Roberto Duque Estrada informou que a CBF
liberou que o Vasco transferisse seus ativos para a 777 Partners antes do fim
da Série B
França Fernandes
Após a apresentação da 777 Partners aos membros do Conselho Deliberativo, o Vasco organizou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira para esclarecer tópicos sobre a venda de 70% da sua SAF à empresa americana. O Primeiro e o Segundo Vice-Presidentes, Carlos Roberto Osório e Roberto Duque Estrada, falaram ao vivo sobre o tema na VascoTV.
Roberto Duque Estrada, que
lidera a Comissão Especial para análise da proposta da 777, informou que a CBF
liberou que o Vasco transferisse seus ativos para a empresa antes do fim da
Série B. A princípio, a Confederação não permitia a transferência de contratos
de jogadores e membros da comissão técnica de um CNPJ para outro no decorrer de
uma competição.
– Temos duas pessoas
jurídicas, a associação Vasco da Gama e a 777 Partners. Elas vão se reunir e
criar uma terceira entidade, que é a Vasco SAF. O Vasco contribui para a SAF
com seus ativos e passivos do futebol, e a 777 aporta dinheiro, que são os R$
700 milhões já anunciados. O investidor tem até 36 meses para fazer esse
aporte, com obrigação de aportes mínimos a cada ano – disse Roberto, que
completou:
– Uma coisa importante é que a
CBF autorizou a transferência dos direitos federativos de todos os jogadores
que estão disputando a Série B antes do fim do campeonato. Não vai ser
necessário então fazer dois aportes, o Vasco vai aportar seus ativos de uma
única vez.
Com a proximidade da AGE, a expectativa é que, caso aprovada, a 777 Partners assuma imediatamente o comando do futebol. Carlos Roberto Osório detalhou como será o processo de transição.
– Aprovada a SAF,
imediatamente vai ser constituída a Vasco SAF, que receberá todos os ativos do
futebol ao patrimônio dessa empresa, junto com todo o departamento de futebol,
incluindo funcionários. O que está combinado é fazer uma transição tranquila,
estamos afinados, temos uma visão comum de futuro e tudo será feito para termos
um ano tranquilo até conseguirmos o objetivo de voltar à Série A.
– A entidade tomará suas
decisões e, em paralelo, temos um processo de transição das mais áreas, pois
haverá necessidade de ter um departamento de marketing, financeiro… Não vai
haver nenhum risco de descontinuidade. A SAF não vai começar com uma página em
branco no dia seguinte. Ao longo do segundo semestre, fora do futebol, vai ter
a migração dos profissionais e, no fim do ano, teremos uma configuração
definida do que será SAF e do que será o Vasco associação. O sócio estatutário
permanece como guardião da nossa instituição – explicou Osório.
Veja outros tópicos da
coletiva
Investimento da 777
Carlos Roberto Osório
– O Vasco está asfixiado
financeiramente, não tem recursos para investir, consequentemente monta equipes
fracas, obtém maus resultados esportivos, não à toa estamos na Série B pela
quinta vez, temos baixo engajamento da torcida, baixa receita e vamos numa
espiral de uma longa e lenta decadência que enfrentamos nos últimos 20 anos. A
SAF chega para romper o círculo negativo e criar um círculo virtuoso.
– A 777 vai fazer
investimentos na qualificação do elenco profissional. Estamos no meio da
temporada, disputando a Série B, e esses investimentos serão feitos para já ter
uma equipe competitiva na Série A no ano que vem, com mais engajamento da
torcida e arrecadação de receitas, que virão com os melhores resultados para
tornar o futebol sustentável com o tempo. A 777 tem metas claras de
investimento nos três primeiros anos. Depois, essas metas se tornam metas de
performance. A nossa métrica são os cinco mais orçamentos do Brasil, e é aí que
o Vasco vai estar.
Transparência sobre a SAF
– Essa entrevista faz parte do
projeto de comunicação da SAF do Vasco. É um momento importante para os
vascaínos, e essa proposta de detalhamento começou na quinta com uma reunião no
Conselho Deliberativo com uma apresentação direta da 777. Queremos que todos
tenham as informações para decidir com segurança em relação à SAF do clube.
– Queria colocar três pontos
que começaram lá atrás, quando Jorge Salgado e a diretoria traçaram três
objetivos: que a SAF pudesse garantir investimentos no futebol do clube para
recuperar o protagonismo do Vasco a nível nacional e sul-americano; equacionar
o gigantesco endividamento do clube; que o processo garantisse os espíritos de
vascainidade. Essas eram as três pré-condições para avançar nesse processo, e a
proposta que está na mesa do clube atende a esses objetivos. Temos agora no ar
um e-mail para os vascaínos tirarem dúvidas, e temos um conjunto de iniciativas
até a Assembleia Geral para todos terem as informações necessárias.
– Vamos fazer uma inédita
audiência pública na VascoTV para qualquer vascaíno no Brasil e no mundo dar
sua opinião sobre o futuro do Vasco.
Trabalho da comissão e
contratos
– Nós temos uma sala reservada
no escritório do Vasco, no centro da cidade, e cada membro tem uma pasta com
uma cópia de todos os contratos. Separei a comissão em três . Tem-se um acordo
de investimentos, que é o principal contrato, com o estatuto da SAF como
documento anexo, e também um acordo de acionistas. Uma vez feita a SAF se tem
contratos que a 777 vai celebrar com o Vasco, como uso da marca, arrendamento
do complexo de São Januário, outros dois contratos sobre o uso dos centros de
treinamentos em Duque de Caxias e na Cidade de Deus. Tinha um contrato de
gestão conjunto do futebol, mas se tornou desnecessário já que a CBF liberou a
transferência dos ativos. E tem mais um contrato sobre o processo de transição.
