Encontro ocorreu durante a 9ª Cúpula das Américas
Pedro Rafael Vilela
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tiveram um encontro bilateral na noite desta quinta-feira (9), em Los Angeles, durante a 9ª Cúpula das Américas, que reúne líderes da maioria dos países do Hemisfério Ocidental. Esta é a primeira reunião de ambos desde que Biden chegou ao poder, em janeiro de 2021. A declaração à imprensa, acompanhada por auxiliares das partes, começou por volta das 20 horas no horário de Brasília (16h no horário local) e durou cerca de 10 minutos.
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Foto: Kevin Lamarque/Reuters |
Em sua fala, Bolsonaro disse
que o Brasil será um dos maiores exportadores de energia limpa do planeta,
exaltou o agronegócio e reafirmou que o país é exemplo em preservação do meio
ambiente, apesar das "dificuldades".
"A questão ambiental,
temos as nossas dificuldades, mas fazemos o possível para atender aos nossos
interesses e também, porque não dizer, a vontade do mundo. Somos exemplo para o
mundo na questão ambiental. Além da segurança alimentar, energia limpa, bem como
na questão ambiental, o Brasil é um gigante, e se apresenta para o mundo como a
solução para muitos problemas", afirmou.
Bolsonaro disse ter interesse
em cada vez mais se aproximar dos Estados Unidos, citou valores comuns entre as
duas nações e comentou sobre as eleições brasileiras de outubro. "Este
ano, temos eleições no Brasil, e nós queremos, sim, eleições livres, confiáveis
e auditáveis. E tenho certeza de que quando eu deixar o governo, também será de
forma democrática", ressaltou.
Sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, Bolsonaro disse querer a paz e fazer o possível para que ela seja alcançada, mas sem tomar medidas que poderiam trazer consequências econômicas para o Brasil. Estados Unidos e Europa têm liderado boicotes comerciais contra os russos para pressionar pelo fim da guerra.
"Lamentamos os conflitos,
mas eu tenho um país para administrar. E, pela sua dependência, temos sempre
que sermos cautelosos, porque as consequências da pandemia, com a equivocada
política do fique em casa, a economia a gente vê depois, agravada por uma
guerra a 10 mil km de distância do Brasil, as consequências econômicas são
danosas para todos nós", argumentou. "Estamos à disposição para
colaborar na construção de uma saída deste episódio, que não queremos, entre
Ucrânia e Rússia", acrescentou.
Já Biden, que falou antes de
Bolsonaro, fez uma declaração mais curta, deu boas-vindas ao líder brasileiro e
falou que os demais países deveriam ajudar a financiar a preservação da
Amazônia.
"Nós temos que ajudar a
recuperação econômica e também a preocupação climática. Vocês tentam proteger a
Amazônia, acho que o resto do mundo deveria ajudar a financiar essa
preservação. Isso é uma responsabilidade muito grande. Nós temos que conectar
nossos povos e estou ansioso para saber o que você pensa sobre isso. Gostaria
de ouvir sua opinião e também levantar algumas questões de interesse
mútuo", disse Biden.
Ele também falou de valores
compartilhados entre os dois países e elogiou o Brasil, chamando de "país
maravilhoso", com um "povo magnífico" e "instituições
fortes".
Do lado brasileiro, o encontro
foi acompanhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que está
com Bolsonaro nos EUA, além de ministros.
Bolsonaro participa nesta
sexta-feira (10) de sessão deliberativa da Cúpula das Américas. Ainda na sexta,
após o término do encontro de chefes de Estado, o presidente brasileiro e sua
comitiva viajam para Orlando, também nos Estados Unidos, onde cumprirá agenda
de inauguração de uma sede consular brasileira e outras atividades.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Pedro Ivo de Oliveira – Agência Brasil,
9-6-2022, 21h54
Como foi o encontro de Bolsonaro e Biden na Cúpula das Américas
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