Brics fomenta cooperação entre economias
emergentes há 13 anos
Grupo ganhou força com
crise econômica de 2008 e hoje tem banco
Wellton Máximo
O que nasceu como um apelido
do mercado financeiro ganhou fôlego e virou um mecanismo de cooperação que
reúne 3,1 bilhões de pessoas e equivale a 41% da população mundial. Junção das
iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (em inglês), o Brics é
formado pelas cinco principais economias emergentes do planeta e promove, nesta
quarta (13) e quinta-feira (14), a 11º reunião de cúpula em Brasília.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O Bric, no entanto, só nasceu
em 2006, quando os ministros de Relações Exteriores dos quatro países se
encontraram em Nova York, num evento paralelo à Assembleia Geral das Nações
Unidas. O grupo foi formalizado no primeiro encontro oficial de chefes de Estado,
em junho de 2009, em Ecaterimburgo, na Rússia.
Na ocasião, os presidentes do
Brasil, da Rússia, da Índia e da China concordaram em desenvolver um mecanismo
de cooperação entre as quatro economias. Os governos se ajudariam mutuamente
para melhorar a situação econômica global após a crise de 2008 e ampliar a
participação de países emergentes em instituições financeiras internacionais,
como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na segunda reunião de cúpula,
em abril de 2010, em Brasília, o então presidente sul-africano, Jacob Zuma,
compareceu como convidado. A África do Sul juntou-se ao grupo na terceira
reunião de cúpula, em abril de 2011 em Sanya (China). A partir daí, a sigla
ganhou uma letra e virou Brics.
Em 2010, o Bric teve
participação fundamental na aprovação da reforma que ampliou a cota de
economias emergentes no FMI. O acordo só entrou em vigor em dezembro de 2015,
quando o poder de voto dos países em desenvolvimento passou de cerca de 39,4%
para 44,7%. O total de cotas brasileiras no capital do Fundo Monetário passou
de 1,78% para 2,32%, com o Brasil subindo da 14ª para a 10ª posição como
acionista.
Iniciativas
Os países do Brics estreitaram
os laços em 2011, com a criação do Fórum do Brics, organização internacional
independente que busca estimular cooperações políticas, comerciais e culturais
entre os membros. Na reunião de 2013, em Durban (África do Sul), os governos
concordaram em criar uma instituição financeira conjunta. Também conhecido como
Banco do Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento foi oficializado no encontro de
2014, em Fortaleza.
Com sede em Xangai (China), o
banco nasceu em 2015, com o objetivo de atender ao problema global da escassez
de recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura e constituir-se
em uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial. Cada um dos cinco países
contribuiu com US$ 10 bilhões para formar o capital da instituição financeira.
Em outra iniciativa, os países
do Brics concordaram em formar o Arranjo Contingente de Reservas, um fundo
conjunto com parte das reservas internacionais de cada país, para ajudar países
que passem por dificuldades nas contas externas. Com US$ 100 bilhões, o fundo
tem US$ 41 bilhões da China; US$ 18 bilhões do Brasil, da Índia e da Rússia
(cada um) e US$ 5 bilhões da África do Sul. O acordo não envolveu a
transferência de reservas internacionais. Cada país se comprometeu a emprestar
esses recursos para um membro em caso de necessidade.
Novas áreas
Desde 2015, os países do Brics
têm buscado ampliar as áreas de cooperação. Entre os setores considerados
prioritários para o Brasil, estão saúde, ciência, tecnologia, inovação,
economia digital, combate ao crime transnacional e aproximação entre o Novo
Banco de Desenvolvimento e as empresas. Como preparação para a 11ª cúpula, em
Brasília, os ministros de Comunicações do Brics assinaram uma carta conjunta,
em agosto deste ano, com o objetivo de instituir a cooperação no setor de
tecnologia da comunicação e de informação.
Título e Texto: Wellton
Máximo; Edição: Graça Adjuto – Agência Brasil, 11-11-2019, 5h51
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