A medida passará por período de transição em janeiro
Flávia Albuquerque
A partir de hoje (1º), começam
a vigorar as novas medidas implantadas pelo governo de São Paulo e pela
prefeitura da capital paulista para a concessão de gratuidade no sistema de
transporte público. A gratuidade que valia a partir dos 60 anos passará a
contemplar apenas passageiros acima dos 65 anos que utilizam ônibus municipais
e intermunicipais EMTU, Metrô e CPTM. Ou seja, aqueles que tiverem entre 60 e
65 anos passam a pagar a passagem.
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil |
Em nota conjunta, prefeitura e
governo estadual detalharam que as novas medidas passam por período de
transição ao longo do mês de janeiro e começarão a vigorar a partir de 1º de
fevereiro.
“Este período de transição foi
estabelecido para levar ao conhecimento e adaptação dos cidadãos. Passageiros
com menos de 65 anos que já possuem um cartão do Bilhete Único Especial da
Pessoa Idosa deverão providenciar a substituição do seu cartão por um modelo do
tipo comum durante o mês de janeiro, pois os cartões com a gratuidade serão
cancelados em 1º de fevereiro para quem não completar a idade mínima
necessária”, destacou o comunicado.
A mudança, segundo governo estadual e prefeitura, acompanha a revisão gradual de políticas voltadas ao idoso, a exemplo da ampliação da aposentadoria compulsória no serviço público, que passou de 70 para 75 anos, a instituição no Estatuto do Idoso de uma categoria especial de idosos, acima de 80 anos, e a recente Reforma da Previdência, que além de ampliar o tempo de contribuição fixou idade mínima de 65 anos para aposentadoria para homens e 62 anos para mulheres.
A medida foi aprovada pela
Câmara Municipal de São Paulo no último dia 22 e o prefeito Bruno Covas
sancionou a lei no dia seguinte. Covas revogou a lei municipal 15.912, de 2013,
que garantia o benefício. O governador João Doria editou decreto suspendendo a
regulamentação da legislação que permitia a gratuidade para essa faixa de
idade, alterando a Lei nº 15.187, de 2013. O projeto foi aprovado pela
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
O Sindicato Nacional dos
Aposentados, Pensionistas e Idosos, se manifestou por meio de nota e afirmou
que a revogação da gratuidade para os cidadãos com mais de 60 anos é uma
insensatez após um ano duríssimo, com a perda de milhares de empregos em
decorrência da pandemia de covid-19, além da elevação do custo de vida e a
desorganização das estruturas sociais.
“Ainda que as decisões estejam
de acordo com o Estatuto do Idoso, vale frisar que a gratuidade a partir dos 60
anos é decisão que pode ser estabelecida por cada município e, quanto aos
direitos estaduais, pelo governador, dependendo assim, de vontade e posição
política. As revogações podem ter base legal, no entanto, são imorais”, disse o
sindicato por meio de nota.
A aposentada Maria José Sousa
Melo, 63 anos, utiliza o transporte público na cidade de São Paulo quase todos
os dias para ir a consultas médicas, fazer comprar e outras atividades
necessárias e avaliou a revogação da gratuidade como um absurdo. Segundo ela,
que ganha menos de um salário-mínimo e meio de aposentadoria, paga aluguel e
todos os seus remédios, a mudança afetará ainda mais o orçamento.
“Eu dependo desse benefício
para me locomover e esse já é um direito adquirido pelas pessoas com mais de 60
anos. Eu não estou pensando só em mim, penso nos outros que precisam também. Já
não sobra nada da aposentadoria e, tirando esse direito nosso, fica pior.
Essa ajuda do poder público é muito importante para nós. Eu vou ter que sair
menos porque não poderei pagar transporte sempre”, explicou.
Título e Texto: Flávia
Albuquerque; Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil, 1-1-2021, 16h13
ALGUNS VÃO ME CHAMAR DE TROUXA.
ResponderExcluirAcho que desempregados, policiais, bombeiros empregados da saúde e professores assim como alunos de baixa renda e portadores de deficiências deveriam ter passagens gratuitas ou subsidiadas.
Desde os 60 eu poderia ter usado nos coletivos de Porto Alegre, mas quem paga a conta são os trabalhadores.
Nunca usei ou usarei o tal favorzinho de merda.
O que vejo aqui é idosos passeando.
Quando vou ao meu restaurante preferido com a família é mais barato ir de táxi do que gastar 3 passagens de coletivo ou de lotação.
Fila para idoso,passagem para idoso é favor de merda.
Quando chego no SUS é ordem chegada, aqui não tem idade só carteiraço ou QI.