domingo, 5 de julho de 2015

Elogio da União Europeia e do Euro (contra as carpideiras do Syriza)

José Mendonça da Cruz

Os fãs mais vocais do Syriza não têm graça nenhuma. Onde quer que os deixassem pôr a mão na governação reduziriam o país a cinzas (sempre proclamando, é claro, que a culpa era dos outros), exactamente como faz o Syriza.

Os fãs envergonhados do Syriza no PS, na Sic, no Público, na Visão e no Expresso, esses são mais engraçados. Admitindo, como sempre tardiamente, que o governo Tsipras empurrou a Grécia para o desastre, choram agora uma Europa mitológica que salvaria a Grécia e em que haveria solidariedade, coesão e estadistas.

Ora, ao contrário, é isso que, com a crise grega, fica provado que a Europa continua a ter em saudável proporção e medida.

A Europa tem feito provas da mais firme solidariedade. Todos os países da União Europeia e todos os membros do Euro têm sido absolutamente solidários na rejeição do comportamento errático e irresponsável dos gregos e na afirmação dos seus tratados e princípios. Ter uma UE ou uma Zona Euro compatível com as pretensões da Grécia syrizica não seria solidário, seria suicida.

A Europa tem dado sinais evidentes, também, de grande coesão, ao rejeitar as aventuras revolucionárias sonhadas por Tsipras, seus risíveis rapazes e seus admiradores estrangeiros. E, sim, é uma coesão ideológica, de defesa e afirmação da economia de mercado, em que pessoas e países livres têm que ser responsabilizados pelas suas contas; de defesa e afirmação da democracia, democracia ponto final, não aquela democracia que se mascara de «real» ou «popular» para exercer a tirania.

E, sim, a Europa tem estadistas como Merkel ou Cameron. Estadistas como Merkel capazes de defender a Grécia até onde é tolerável, mas capazes também de optar por profundas mudanças na arquitectura do Euro e nas fronteiras geopolíticas da Europa para manter a UE e a moeda única.

E, por fim, simpatizantes do Syriza, não soltem lágrimas de crocodilo pelo futuro sombrio que sonham e desejam para Portugal. Não só Portugal tem um governo que fez o trabalho de casa para defender o país de novas emergências financeiras, como a Europa estará disponível e desejosa de tudo para blindar a posição portuguesa (ou espanhola, ou italiana, ou irlandesa). 
Título, Imagem e Texto: José Mendonça da Cruz, “Corta-fitas”, 4-7-2015

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