terça-feira, 6 de dezembro de 2022

[Aparecido rasga o verbo] Micos que os grandes mestres pagaram

Aparecido Raimundo de Souza

Algumas mancadas que marcaram época

1 – OS COCHILOS, em literatura, às vezes são muito curiosos. É crença geral que somente os escritores novatos cometem desacertos. Porém, a verdade é que os renomados mestres os fazem também e, alguns, até de arrepiar os fios de cabelos dos olhos. Émili Zola, escritor francês nascido em 2 de abril de 1840 e falecido em 1902, em seu livro “Lourdes” lançado em 1894, encontramos a seguinte passagem: “Vamo-nos — disse Peter, procurando seu guarda-chuva para secar suas lágrimas”. 

2 – O também francês Gaston Lerroux (aliás, o pai do Fantasma da Ópera) em seu conto “Dramas íntimos” teve, não um simples toscanejar, mas, por certo, um pesadelo horrível, quando escreveu: “A tripulação do navio tragado pelas ondas constava de vinte e cinco homens que deixaram centenas de viúvas condenadas à miséria”. 

3 – Alphonse Daudet em seu conto “Sapho” de (1884), descreve um cavalheiro que “passeava no jardim de mãos cruzadas nas costas, lendo um jornal”. 

4 – Balzac, em “Beatriz” a coisa rola mais ou menos assim: “Começo a ver mal, exclamou a pobre cega”. 

5 – Até o nosso ilustre Assis Chateaubriand praticou um erro, ou uma gafe pior que qualquer destas já citadas. Em o “Duque de Montbazon”, na voz de um personagem, o Tibério, lemos o seguinte trecho: “Pobre Maria. Cada vez que percebe o ruído de um cavalo que se aproxima, acredita que seja eu”. 

6 – Ora, se os renomados tropeçaram na língua, por que, um simples e humilde escrevinhador de crônicas cotidianas (sem pretensões de chegar ao estrelado) não pode dizer: “lá vinha eu montado a cavalo num burro”?   

7 – Despedida do astro
Maurice Chevalier despedindo-se aos oitenta anos, das plateias, assim se expressou:
“Quando eu era jovem, bebia demais, vivia e amava demais. Creio ter, porém conseguido conservar dentro de mim um pouco de fogo juvenil. Hoje muito mais do que ontem, canto por amor, não por dinheiro. Em um certo sentido, não faço mais um trabalho: professo uma religião”.

8 – O Tendão de Aquiles
De acordo com a mitologia grega, quando Aquiles nasceu, sua mãe o mergulhou de cabeça no Rio Stix. O contato com a água fez com que todo o seu corpo ficasse invulnerável, exceto na parte do calcanhar por onde a mulher o havia segurado. Segundo a lenda, esse guerreiro só foi derrotado quando recebeu um ferimento mortal no tendão do calcanhar, que hoje é conhecido por nós todos como o “tendão de Aquiles”.

9 – Ajuda da Imprensa Oficial
Em 1930, Carlos Drummond de Andrade editou seu primeiro livro intitulado “Algumas Poesias” (quinhentos exemplares), sob o selo imaginário de Edições Pindorama. Na verdade, a publicação foi facilitada pela Imprensa Oficial do Estado, mediante desconto em folha de pagamento do respeitável e querido funcionário.

10 – Cidade dos pequenos
Em Bartsk, a cidade da juventude, encontrada no livro infantil de Djalma Pinto, pela editora Armazém da Cultura, onde vivem hoje (segundo a história por ele contada) mais de um milhão de habitantes é algo que pode ser considerado como “um milagre do século”. Por conta passou a ser a metrópole que conta com o maior nível de natalidade do mundo. Entre os Bartskianos (nas vozes das personagens Broa e Sovada), as duas jovens afirmam categoricamente que o meio de transporte mais frequente entre eles é, sem dúvida alguma, o Carrinho de bebê.

11 – Os dois pulmões
Os dois pulmões não são iguais afirma o médico John B. West em seu livro “Fisiopatologia pulmonar”. O esquerdo, diz ele, “é menor. Tem dois lobos. O direito é maior e tem três lobos. O que chateia as pessoas, nessa história toda é a hora dos pacientes visitarem um pneumologista e os lobos começarem a uivar desenfreadamente, e pior, sem motivos aparentes”.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 6-12-2022

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