terça-feira, 8 de março de 2022

É sempre o messias errado

Vitor Cunha

Tão cegos com o palhacito armado em Rambo, respondendo a perguntas tão bacocas como se vale a pena morrer pelo país – qual? Este, que compra gasolina em marcos? –, o tuga segue alegremente o lema de que uns traços num mapa valem mais do que a vida das pessoas. Ninguém quis saber da Ucrânia, entregue a um conflito interno há quase uma década, para mencionar apenas o último, até que as milícias das suásticas lhes venderam a ideia bizarra de que autodeterminação de um povo está relacionada com pertença a um clube de burocratas e ao exercício de humilhação ao maior país do mundo.

A primeira obrigação do vencedor de uma guerra é assegurar que o perdedor não sai humilhado. Isso dá-se no 9º ano. E se não dá, devia ser dado, mas isso diz mais sobre a falta de qualidade do ensino do que sobre a tendência em emprenhar pelo ouvido qualquer palermice avançada nas televisões, que é só uma consequência da primeira.

A primeira função de um governante é assegurar a segurança dos governados. Zelensky está a arrastar os seus para uma carnificina. Pouca diferença faz se uma pessoa morre convencida de que tem razão ou se morre obrigado com uma arma estrangeira na mão. Apoiantes do indivíduo em questão, em terras longínquas como a nossa, seriam, como sempre, os primeiros a apresentarem-se perante o pelotão de fuzilamento caso a estratégia de aniquilação do povo ucraniano funcionasse. Mas mal seria se alguém aprendesse alguma coisa neste mundo desprovido de Deus.

Deixo os comentários abertos aos diferentes Rambos de sofá que têm o Braveheart como filme preferido.

Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 8-3-2022

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