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Álvaro Cunhal, foto: Eduardo Gageiro |
O primeiro fim de semana de
Setembro inclui todos os anos a festa do Avante!. É uma oportunidade para
lembrar Álvaro Cunhal (1913-2005) e as duas grandes lições que nos deixou. Membro
do PCP aos 17 anos em 1931, do Comité Central desde 1936 e secretário-geral de
1961 a 1992, aprendemos com ele a total dedicação a uma causa. Álvaro Cunhal
foi toda a vida, e em cada pormenor, a personificação do marxismo-leninismo.
Essa era a sua grandeza. O comunismo é muito mais do que programa político ou
ideologia social. Pretende ser uma filosofia global, forma profunda de entender
a vida e o mundo. Cunhal viveu como seu devoto, pensou como seu profeta,
actuou como seu apóstolo. Mais ainda, fê-lo na altura em que essa ideologia
passou pela sua maior tribulação que, para muitos, a feriu de morte. Nestes
tempos de confusão e ambiguidade, é raro encontrar um exemplo assim. Sempre
fiel aos princípios a que dedicou a vida e coerente em tudo até ao fim, foi
caso raro de fé imbatível e piedade sem fingimento.A sua segunda lição é que
cada um fica sempre com a estatura do seu ideal. Quem se entrega totalmente a
uma doutrina, consegue por vezes atingir o máximo de elevação que essa
ideologia permite. Mas não mais. Álvaro Cunhal, homem inteligente, brilhante,
afável, personificava os grandes benefícios e os enormes defeitos do
marxismo-leninismo. Devido à sua fidelidade, conseguiu evitar muitos vícios dos
seus camaradas mais fracos. Mas nunca conseguiu ultrapassar os limites e as
distorções dos seus terríveis dogmas materialistas.
Texto: João César das Neves, Destak, 31-08-2011
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