Haroldo Barboza
Em 1971
entrei para o ramo da Informática como Programador (Cobol, PL1 e JCL). Em 1975
passei em prova para Analista de Sistemas. Éramos conhecidos como técnicos da
área de Processamento de Dados (PD). Hoje chamam de Tratamento da Informação
(TI).
Muitas
pessoas nos admiravam como “alquimistas” modernos. Eu admiro aviadores,
comandantes de navios, engenheiros civis e médicos (não escravos do
computador).
Montamos
diversos sistemas corporativos que encantavam nossos clientes (e a gerência
superior). Nossos clientes diretos eram pessoas das áreas da contabilidade,
recursos humanos, ações, material, vendas e outras menos votadas. Mais de 1.800
pessoas em contato direto conosco e dependentes de nosso trabalho correto e
ágil no CPD.
A partir de
1990, os micros começaram a chegar às mesas de nossos colegas, que passaram a
criar seus processos locais (centenas de dados) sem dependerem tanto de nosso
trabalho (milhões de informações para serem arrumadas com rapidez).
Através da
linguagem ROSCOE (IBM) podemos dizer que criamos nossa “intranet”, permitindo
troca de pequenos arquivos e troca de mensagens rápidas sem uso do telefone.
Ensinei
diversos “clientes” a usar e criar rotinas (integradas com o computador
central) para seus setores, enquanto meia dúzia de colegas demostravam certa
apreensão e alguma depressão diante do temor de perderem importância (status)
diante de antigos dependentes de seus préstimos.
*** Mudando
de assunto. Comparando com a Literatura. ***
Milhares de autores residem no patamar mais alto da Literatura com todo merecimento, por obras valorosas que encantam gerações sucessivas. Membros da ABL se sentem “sacerdotes” por dominarem com maestria as centenas de figuras de linguagem que ilustram suas belas obras.
Latim para
eles é refresco. Eu só tirei 10 UMA vez nesta matéria (mas a menor nota foi 5,5
no ginasial) com o eclético Wandick Londres da Nóbrega no saudoso Colégio Pedro
II.
Por todos
estes méritos, nossos escritores (e muitos de seus seguidores), não enxergam o
Poetrix como uma arte que mereça maior apoio, pois apesar de seus “segredos”,
pode ser praticada com mais facilidade por um enorme grupo de habitantes que
conseguem (não há o incentivo devido) ler pelo menos um livro por trimestre. Eu
tive a oportunidade (por vontade própria) de ler quase dez livros por ano,
durante trinta e cinco anos. Apesar de ser uma “migalha”, em nosso país é um
privilégio.
Portanto, a
disseminação do Poetrix não contará com o apoio destes monstros das letras, para
não se “igualarem” com os menos letrados.
Além do
mais, muitos ocupam cargos executivos e em seus cardápios não consta nada que
possa elevar as mentes populares.
Cabe a nós,
apreciadores mais fervorosos, tentar contaminar amigos do clube, condomínio,
uma Professora na família, alunos dela (ou seus) asilos, creches, paróquia,
manicure etc. para que os desejosos (com um mínimo leque de sinônimos) adquiram
o gosto pela arte. Devemos apresentar-lhes a matéria como “diversão” (*).
Num almoço
com mais quatro ou cinco pessoas, cabe um “rodízio” (nem precisa de papel, mas
pode gravar no smart), onde o participante seguinte cria sua obra a partir da
última palavra do anterior.
(*) - antes
do meu sogro falecer, nas duas visitas semanais à casa de repouso, eu fazia
isto com três internos. Daí nasceu o RX10.
Orçamentos
públicos mal cobrem as despesas para limpeza de edificações, salários de
funcionários, segurança dos acervos (o museu da Quinta / RJ já foi esquecido?)
e agregados. O que sobrará para disseminar Cultura entre “excluídos”?
Título e
Texto: Haroldo Barboza, 6-4-2021
Anteriores:
SUBJUGAÇÃO – parte 3 – loteamento das nações
SUBJUGAÇÃO – parte 2 – classes subalternas
SUBJUGAÇÃO - parte 1 - mentores
Quem aceitaria?
Câmera não enxerga covid
A quarta onda está chegando
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