Ontem, dia 7 de setembro de 2011, Dia da Independência do Brasil, milhares de brasileiros indignados sairam às ruas para manifestar essa mesma indignação e protesto contra a corrupção (e falta de respeito pelo cidadão) que vem assolando aquele Grande País. Espero, sinceramente, que seja a primeira de uma série de iniciativas, verdadeiramente populares, que venham, de fato, a modificar o status quo naquele país, tão criticado por alguns dos meus compatriotas em mensagens eletrônicas, blogues, etc... mas, até então, só "criticado".
Força, Brasil! Vamos que vamos, agora sim, LIVRES e sem medo de ser FELIZ!
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Brasília. Foto: Roberto Jayime/UOL |
No dia em que milhares de
brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a UNE não saiu,
não!
É que a UNE estava contando dinheiro.
O governo petista já repassou aos pelegos mais de R$ 10 milhões e vai dar outros R$ 40 milhões para eles construírem uma sede de 13 andares, que serão ocupados pelo seu vazio de idéias, pelo seu vazio moral, pelo seu vazio ético.
É que a UNE estava contando dinheiro.
O governo petista já repassou aos pelegos mais de R$ 10 milhões e vai dar outros R$ 40 milhões para eles construírem uma sede de 13 andares, que serão ocupados pelo seu vazio de idéias, pelo seu vazio moral, pelo seu vazio ético.
No dia em que milhares de brasileiros
saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a CUT não saiu, não!
É que a CUT estava contando dinheiro.
O governo petista decidiu repassar para as centrais sindicais uma parte do indecoroso imposto cobrado mesmo de trabalhadores não-sindicalizados. Além disso, boa parte dos quadros das centrais exerce cargos de confiança na máquina federal.
É que a CUT estava contando dinheiro.
O governo petista decidiu repassar para as centrais sindicais uma parte do indecoroso imposto cobrado mesmo de trabalhadores não-sindicalizados. Além disso, boa parte dos quadros das centrais exerce cargos de confiança na máquina federal.
No dia em que milhares de
brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, o MST não saiu,
não!
É que o MST estava contando dinheiro.
O movimento só existe porque o governo o mantém com recursos públicos. Preferiu fazer protestos contra a modernização da agricultura.
É que o MST estava contando dinheiro.
O movimento só existe porque o governo o mantém com recursos públicos. Preferiu fazer protestos contra a modernização da agricultura.
No dia em que milhares de
brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, os ditos
movimentos sociais não saíram, não!
É que os ditos movimentos sociais estavam contando dinheiro.
Preferiram insistir no seu estranho protesto a favor, chamado “Grito dos Excluídos”. Na verdade, são os “incluídos” da ordem petista.
É que os ditos movimentos sociais estavam contando dinheiro.
Preferiram insistir no seu estranho protesto a favor, chamado “Grito dos Excluídos”. Na verdade, são os “incluídos” da ordem petista.
Os milhares que saíram às
ruas, com raras exceções, não têm partido, não pertencem a grupos, não
reconhecem um líder, não seguem a manada, não se comportam como bando, não
brandem bandeiras vermelhas, não cultuam cadáveres de falsos mártires nem se
encantam com profetas pés-de-chinelo.
Os milhares que saíram às ruas
estudam, trabalham, pagam impostos, têm sonhos, querem um país melhor, estão
enfarados da roubalheira, repudiam a ignorância, a pilantragem, lutam por uma
vida melhor e sabem que a verdadeira conquista é a que se dá pelo esforço.
Os milhares que saíram às ruas
não agüentam mais o conchavo, têm asco dos vigaristas que tomaram de assalto o
país, não acreditam mais na propaganda oficial, repudiam a política como
exercício da mentira, chamam de farsantes os que, em nome do combate à pobreza,
pilham o país, dedicam-se a negociatas, metem-se em maquinações políticas que
passam longe do interesse público.
O MSP - O Movimento dos
Sem-Político
Vocês viram que os milhares que saíram às ruas estavam acompanhados apenas de seus pares, que, como eles, também saíram às ruas. Era o verdadeiro Movimento dos Sem-Político. Não que eles não pudessem aparecer por ali. O PSOL até tentou “embandeirar” os protestos, mas os presentes não aceitaram. Aquele era um movimento das ruas, não dos utopista do século retrasado, que ainda vêm nos falar, santo Deus!, de “socialismo com liberdade”.
Vocês viram que os milhares que saíram às ruas estavam acompanhados apenas de seus pares, que, como eles, também saíram às ruas. Era o verdadeiro Movimento dos Sem-Político. Não que eles não pudessem aparecer por ali. O PSOL até tentou “embandeirar” os protestos, mas os presentes não aceitaram. Aquele era um movimento das ruas, não dos utopista do século retrasado, que ainda vêm nos falar, santo Deus!, de “socialismo com liberdade”.
Se políticos aparecerem para
também protestar — não para guiar o povo —, teriam sido bem-recebidos,
mas eles não apareceram porque nem se deram conta ainda de que alguma coisa
está em gestação, de que um movimento está em curso, de que algo se move no
ventre da sociedade brasileira.
Na semana em que milhares de
brasileiros evidenciavam nas redes sociais e nos blogs e sites jornalísticos
que estão enfarados de lambança, governistas e oposicionistas estavam mantendo
conversinhas ao pé do ouvido para tentar preencher a próxima vaga do Tribunal
de Contas da União. A escolha do nome virou parte das articulações para a
disputa pela Presidência da República em 2014… Governistas e oposicionistas que
se metem nesse tipo de articulação, da forma como se dá, não estão percebendo
que começa a nascer um movimento, que já reúne milhares de pessoas, que não
mais aceita esse minueto de governistas arrogantes e oposicionistas
espertalhões. Essa gente, de um lado e de outro, ficou irremediavelmente velha
de espírito.
