Justiça determinou a execução, de uma só vez, R$ 93,5 milhões em dívidas referentes ao Ato Trabalhista, parcelamento dos débitos que foi cancelado em maio
Diário do Rio
Após a Justiça determinar a
execução, de uma só vez, R$ 93,5 milhões em dívidas referentes ao Ato
Trabalhista, parcelamento dos débitos que foi cancelado em maio, o Vasco se
manifestou oficialmente na manhã desta quarta-feira (18/8). Em nota, o clube
informou que “combaterá” a decisão nos tribunais – entrou com recurso na noite
de terça (17/8) – e criticou fortemente a medida.
Segundo a diretoria, a decisão
assinada pelo juiz Fernando Reis de Abreu, gestor de centralização do Tribunal
Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1), “inviabiliza completamente o
funcionamento do Vasco” e “pretende decretar o encerramento das atividades” do
clube.
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Dirigentes do Vasco da Gama |
“A surpreendente decisão do juiz gestor da CAEX, Dr. Fernando Reis de Abreu, inviabiliza completamente o funcionamento do Vasco e o cumprimento de suas obrigações mais básicas, além de impor a liquidação de ativos operacionais do clube. Na prática, a decisão, de forma absolutamente açodada, pretende decretar o encerramento das atividades de um clube que tem a 5ª maior torcida do país e que dispõe de todas as condições necessárias para reverter o atual estado de crise econômico-financeira, como vem demonstrando no presente exercício social – diz a nota do Vasco“, confira o texto completo no fim desta postagem.
A decisão judicial foi
publicada na terça-feira. O magistrado tomou a medida em um processo, iniciado
em 2014, de um ex-funcionário que cobrava R$ 60 mil. Trata-se de um segundo
passo, após o cancelamento do Ato. Antes, em 3 de agosto, a Justiça criou o
Regime Especial de Execução Forçada (REEF) para cobrar a dívida vascaína. Foi o
site Esporte News Mundo quem revelou a informação.
O valor executado de R$ 93,5
milhões pode aumentar, afinal ainda passará por revisão da contadoria do
tribunal. Atualmente, ele incidirá em receitas de direitos de transmissão e
patrocínios e na penhora de bens imóveis. Na decisão, o juiz indicou a fonte do
dinheiro:
Leia a íntegra da nota divulgada pelo Vasco:
“O Club de Regatas Vasco da
Gama (“Vasco”) informa que ainda não foi intimado da decisão proferida ontem,
17/08, pelo juiz gestor do CAEX, e se reserva o direito de combater esta
decisão no momento oportuno e pelas vias judiciais próprias. No entanto, o Vasco
desde já presta os seguintes esclarecimentos:
A surpreendente decisão do
juiz gestor da CAEX, Dr. Fernando Reis de Abreu, inviabiliza completamente o
funcionamento do Vasco e o cumprimento de suas obrigações mais básicas, além de
impor a liquidação de ativos operacionais do clube. Na prática, a decisão, de
forma absolutamente açodada, pretende decretar o encerramento das atividades de
um clube que tem a 5ª maior torcida do país e que dispõe de todas as condições
necessárias para reverter o atual estado de crise econômico-financeira, como
vem demonstrando no presente exercício social.
Ressalta-se que esta
decisão vai na contramão do momento vivido pelo futebol nacional, especialmente
se considerarmos que há uma semana entrou em vigor a Lei da Sociedade Anônima
do Futebol, pela qual o legislador criou meios para assegurar a viabilidade dos
clubes brasileiros, incentivando sobremaneira o ingresso de novas receitas e
estimulando o desenvolvimento do esporte desde as suas divisões de base, como
vetor do crescimento econômico-social.
O juiz gestor da CAEX
parece querer avocar para si o destino dos mais de 500 empregados do Vasco e de
suas famílias, de 15 milhões de torcedores apaixonados e de um clube que ao
longo de seus quase 123 anos de existência prestou relevantes serviços para a
sociedade, como a precursora luta contra todos os tipos de discriminação, ainda
em 1924, e que serviu de palco para momentos marcantes da História do Brasil,
como a promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas e a criação do salário-mínimo,
ambas anunciadas à sociedade da tribuna de honra do estádio de São Januário.
Igualmente surpreendente, a
decisão foi proferida apenas 4 dias após o mesmo juiz afirmar, em decisão
anterior, ter a “absoluta certeza de que, conversando, conseguiremos chegar em
um denominador comum”, e logo no dia seguinte à primeira audiência em que se
discutiu o regime especial de execução forçada por ele imposto ao clube.
Chama atenção, ainda, o
fato de o juiz gestor da CAEX ter usado dois pesos e duas medidas em casos
semelhantes, pois, em caso envolvendo outro clube que enfrenta os mesmos
problemas que o Vasco, ele não apenas não determinou o regime especial de
execução forçada, como ainda cancelou uma penhora de mais de R$ 20 milhões que
inviabilizaria aquele clube.
Ao tomar posse, há pouco
mais de 6 meses, a atual gestão do Vasco se deparou com a maior crise da
história da instituição e tem tomado todas as medidas necessárias para cumprir
com suas obrigações e recuperar sua credibilidade. Essa mesma situação é vivida
por outras instituições – públicas ou privadas – Brasil afora, e requer tempo e
muito empenho para sua resolução, principalmente no desafiador cenário
pandêmico que vivemos.
O Vasco informa que vai
recorrer da decisão e confia que ela será suspensa e reformada em breve. Se
necessário, o clube se utilizará de todos os instrumentos jurídicos disponíveis
para assegurar a continuação de suas atividades e o cumprimento de suas obrigações
com empregados e fornecedores”.
Título e Texto: Redação,
Diário do Rio, 18-8-2021
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