sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Estação de Metrô de Lisboa é renovada. Ou, um exemplo de como a boçalidade e a inveja podem atrapalhar uma cidade, um país...

Há tempos pude constatar o péssimo estado das instalações da Estação Baixa-Chiado do Metrô de Lisboa. Fiquei estarrecido em ver as escadas rolantes pifadas e pessoas idosas paradas, descansando, nos patamares da enorme escadaria daquela estação. Não me lembro se lá existem elevadores. Se afirmativo também estavam avariados.

Março de 2011. Foto: Pierre Pereira
Aí, quando soube da parceria público-privada entre o Metropolitano de Lisboa e a PT (Portugal Telecom) vibrei de entusiasmo. Falei para os "meus" sobre essa ótima iniciativa e que esperava vê-la ser copiada em TODAS as estações do Metrô.


Mas, para minha grande surpresa (e irritação) leio hoje no jornal "Público" exemplos explícitos de mediocridade e, bem pior, de inveja e ódio travestidos em oposição. Alguns comentários que se seguem à matéria de o "Público" são francamente, com o perdão da presunção, imbecis e boçais. A autoria da matéria é de Inês Boaventura. Os grifos são meus.

Estação Baixa-Chiado do metro de Lisboa chama-se agora PT Bluestation
Aquela que é uma das mais emblemáticas estações de metro de Lisboa foi rebaptizada. Baixa-Chiado PT Bluestation é o seu novo nome, graças a uma acção de marketing da empresa que está a gerar controvérsia. O Fórum Cidadania Lisboa chama-lhe "prostituição do espaço público" e o Grupo de Amigos de Lisboa fala numa "saloiice de muito mau gosto".
O presidente do Metropolitano diz que esta mudança "é um marco na vida do metro, um marco de ruptura, de inovação, de criatividade". Cardoso dos Reis revelou, aliás, que quer alargar esta iniciativa a outras estações: "Esperamos contar com a visão de futuro, o espírito inovador e a ambição de outras marcas", disse o gestor. O Marquês de Pombal pode ser a paragem que se segue.

O Metropolitano recusou divulgar quanto vai arrecadar com esta operação e o presidente executivo da PT também não revelou quanto vai a empresa pagar para ter, durante quatro anos, o seu nome na estação. "É um investimento significativo", limitou-se a dizer Zeinal Bava.
Já o secretário de Estado dos Transportes declarou-se "muito contente com este projecto". Porque, explicou Sérgio Monteiro, "corresponde à vontade do Governo de que as empresas públicas de transportes encontrem formas inovadoras e criativas de gerar receitas", para serem "menos dependentes do Orçamento do Estado".
No caso da Baixa-Chiado, esta iniciativa inclui ainda a disponibilização aos utilizadores de estação de Internet grátis. Além disso, haverá acções diárias (como projecções de vídeo, distribuição de rebuçados ou massagens nas mãos), pelo menos durante um ano, e nas paredes serão projectadas notícias e "informações úteis". Questionado pelo PÚBLICO, o presidente executivo da PT garantiu que essas projecções não incluirão mensagens publicitárias, mas admitiu que a Baixa-Chiado receba "demonstrações de produtos" da marca.
A vereadora da Inovação da Câmara de Lisboa defendeu que "é importante a cidade apostar em projectos inovadores". Questionada pelo PÚBLICO sobre a alteração de nome, Graça Fonseca recusou-se a opinar, dizendo apenas que, "como qualquer situação de patrocínio, é normal que a marca queira estar presente".
Já o vereador do PCP ficou incrédulo com a mudança: "Como? Ai valha-me Deus! Isso é péssimo", reagiu. "Houve uma altura em que o metro convidava os melhores artistas portugueses para fazerem estações soberbas. Agora temos línguas estrangeiras e marcas", lamentou Rúben de Carvalho, que promete levar esta questão "tão marcante na vida da cidade" à próxima reunião da autarquia.
"É de ficar sem palavras", afirmou Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lisboa, que considera estar-se perante um caso de "prostituição do espaço público". "Dentro em breve, em Lisboa, estaremos todos publicitados", afirmou por sua vez Appio Sottomayor. O olisipógrafo está também contra a utilização de uma palavra em inglês no nome da estação: "A língua portuguesa, pouco a pouco, está a ser enterrada. Faça-se então o funeral", concluiu.
"É uma saloiice desnecessária, de muito mau gosto", corroborou Salete Salvado, do Grupo de Amigos de Lisboa. A representante do colectivo, que integra a Comissão Municipal de Toponímia, lembrou ainda que, "até agora, o metro tem utilizado os nomes dos locais, respeitando a tradição toponímica da cidade". E lamentou que essa prática tenha sido interrompida. "Como querem receber dinheiro, estão a curvar-se", acusou.
"Acho mal. A toponímia não devia ter sido mudada", afirmou por sua vez a historiadora Irene Pimentel, que também faz parte da comissão, onde gostava de ver discutido este caso. Outro dos seus elementos, o musicólogo Rui Vieira Nery, acha que esta "não é uma matéria da competência da comissão". Mas, a título pessoal, reconhece que não tem "simpatia" por ver "o nome de uma empresa associado a um marco da cidade".
"Vejo esta solução de forma muito crítica. Preferia que deixassem os nomes como estão ou que os substituíssem, por exemplo, pelos de grandes figuras da cultura e da ciência", afirmou por sua vez José Jorge Letria, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores.
Os presidentes das juntas de freguesia de São Nicolau, António Manuel, e dos Mártires, Joaquim Guerra de Sousa, não ficaram incomodados com a notícia de alteração do nome e manifestaram a expectativa de que o patrocínio da PT possa traduzir-se em melhorias no serviço prestado pelo Metropolitano de Lisboa.

Imagine, querida leitora e estimadíssimo leitor, o que dirão desta iniciativa "Lojas de Lisboa ficaram abertas até à meia-noite"? Num país que precisa de TRABALHO e de TRABALHADORES para gerar RIQUEZA para poder PAGAR as DÍVIDAS, sei bem o que gritarão:
"Ó coitados dos trabalhadores escravizados até à meia noite!"
"Um absurdo ficar gastando eletricidade até à meia-noite!"
O BE "exigirá" ser informado das preferências sexuais dos coitados dos trabalhadores...
O PCP dirá que é mais um golpe neo-liberal...
A CGTP prometerá jornadas de lutas...
E o valoroso e valioso povo representado pelo pessoal aqui de cima - que é minoria - continuará se achando rei da cocada preta, c.... e andando para quem vai pagar as cocadas...
Inté!

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