da monumental artilharia de acusações destinada a impedir que ele se candidate algum dia a uma nova eleição, seu futuro político parece variar entre o nulo e o não-existente. Só lhe parece sobrar, agora, uma missa de réquiem – mas na prática não está sendo assim. Ao contrário: parece que Bolsonaro continua despachando todos os dias do Palácio do Planalto. Fala-se mais dele do que de qualquer outra coisa.

O assunto, agora, é uma prodigiosa história sobre um estojo de joias que ele deveria ter recebido do governo da Arábia Saudita, não recebeu porque a coisa ficou presa na Alfândega, mas teve a intenção de receber, conforme se acusa – o que, segundo os peritos que a mídia ouviu a respeito do caso, deixa aberta uma avenida nova em folha para acusações criminais contra o ex-presidente. 

Para um homem já acusado pelos inimigos de genocídio, rachadinha, prevaricação, ligação com milícias, rolos não concluídos na compra de vacinas, tentativa de dar um golpe de Estado nas desordens do dia 8 de janeiro em Brasília, e sabe lá Deus o que mais, parece não haver necessidade nenhuma de mais pancada – se Lula, e o PT e a esquerda conseguissem mesmo o que estão querendo, isso tudo seria suficiente para deixar Bolsonaro na cadeia pelos próximos 1.500 anos. 

O motivo por que ele permanece no coração da vida política e do noticiário é outro. A intenção, aí, é esconder as bananas de dinamite que o governo Lula, com as decisões que vem tomando desde a posse, armou para explodir em cima da população. Estão semeando vento como nenhum governo semeou antes neste país; se continuarem assim, vão colher uma tempestade perfeita.

É infantil achar que Bolsonaro vai resolver esse problema, e os demais problemas de Lula, aparecendo todo dia no Jornal Nacional. Quando o cidadão encher o tanque do carro, daqui a X tempo, e ver o preço que pagou, não vai se lembrar de joias, e nem achar que está diante de uma “suspensão da desoneração” dos combustíveis – vai culpar o governo, direto, pela conta que recebeu. Não adiantará nada, aí, querer que prendam o morto.

Título e Texto: J. R. Guzzo, O Estado de S. Paulo, via Revista Oeste, 12-3-2023, 18h

3 comentários:

  1. A questão aqui é muito mais complexa do que esse artigo diz, a questão é algum futuro presidente que queira ser IMITADOR das coisas boas do governo Bolsonaro, e para querer evitar isso é que querem apagar a memória das coisas boas que o governo Bolsonaro e inventar uma falsa memória de coisas ruins.
    O governo Bolsonaro diminuiu em 30% os homicídios e a maioria dos crimes hediondos em 3 anos, fazendo coisas opostas ao que o politicamente correto que domina as redações dos principais jornais diz que é para fazer (mas SEM fazer atrocidades), ele aumentou as armas legais de 800.000 para 1.500.000 e diminuiu enormemente o dinheiro para certas ONGs loucas (que tudo indica que dão o dinheiro para os bandidos) e aumentou enormemente o dinheiro para a polícia e até mesmo diminuiu enormemente o dinheiro para o auxílio reclusão e isso não só não fez aumentar a criminalidade hedionda como até ao mesmo tempo que isso, a criminalidade hedionda DIMINUIU em 30%, o que nega totalmente o dogma politicamente correto de que é puxando o saco dos criminosos hediondos e de suas “famílias” que se faz a criminalidade hedionda diminuir, o seu governo diminuiu em 95% as ações do MST.
    O Bolsonaro passou a fazer uma política externa contra ditaduras terceiro-mundistas e pró EUA Israel e na Europa pró – o grupo de Vasegrado (de Hungria, Polônia e partidos do tipo dos do governo de Hungria e Polônia).
    O Bolsonaro fez 55% da população abandonar a mídia mainstream (incluindo telejornais) e isso continua até hoje e provavelmente vai continuar cada vez mais para o futuro.
    No seu governo as pessoas votaram no Partido Liberal e no Republicanos no legislativo para continuarem com esse programa, e esses dois partidos juntos têm uns 33% dos votos, e continuam com esse programa, ao assinarem a votar da CPMI por exemplo (e só UM do Partido Liberal retirou a assinatura, os outros 3 que retiraram são da União Brasil e do MDB enquanto que muitos outros ACRESCENTARAM a assinatura depois disso) e os governadores desses dois partidos são maioria nos estados do sul, sudeste, e centro-oeste.
    O Bolsonaro JÁ criou um movimento, que vai muito além dele pessoalmente se reeleger em 2026. O pessoal mainstream não faria todo esse movimento por uma mosca que voa. E é preciso manter a memória do seu governo e das coisas boas do seu governo para que, pelo menos, um eventual imitador, venha a repetir essas mesmas coisas em um governo futuro e para isso é necessário sim, enquanto ele estiver vivo, TAMBÉM defender a pessoa de Bolsonaro, isso está INTRINSECAMENTE ligado à possibilidade de pelo menos um imitador, poder imitar as coisas boas que o Bolsonaro fez. Ainda mais que o que falam mal do presidente Bolsonaro, é em 99% calúnias, se é que não 99,999%.

    ResponderExcluir
  2. Ao ver uma foto do ex-ministro do Turismo do Governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto – ministro sanfoneiro, como desprezou o UOL, em 18 de novembro de 2022 – me veio à memória a diferença de posturas dos ministros dos dois governos: os do governo Bolsonaro, entusiasmados pelo trabalho, idealizando progressos para o país; os do atual governo, ressentidos, falam só do governo Bolsonaro e/ou do que pensam fazer para destruir, não só o ex-presidente, mas tudo de bom que esse governo deixou para o Brasil.

    ResponderExcluir
  3. Bolsonaro teve o governo mais fiscalizado, atacado, perseguido, sabotado e prejudicado de TODA HISTÓRIA BRASILEIRA. Enfrentou pandemia e guerra.
    Entregou a economia em ordem, com superávit, inflação controlada e estatais dando lucro.
    Ninguém fiscaliza o Ladrão e ele só acusa JB!

    ResponderExcluir

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-