Cesar Maia
1. Em 19 de julho este Ex-Blog
postou a seguinte nota, a seguir resumida. "Num artigo do correspondente do El País no Brasil, pergunta por
que não há 'indignados' por aqui, fazendo referência ao que ocorre em outros
países. Colunistas e analistas entraram no debate e quase todos explicaram esta
hipotética passividade pela estatização dos movimentos sociais e sindicatos a
partir do governo Lula. Isso, no máximo pode explicar a passividade destes
grupos, da chamada sociedade civil organizada."
2. "Uma preliminar seria
perguntar se a hipotética passividade existe mesmo no Brasil. A resposta é NÃO. E
há exemplos de sobra. O caso dos Bombeiros do Rio é um deles. Um típico
movimento que começa e cresce pelas redes sociais, e vai às ruas e se amplia.
Os institutos de pesquisa em universidades dos EUA mostram que a grande
sinergia se dá quando internet e TV convergem num mesmo fato."
3. "Não há que se
imaginar que os indignados só têm expressão quando reúnem milhares de pessoas.
Isso não é assim. Quando as redes sociais ativam um tema, propagam e esse
finalmente chega à imprensa, ganha expressão através dessa e impacta a opinião
pública, o processo é o mesmo. As redes sociais multiplicam os 'tipping points' ou pontos de deflagração
de processos. "
4. Alguns dias depois, este
Ex-Blog postava outra nota dizendo que "As redes sociais atropelam a
sociedade civil organizada. Um acompanhamento cuidadoso das mobilizações
ocorridas nos países árabes e na Europa, que vêm sendo alcunhadas de 'os
indignados', mostra a completa ausência indutora de sindicatos, associações
locais ou profissionais ou partidos políticos. Essas mobilizações têm como
vetores indutores as redes sociais, as mídias sociais."
5. Ou seja: a chamada
'sociedade civil organizada' perdeu a sua capacidade de mobilização e
liderança, vis-à-vis as redes
sociais. Isso vale também para os partidos políticos, que se fossilizam
exclusivamente na atividade parlamentar e falam para eles mesmos e para os
meios de comunicação. As mobilizações ativadas pelas redes sociais no dia 7 de
setembro mostraram que aqueles analistas, jornalistas não tinham razão.
6. Com a entrada da imprensa,
especialmente da TV, nas mobilizações via redes sociais no dia 7 de setembro e
a convocação de novas mobilizações, se entra no Brasil no que pesquisadores nos
EUA chamam de 'marketing de grande semeadura' com a sinergia TV-Internet.
7. Com isso, se entra no
Brasil em outro patamar de mobilização via redes sociais. E, daqui para frente,
esse processo será natural, com adesão e multiplicação crescentes. Ou os
partidos, sindicatos, associações se ajustam aos tempos e sem pretensões
hegemônicas - pois as redes sociais são horizontais - ou se tornarão irrelevantes
- politicamente.
Título e Texto: Ex-Blog de Cesar Maia,
13-09-2011
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