Para Flávia Borja (PP-MG), o 'que passar disso não é bem-vindo na sociedade'
Redação Oeste
A vereadora de Belo Horizonte Flávia Borja (PP-MG) [foto] foi acusada de transfobia depois de fazer um discurso contra um projeto de lei que estabelece penalidade para o estabelecimento que discriminar uma pessoa por causa da sua sexualidade. Em sua fala na tribuna da Câmara mineira, Flávia, que também é pastora, argumentou que “Deus fez o homem e a mulher”.
“Esse é mais um projeto que
tenta enfiar a ideologia de gênero na capital mineira”, declarou a vereadora,
na terça-feira 4. “O Projeto 162/21 é o mesmo que tramitou na Assembleia
Legislativa e foi aprovado, mas foi posteriormente revogado pelo nosso
governador, Romeu Zema (Novo-MG).”
Segundo Flávia, o projeto
estabelece multa aos estabelecimentos que não concordam com a “política de
identificação de gênero”.
“O comerciante de Belo
Horizonte que não aceitar homem entrando no banheiro de mulher será multado”,
explicou a vereadora. “Se uma mulher que se identifica como homem for ao local
e o atendente não conseguir identificar que ela ‘é homem’ ou não quiser
chamá-la pelo pronome masculino devido a uma crença, ele também será multado.”
Conforme Oeste apurou, o projeto de lei — de autoria da atual deputada federal Duda Salabert (Psol-MG) —, estabelece penalidade para os estabelecimentos de BH que discriminarem pessoas em virtude de sua “orientação sexual, identidade de gênero ou características sexuais”.
O PL não cita o uso de
banheiros por parte de pessoas trans. Contudo, a proposição também não elenca o
que seria enquadrado como discriminação. “Temos a liberdade de expressão e
crença”, continuou Flávia. “Não vamos aceitar essa imposição, principalmente tirando
o lugar das mulheres. Homens que são mulheres estão entrando nas chapas nos
lugares das mulheres. Deus fez homem e mulher, e o que passar disso não é
bem-vindo na nossa sociedade.”
Depois do discurso de Flávia,
a vereadora Iza Lourença (Psol-MG) usou a
tribuna para rebater as declarações da colega de Câmara. “Quem toma o lugar das
mulheres não são as mulheres travestis, mas as chapas que se utilizam de
candidaturas laranjas e homens que se elegem em cima dessas candidaturas”,
disse Iza. “Isso é crime. Inclusive, transfobia também é crime. Liberdade
religiosa e de expressão não é passe livre para você discriminar as pessoas.”
Segundo Iza, a então vereadora
Duda criou o PL, depois que um salão de cabeleireiro se recusou a atendê-la,
por ela ser uma “mulher trans”.
Título e Texto: Redação,
Revista
Oeste, 7-4-2023, 19h30
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