– Imagino que não vamos
necessitar os 10 dias prorrogáveis, mas não vamos terminar dentro dos 15 dias,
que terminam na segunda-feira. A minuta do parecer já está pronta, e eu separei
a comissão em três grupos de relatores. Um que está com o acordo de
investimentos, outro com o acordo de acionistas e estatuto, e o terceiro com os
contratos da marca, CTs e São Januário. Estamos em fase de consolidação desses
trabalhos. Não gosto de dar data, mas nosso esforço é para que na próxima
semana temos esse relatório entregue ao presidente do Conselho Deliberativo.
Receitas da associação e
sócios estatutários
– Teremos um valor fixo de
aluguel anual por São Januário, que retira da associação o ônus da manutenção
do complexo como todo. Também teremos os royalties, que terão valor fixo e um
percentual das vendas dos produtos licenciados pela marca Vasco. Também teremos
as receitas dos nossos sócios estatutários. O sócio estatuário está aqui para
zelar pelo Vasco. Para poder votar, eleger o presidente e eleger seus
representantes no conselho da SAF, vai ser o sócio estatutário. É muito
importante que o sócio do Vasco da Gama saiba da sua importância e de sua
responsabilidade. Se é vascaíno, tem que se manter sócio estatutário. Temos
outros esportes com muita tradição, como basquete, futsal, remo, além das
escolinhas. Além disso ainda temos as sedes do Calabouço e da Lagoa. E os
dividendos, uma vez que o Vasco será um acionista importante da SAF – explicou
Duque Estrada.
Investimento imediato
– A primeira fase é o
compromisso de investimento até 2026 para atingirmos os objetivos. Queremos ser
grandes, fortes e de maneira sustentável no curto prazo. A partir de 2027
começamos um futuro para sempre, com metas claras em campeonatos a nível
nacional e internacional para o investimento render recursos aos seus
acionistas. Nós precisamos estar no patamar de investimento dos principais
concorrentes, e queremos que um percentual das receitas seja investido no
elenco profissional. Se a 777 for extremamente eficiente da gestão da 777 e
garantirmos títulos com um investimento menor que nossos concorrentes, problema
nenhum. O que queremos são títulos – disse Osório.
Metas orçamentárias e folha
salarial
– As metas orçamentárias são
metas dos aportes e temos metas em relação ao investimento no futebol, de como
esses recursos serão destinados – disse Duque.
São Januário
– É um tema central, o Vasco
não abriria mão do complexo. Tudo que dizer respeito ao estádio será locado
pela 777, e tem uma área que permanecerá com a associação, como o parque
aquático, sala de beneméritos, colégio, área administrativa, o ginásio de
esportes e salas esportivas anexas ao ginásio. Vasco e 777 também se entendem
na utilização desse complexo. O custo total de manutenção do complexo passa
para a SAF, da segurança à limpeza, se queimar uma lâmpada é problema da SAF, o
que vai aliviar a associação. Vai ser um compartilhamento, tanto SAF quanto
associação poderão usar as áreas.
– Existe um desejo de reformar
e expandir o complexo, que pode se dar de algumas maneiras: o clube consegue os
recursos e aporta na obra, aí temos previsto em contrato mudanças já que o
estádio passaria a valer mais e gerar mais recursos; se a SAF decidir aportar
os recursos, clube e SAF vão discutir como isso se dará – a SAF já disse ter
interesse em ter a propriedade do estádio caso venham a investir, mas isso não
está na mesa agora, isso teria que voltar a ser discutido à frente nos poderes
do Vasco – ressaltou Carlos Roberto Osório.
Mais detalhes sobre os
contratos
– Transparência é o que mais
temos feito, essa comissão é representada por vários membros, todos os
presidentes de poderes tiveram acesso aos contratos, mas estamos lidando com um
parceiro que tem interesses estratégicos. O que não saiu são questões que não
interessam ao torcedor, mas que interessam à nossa parceira. Não podemos
revelar questões que ela colocou confidencialidade. O nosso relatório será
bastante transparente em relação à cláusulas, investimentos, garantias, tudo será
apresentado. Nós vamos tirar dúvidas e, no fim do processo, vai ser ver que
essas dúvidas da confidencialidade são uma grande bobagem, o que é relevante
para a preocupação do clube estará totalmente revelado – disse Duque Estrada.
Estratégia da 777
– O Vasco está fazendo parte
de um grupo de futebol formado pela 777, o 777 Football Group, que já tem
clubes na Europa. Eles montaram uma estrutura coorporativa para esse grupo a
nível internacional. O Vasco da Gama é Flagship, é o carro-chefe da 777 na
América do Sul, dos clubes do conjunto da 777 de longe é o mais tradicional, o
que mais tem torcida e o que tem mais potencial de crescimento. Nenhum clube no
futebol nacional e internacional tem o potencial de crescimento do Vasco.
Comparar onde o Vasco da Gama está hoje e onde pode chegar é um salto
gigantesco. Estamos no segundo ano na Série B, jogamos no Maracanã com 130 mil
torcedores em dois jogos, os jogos em São Januário absolutamente lotados. O
potencial é muito grande. Parafraseando o nosso Raniel, nós achamos que a
sociedade não está preparada para a volta do novo Vasco. A parceria da 777 não
significa apenas aportes financeiros, significa o ingresso do Vasco como
protagonista no cenário do futebol internacional – disse Osório
Fonte: Globo Esporte
Título e Texto: França
Fernandes, Vasco Notícias, 8-7-2022, 12h45
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