sábado, 3 de setembro de 2011

Álvaro Cunhal


Álvaro Cunhal, foto: Eduardo Gageiro

O primeiro fim de semana de Setembro inclui todos os anos a festa do Avante!. É uma oportunidade para lembrar Álvaro Cunhal (1913-2005) e as duas grandes lições que nos deixou. Membro do PCP aos 17 anos em 1931, do Comité Central desde 1936 e secretário-geral de 1961 a 1992, aprendemos com ele a total dedicação a uma causa. Álvaro Cunhal foi toda a vida, e em cada pormenor, a personificação do marxismo-leninismo. Essa era a sua grandeza. O comunismo é muito mais do que programa político ou ideologia social. Pretende ser uma filosofia global, forma profunda de entender a vida e o mundo. Cunhal viveu como seu devoto, pensou como seu profeta, actuou como seu apóstolo. Mais ainda, fê-lo na altura em que essa ideologia passou pela sua maior tribulação que, para muitos, a feriu de morte. Nestes tempos de confusão e ambiguidade, é raro encontrar um exemplo assim. Sempre fiel aos princípios a que dedicou a vida e coerente em tudo até ao fim, foi caso raro de fé imbatível e piedade sem fingimento.A sua segunda lição é que cada um fica sempre com a estatura do seu ideal. Quem se entrega totalmente a uma doutrina, consegue por vezes atingir o máximo de elevação que essa ideologia permite. Mas não mais. Álvaro Cunhal, homem inteligente, brilhante, afável, personificava os grandes benefícios e os enormes defeitos do marxismo-leninismo. Devido à sua fidelidade, conseguiu evitar muitos vícios dos seus camaradas mais fracos. Mas nunca conseguiu ultrapassar os limites e as distorções dos seus terríveis dogmas materialistas.
Texto: João César das Neves, Destak, 31-08-2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-