Haroldo Barboza
De posse da
poderosa arma chamada “propaganda exaustiva”, os consumidores domesticados são
levados a adquirir produtos e serviços apesar de na maior parte das vezes não
atenderem às expectativas dos compradores. Nos países onde a defesa do
consumidor está na 5ª escala de prioridades, dá para imaginar o que nos
empurram pela goela abaixo.
Rotineiramente
os produtos (mais de 80%) comestíveis (e medicamentos) industrializados
apresentam as seguintes falhas:
a) peso 5%
abaixo do indicado nas embalagens; mais 5% que perdemos nas embalagens tipo
tubo, que agora não enrolam mais para espremermos até o final;
b) data de
validade camuflada para que após dois minutos de busca o consumidor desista de procurá-la
e leve na “confiança”. Meu projeto para resolver este problema foi encaminhado
a trinta parlamentares de Brasília em 2005. Está engavetado até hoje;
c) forma de
armazenamento e de exposição nas gôndolas, muitas vezes inadequadas nos
mercados;
d) produtos
de padarias, com embalagem local, muitas vezes recebem validade “adicional” com
nova etiqueta;
e)
informações sobre o SAC algumas vezes menores que as datas de validade. E quem
se arrisca a telefonar, perde oito minutos ouvindo opções para: pedir novo
produto, trocar endereço, fazer elogio (?), pedir 2ª via de fatura, blá-blá-blá.
Quando chega na opção de falar com
atendente, é informado que devido à demanda o tempo de espera médio é de nove
minutos. Quem resiste?
Quanto a
serviços e produtos não comestíveis, observamos:
a) Os produtos “duros” (geladeiras, aspiradores, bicicletas e assemelhados), são entregues com “manuais” obscuros para que o cliente monte a peça de forma inadequada, ou seja, obrigado a contratar “especialista” para a próxima semana, cobrando quase metade do valor do produto comprado;
b) peças
destes equipamentos, a parte de metal vem sendo trocada por plástico quase
duro: deformam, racham, quebram; e para trocá-las, precisamos de um técnico que
possui a chave certa para o parafuso embutido OU adquirir um “kit” de R$ 300,00
por causa de uma mola que nem custa R$ 10,00 no ferro-velho.
Adequadamente,
as normas de “proteção” ao consumidor possuem “atalhos” para a empresa faltosa
limpar seu nome. Desde a troca do produto (mas teremos de enfrentar burocracias
que nos forçam a ficar no “preju”), até advertências e multas ridículas. A
CEDAE sofre penalidade pela água contaminada que entrega aos pagantes das
faturas?
E assim,
através da propaganda que jura que você estará no paraíso se comprar o
trambolho ou se tornará “demodé” se não o adquirir, os encalhes vão sendo
despejados em nossos lares e largados no lixão após um ano ou dois de uso. Ou
até que um modelo “mais” moderno surja.
A seguir:
SUBJUGAÇÃO – parte 7 – falências controladas
Título e
Texto: Haroldo Barboza, 14-4-2021
Anteriores:
SUBJUGAÇÃO – parte 5 – mentes controladas (II)
SUBJUGAÇÃO – parte 4 – mentes controladas (I)
Informática x Poetrix
SUBJUGAÇÃO – parte 3 – loteamento das nações
SUBJUGAÇÃO – parte 2 – classes subalternas
SUBJUGAÇÃO - parte 1 - mentores
Quem aceitaria?
Câmera não enxerga covid
A quarta onda está chegando
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