Valmir Fonseca Azevedo
A cambada não perde por esperar, e ganhará um substancial aumento de
desmoralização.
O desgoverno, preocupado com
as denúncias de um bando de desocupados, que inundam a internet com os seus
torpedos sobre o gritante desnível salarial dos militares federais, onde
ressaltam a sua disparidade em relação aos demais setores, inclusive com a
Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do DF, está decidido a dar um BASTA
naquele tipo de abuso.
A “inteligência” do desgoverno, em rigorosas e secretas diligências,
chegou à brilhante conclusão que revanchistas
têm insuflado o bando de parasitas que estão na reserva e, até reformados, para
servirem de porta-voz dos militares. E eles enchem o saco.
Concluíram os agentes que se trata de elementos
desclassificados da oposição, militares da reserva ou reformados, quiçá
abonados com polpudos recursos, que esbanjam o seu precioso tempo, jogando
farpas contra o poder central.
Na falta do que fazer,
lamuriam-se dos equipamentos obsoletos, dos salários vis, do recrutamento anual
que diminuiu vergonhosamente, do emprego como puliça, da falta de recursos, do meio-expediente por falta de boia,
por falta de combustível, dos armamentos, da falta de munição para o
adestramento, enfim, uns inúteis que parecem não saber que o País tem uma
dívida impagável com os seus representantes, que merecem maiores salários e melhores
condições de vida.
Os relatores das investigações chegaram àquela conclusão pelo óbvio,
se os da ativa não reclamam, nem suspiram por qualquer aumento, as
insatisfações denunciadas pela reserva e caterva só podem ser coisas de
subversivos, de terroristas da internet, desfardados que se comprazem, por
vingança, em destratar os poderes constituídos.
Nada melhor, aventaram os
entendidos, do que criar um instrumento de pressão, como por exemplo, uma
COMISSÃO, para empurrá-los contra o paredão, e jogar um pouco de juízo naquelas
tresloucadas (ou encaniçadas) cabecinhas.
Desse modo, para emudecer os
insatisfeitos, nada melhor do que votar a ferramenta de pressão, no mais curto
prazo. Em marcha batida ou em acelerado o Congresso deverá sacramentar o cala-boca institucional.
É a criação da COMISSÃO DA
VERDADE, doa a quem doer; desde que nos outros, é claro.
Assim, com esta decisão
presidencial, julgam os analistas, que iniciados os trabalhos da Comissão, um
sepulcral silêncio calará a milicada
e, ao final dos trabalhos, ela chegará ao seu veredito final. Que poderá ser “para evitar dissabores futuros é melhor
extinguir esta sub-raça, ainda mais que já temos a nossa Força Nacional de
Segurança”.
Versados em direitos humanos,
um dos mais rigorosos atributos exigidos nos futuros membros da Comissão, a tal
de HIERARQUIA deverá ser expurgada por contrapor-se violentamente contra os
direitos humanos.
A DISCIPLINA seguirá o mesmo
caminho fúnebre, pois é inadmissível que um ser humano, na atualidade, dono de
sua vontade, tenha que obedecer a alguém, isto fere, no mínimo, o livre
arbítrio, e o direito do indivíduo de fazer
o que quiser, e quando quiser.
Portanto, Hierarquia e
disciplina são amarras, algemas que inibem o ser humano, que tolhem a sua
liberdade, a sua criação, o seu viver.
Logo, ao término da OBRA, a
conclusão será que é melhor fechar tudo e jogar fora a chave. Pois, mesmo a
hipótese de serem elaborados novos currículos, e refazer a cabeça das novas
gerações militares deverá ser repudiada. Como disse um velho e empedernido
comuna, “milico tem a ideia tão torta que
só morrendo, preferencialmente, à míngua”.
A verdade é que a Comissão
durante o seu exercício de dois anos, além de tirar o sossego de uns e outros,
facilmente servirá de atração para desviar a atenção para as esbórnias que
pululam. Mas esta é outra história.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo
Pereira, Brasília, DF, 14 de setembro de 2011
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