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Por 9 votos contra 2, o
Supremo Tribunal Federal decidiu que os Estados e Municípios têm o direito de
impedir as missas e cultos religiosos presenciais. Enquanto isso, o silêncio da
CNBB grita e acusa o seu consentimento diante de uma decisão que deixa os
católicos perplexos.
Mas, e se a votação do STF
tivesse sido favorável às Igrejas e deixasse o assunto para a
discricionariedade dos bispos? A conclusão seria a mesma: a maioria dos bispos
manterias as Igrejas fechadas. A única diferença que a decisão teve, em relação
aos católicos, foi a de tirar o peso desta decisão dos ombros dos nossos
prelados. O que muito lhes conveio!
Já na noite de sábado, 3 de
abril, Vigília Pascal, a liminar do ministro Nunes Marques liberava a
celebração pública das missas, o que favoreceria os fiéis que quisessem ao
menos assistir à Missa de Páscoa. Houve bispos e padres que decidiram abrir
imediatamente as igrejas, tomando todas as precauções sanitárias que o momento
exige; precauções, diga-se de passagem, que não podem ser tomadas nos ônibus e
trens superlotados, que o nosso povo precisa tomar todas as manhãs para tentar
sobreviver no meio desse caos econômico.
A maioria dos bispos, porém, a
despeito da liminar, resolveu manter as Igrejas fechadas. Há poucos minutos, o
Governador João Dória Júnior disse que o Estado de São Paulo progride da fase
emergencial para a fase vermelha, mas que os templos continuam fechados e o
Paulistão volta a rodar (por pura pressão da Federação Paulista de Futebol).
Em outras palavras, está
provado que as decisões dependem da pressão das autoridades eclesiásticas,
cuidadosamente omitida por razões ideológicas.
A propósito, a decisão do STF
deve ter sido comemorada efusivamente pela CNBB, que aderiu à seguinte lei:
Igrejas vazias e cofres cheios, não deixem de doar.
Durante a Audiência Pública, nenhum bispo ou padre compareceu; foram apenas pastores e representantes de Igrejas evangélicas e um (hum, 1, one) católico que representou todos os fiéis que desejam receber os sacramentos. A defesa de Taigara Fernandes, além de brilhante, trouxe outras realidades à tona.
Em primeiro lugar, por que não havia ali nenhum representante da CNBB ou mesmo algum bispo ou padre? Será que não existem clérigos que tenham posições divergentes a respeito, já que o assunto não é dogmático? Por que os bispos contrários à abertura das Igrejas não pediram voz e preferiram agir nos bastidores? Por que os bispos favoráveis também não resolveram falar?
O motivo é simples:
politicagem eclesiástica. Os favoráveis a que o Estado determine o fechamento
das Igrejas não querem dar a cara para não atrair a cólera dos fiéis; aqueles
que são contrários, preferem guardar silêncio para não se indisporem contra
o establishment cnbbístico. Em suma, tudo não passa daquela velha
covardia dos pilantras.
Mas, em segundo lugar, a
coragem de um católico leigo que, em nome do Centro do Bosco, entidade civil
que agrega leigos, mostra o rosto e diz aquilo que a Igreja deveria dizer
revela um panorama paradigmático.
Em 1996, o Pe. Ignace de la
Potterie, conhecidíssimo exegeta, jesuíta, amigo de Joseph Ratzinger, então
Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e, portanto, àquela altura,
custódio do segredo de Fátima, deu uma entrevista ao Jornal da Conferência
Episcopal Italiana, Avvenire, em que disse: “Tem realmente razão
Nossa Senhora em Fátima: os leigos salvarão a Igreja dos sacerdotes e dos
bispos”.
A frase, apesar de ser
desconcertante e de não aparecer em nenhum dos documentos publicados sobre
Fátima, é muito coerente com outras afirmações de testemunhas do segredo.
Dom Alberto do Amaral, bispo
emérito de Fátima, numa conferência de 1984, afirma: “O segredo de Fátima não
fala nem de bomba atômica nem de artefatos nucleares […]. A perda da fé de um
continente é pior que a destruição de uma nação; e é verdade que a fé diminui
continuamente na Europa. A perda da fé católica na Igreja é bem mais grave que
uma guerra nuclear” (declaração desmentida em 1986, mas depois confirmada em
março de 1995).
O cardeal Alfredo Ottaviani,
numa conferência de 1967, diz: “Eu tive a graça e o dom de ler o texto do
terceiro segredo. […] Posso lhes dizer apenas isto: que virão tempos muito
difíceis para a Igreja e que é preciso muita oração para que a apostasia não
seja grande demais”.
Ainda mais explícito é o
conteúdo de uma carta do cardeal Luigi Ciappi, por muito tempo teólogo da Casa
Pontifícia, endereçada ao professor Baumgartner. Na missiva, escrita em 2000,
mas tornada pública em março de 2002, o purpurado revela: “No terceiro segredo
se prevê, entre outras coisas, que a grande apostasia na Igreja começará do seu
ponto mais alto”.
Ora, o que estamos vendo bem
diante dos nossos olhos? A maioria do clero caiu na irreligião e no naturalismo
e renunciou à sua missão sobrenatural, diante do silêncio cúmplice da outra
parte, que resolve resistir em silêncio. A única voz que sobressai é a dos leigos.
São os leigos, pais e mães de
família honrados, a conservar a fé católica sem concessões ecumênicas ou
maçônicas, são aqueles cristãos de respeito, não manchados pela torpeza da
sodomia ou pelo dinheirismo, pela aburguesamento ou pelo egoísmo, aquelas famílias
numerosas e destemidas que estão recebendo a graça de Nossa Senhora para este
momento de grande bagunça dentro e fora dos muros da Santa Igreja.
Temos que permanecer firmes,
pois os pastores nos abandonaram à fúria dos lobos. Eles realmente pensam que
nós todos somos negacionistas e estão cegados por esta falsa preocupação pela
vida – “que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua
alma?”.
Nós não estamos sós: a Virgem
de Fátima nos está conferindo graças e mais graças para a luta. Mais do que
nunca, é a hora de os fiéis católicos leigos manifestarem sua filial e
respeitosa RESISTÊNCIA.
Título e Texto: FratresInUnum.com,
9-4-2021
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