Depois da vitória de Lula, a velha mídia
começou a reescrever os fatos e distorcer a realidade
Para ajudar a “pasta”, a Polícia do Pensamento faz a patrulha da sociedade, prendendo dissidentes e promovendo uma série de lavagem cerebral naqueles que divergem do establishment totalitário. Essa ficção saiu das páginas do livro e tornou-se o modus operandi da “grande mídia brasileira”, reunida no consórcio de imprensa.
Orçamento secreto é emenda de relator
Desde a vitória de Lula,
jornalistas têm se empenhado na missão de mudar o sentido das palavras e até de
apagar o passado. A mais recente tentativa de concretizar isso ocorreu com o
chamado Orçamento secreto, revelado há pouco mais de um ano pelo consórcio de
imprensa como um “escândalo maior que o Mensalão e o Petrolão da era PT”.
Segundo o consórcio de imprensa, o governo federal usou uma parte dos recursos
do Orçamento destinado às emendas parlamentares para obter apoio de deputados
do centrão.
“Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a peça orçamentária é manejada e aprovada pelo Congresso Nacional”, observou o jornalista Silvio Navarro, numa reportagem publicada na Revista Oeste. “Cabe ao Executivo enviar o planejamento de despesas e arrecadação, mas o ajuste é feito pelo Legislativo. Outro detalhe importante é que esses recursos são legais. O resto é o jogo político de Brasília.” Outro dado importante é que o Orçamento não tem nada de secreto, visto que é publicado no Diário Oficial da União. Mesmo com essas informações, o consórcio dedicou várias primeiras páginas para macular a imagem do presidente Jair Bolsonaro, associando-o ao que seria uma prática de corrupção, ignorado inclusive o fato de o chefe do Executivo ter vetado esse mecanismo.
Ao adotar o vale-tudo na
cruzada contra Bolsonaro e a “direita” a pretexto de salvar a democracia, essa
imprensa ajudou a ressuscitar um cadáver político, a ponto de negar os crimes
que ele cometeu
No dia seguinte à vitória de
Lula no segundo turno das eleições, o Orçamento secreto virou “emendas de
relator” nas capas dos jornais e sites. A Folha de S.Paulo é o
caso mais bizarro. A publicação alterou o título da reportagem “Saiba o que é e
como funciona o Orçamento secreto”, publicada em 8 de setembro de 2022, para
“Saiba o que é e como funcionam as emendas de relator”, depois de alegar no
Twitter nunca ter usado o termo “Orçamento secreto”. A mudança na
reportagem consta como feita às 14h53 de 17 de outubro, antes do segundo turno
das eleições. No texto original, o termo Orçamento secreto aparecia 25 vezes.
Com a revisão, passou para sete. Já emenda de relator foi de três para 15
citações. O informe “atualizado em”, comum em textos editados após a
publicação, só apareceu no texto em 4 de novembro. O jornal não explicou por
que a mudança repentina.
A Folha produz FRAUDE jornalística e engana o seu leitor.
— Leandro Ruschel 🇧🇷🇺🇸🇮🇹🇩🇪 (@leandroruschel) November 4, 2022
Em 8 de setembro, o "jornal" fez uma matéria sobre "orçamento secreto".
Passada a eleição, mudou o título para "emenda do relator", e ainda anunciou que nunca chamou de "orçamento secreto".
MENTIROSOS! pic.twitter.com/izUt1GHDBY
Outra demonstração de que o jornal se referia às emendas de relator como Orçamento secreto é a notícia publicada em 8 de setembro deste ano, sob o título “Afinal, quem criou o Orçamento secreto?”. Em uma imagem satírica com algumas frases, não há menções ao termo emendas de relator. Mas, três dias depois de Lula ser eleito, o jornal publicava a seguinte manchete: “Centrão e aliados de Lula aceitam negociar mudanças em emendas de relator”.
O portal UOL, do grupo Folha, seguiu a cartilha e, em 3 de novembro, informou que “centrão e aliados de Lula aceitam negociar mudanças em emendas de relator”. Também o jornal O Globo decidiu copiar a concorrência. No mesmo dia da notícia do UOL, disse: “Emenda de relator não é impositiva, dá para negociar, diz Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados”. Sabe-se que Maia (PSDB-RJ) foi um dos articuladores das emendas de relator. O congressista tornou-se rival do presidente Jair Bolsonaro. Em 16 de outubro, porém, O Globo publicou uma reportagem explicativa usando a expressão agora anulada do consórcio: “Bolsonaro criou ou vetou o Orçamento secreto?”.