Os caras-pintadas, desta
feita, não puderam contar com a máquina dos governos de oposição, como
aconteceu com o Movimento das Diretas-Já e do impeachment de Collor. Ontem, e
assim será por um bom tempo, eram as pessoas por elas mesmas. Sim, algo se move
na sociedade. E é inútil se apresentar para “dirigir” o movimento. Marina Silva
até percebeu a onda, mas errou ao apostar que os outros não perceberam a sua
onda. Esse movimento, dona Marina, não nasce com assessoria de imprensa,
assessoria de imagem, assessoria política e forte suporte financeiro. O seu
apartidarismo, candidata, é transitório; o dos brasileiros que foram às ruas é
uma condição da liberdade.
O maior em nove anos
Os milhares que saíram às ruas ontem, tratados com desdém nos telejornais, fizeram a maior manifestação de protesto contra o “regime petista” em seus nove anos de duração. E algo me diz que vai continuar e tende a crescer. Pagamos um dos maiores impostos do mundo para ter um dos piores serviços públicos do mundo. Sustentamos os políticos que estão entre os mais caros do mundo para ter uma das piores classes políticas do mundo. Temos, acreditem, uma das educações mais caras do mundo para ter uma das piores escolas do mundo. Temos um dos estados mais fortes do mundo para ter uma das maiores cleptocracias do mundo.
Os milhares que saíram às ruas ontem, tratados com desdém nos telejornais, fizeram a maior manifestação de protesto contra o “regime petista” em seus nove anos de duração. E algo me diz que vai continuar e tende a crescer. Pagamos um dos maiores impostos do mundo para ter um dos piores serviços públicos do mundo. Sustentamos os políticos que estão entre os mais caros do mundo para ter uma das piores classes políticas do mundo. Temos, acreditem, uma das educações mais caras do mundo para ter uma das piores escolas do mundo. Temos um dos estados mais fortes do mundo para ter uma das maiores cleptocracias do mundo.
O Movimento dos Sem-Partido
não rejeita a democracia dos partidos — até porque, sem eles, só existe a
ditadura do Partido Único —, mas quer saber se alguém se dispõe efetivamente a
romper esse ciclo de conveniências e conivências. Os milhares que foram às ruas
desafiaram o risco de ser demonizados pelos esbirros do oficialismo. Perderam o
medo.
Sim, em passado nem tão
recente, em 2007, um grupo tentou organizar uma reação à corrupção, que se
generalizava. Não chegou a crescer como este de agora, mas se fez notar. Tinha
uma espécie de palavra-chave para identificar os indignados: “Cansei!” O
movimento foi impiedosamente ridicularizado. Escrevi a respeito à época. Foi
tratado como coisa de dondocas, de deslumbrados insatisfeitos com o que se
dizia ser a “democratização” do Brasil. Houve estúpidos que afirmaram que eram
ricos que não suportavam ver pobres no aviões — como se o caos aéreo punisse
apenas os endinheirados.
A menor tentativa de esboçar
uma reação aos desmandos dos ditos “progressistas” era tratada a pauladas. Na
Folha, Laura Capriglione chegou a ridicularizar uma passeata de estudantes da
USP, feita no campus da universidade, que protestavam contra as greves. Os que
queriam estudar foram tratados como um bando de reacionários. Os indignados com
a corrupção e com a mistificação perderam o medo.
Enfrentar a desqualificação
A tentativa de desqualificação virá — na verdade, já veio. Veículos a soldo, dedicados ao subjornalismo oficialista, alimentado com dinheiro público, já fazem pouco caso das manifestações. As TVs ontem deram menos visibilidade aos protestos do que dariam a uma manifestação de descontentamento no, deixe-me ver, Bahrein! Parece que há gente que acha que democracia é uma coisa importante no Egito, na Líbia e na Síria, mas não no Brasil.
A tentativa de desqualificação virá — na verdade, já veio. Veículos a soldo, dedicados ao subjornalismo oficialista, alimentado com dinheiro público, já fazem pouco caso das manifestações. As TVs ontem deram menos visibilidade aos protestos do que dariam a uma manifestação de descontentamento no, deixe-me ver, Bahrein! Parece que há gente que acha que democracia é uma coisa importante no Egito, na Líbia e na Síria, mas não no Brasil.
É inútil! Os milhares que
foram às ruas ontem não precisam da oposição, não precisam do subjornalismo,
não precisam do jornalismo simpático às manifestações de protesto do Iêmen… A
dinâmica hoje em dia é outra.
Que os sem-partido,
sem-grupos, sem-líder, sem-bando, sem-bandeiras vermelhas, sem-mártires e
sem-profetas insistam. A oposição, se quiser, que se junte. Quem sabe até ela
aprenda a ser livre e também diga com clareza: “Não, vocês não podem!”
Texto: Reinaldo Azevedo, 08-09-2011
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São Paulo. Foto: Marcelo Pinheiro |
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Recife. Foto: Karlos Gustavo Aragão Bungenstab |
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Rio de Janeiro, Cinelândia. Foto: Paulo Resende |
Assista aos vídeos-reportagem de Paulo Resende:
Edição: JP
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ResponderExcluirNo próximo dia 20 de setembro, terça-feira, das 17 às 20h, na Cinelândia!!