Até os 33 milhões de brasileiros que passavam fome no Brasil desapareceram instantaneamente com a vitória de Lula. Em 8 de junho, a Folha repercutiu um levantamento de uma ONG de esquerda que afirmava haver este número de famintos no país. A culpa foi atribuída a Bolsonaro, claro. Nesta quinta-feira, entretanto, três dias depois do anúncio oficial, a edição impressa do jornal trouxe a manchete: “Pobreza foi a menor da história em 2020 em 20 anos, diz Banco Mundial”. A manchete e o subtítulo da reportagem não mencionam que os dados se referem ao Brasil, tampouco que o cenário positivo se deu durante o governo Bolsonaro.
Lula é inocente
Em 28 de outubro, a Folha inspirou-se
no Supremo Tribunal Federal (STF) e publicou o texto “Entenda por que Lula é
inocente sem ter sido inocentado”. Depois de uma série de explicações tão
contraditórias quanto o título, o jornal justifica a inocência do petista: “Ele
chegou a ser condenado pelo então juiz Sergio Moro e por Tribunais Superiores
na Lava Jato, mas as ações foram anuladas pelo STF por duas razões técnicas: Moro
agiu com parcialidade para punir o líder petista, e as causas deveriam ter
tramitado no Distrito Federal.”
Dois dias antes, fora a vez de
o jornalista William Bonner, da TV Globo, absolver Lula durante a sabatina
no Jornal Nacional (JN). Antes de começar as perguntas, o
âncora disse: “O senhor não deve mais nada à Justiça”.
Lockdown é
mentira
Com o mesmo cinismo que
reescreveu o passado de Lula, a velha imprensa decidiu apagar a forma como
lidou com o lockdown. Ainda no JN, a jornalista
Renata Vasconcellos tentou “dar uma invertida” em Bolsonaro. O presidente
dissera que fora contra o lockdown na pandemia de covid-19,
enquanto a imprensa tradicional e a classe artística manifestaram-se a favor do
isolamento social. Renata afirmou que a mídia defendeu o fique em casa, “se
puder”, acrescentou no final da frase. Um vídeo de 2020 mostra o contrário. A
jornalista pede às pessoas para ficarem em casa “até que venha a orientação
para sair”.
A apresentadora do
programa Roda Viva, Vera Magalhães, foi um pouco mais longe e negou
a existência de um lockdown no Brasil, fingindo não ter visto
os vários Estados fechando comércios e prendendo quem desobedecesse às “medidas
sanitárias”. Em um tuíte, ela escreveu que o país “nunca teve um lockdown em
momento algum”. Posts de redes sociais resgatados na internet mostram a
jornalista em momentos do lazer e recomendando que todos “quarentenem-se”. Tuíte
Bolsonaro mente ao usar o termo lockdown. O Brasil não teve lockdown em momento algum #oglobonaseleicoes
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) August 22, 2022
Ao adotar o vale-tudo na cruzada
contra Bolsonaro e a “direita” a pretexto de salvar a democracia, essa imprensa
ajudou a ressuscitar um cadáver político, a ponto de negar os crimes que ele
cometeu. Enquanto isso, nada fez para impedir a perseguição promovida pela
“Polícia do Pensamento” do Tribunal Superior Eleitoral a veículos de
comunicação independentes, a exemplo do jornal Gazeta do Povo,
a emissora Jovem Pan e a própria Revista Oeste.
“Durante o governo Bolsonaro,
a imprensa conseguiu ultrapassar o simples status de partido
de oposição”, constatou o sociólogo Eduardo Matos. “Particularmente, chamou
atenção um consenso estabelecido em muitas redações de que seriam permitidos
‘atos de exceção’ contra o governo e seus apoiadores, em nome de uma suposta
defesa da democracia.”
Ao distorcer a realidade e calar-se diante da tirania, esses veículos de comunicação viraram verdadeiros Ministérios da Verdade. E transformaram em realidade o que até Orwell duvidou que um dia se tornaria real.
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